01 outubro 2013

Custa-lhes assim tanto abrir os olhos ?

Só de protesto são as vossas tias !


No seu blogue, atenta, Joana Lopes anota que «Desde que foram conhecidas, no Domingo à noite, as primeiras previsões quanto aos resultados do PCP nas eleições autárquicas, um batalhão de comentadores, encartados ou nem por isso, num vasto leque de gente que não votou nem nunca votaria naquele partido, e que se espalha desde a direita à esquerda mole, apressou-se a saudar a vitória em questão, sublinhando não só, nem tanto, o bom trabalho a nível autárquico, mas sobretudo o contributo positivo para controlar o protesto e para o manter «dentro do sistema». (Portugal não é a Grécia, Portugal não é a Grécia e o comunistas vão ajudar-nos a que continue a não ser!)».  E acerta quando, logo a seguir, escreve   «Estou certa de que na Soeiro Pereira Gomes ou no Hotel Vitória ninguém terá feito mais do que encolher os ombros, desprezando o elogio, reaccionário a todos os títulos.» Nem mais, digo eu.

Ora, a respeito, desta caricatura sobre o PCP como partido só de protesto, eu só quero lembrar, um pouco ao  acaso e porque nem sempre houve Net e não estou no sítio onde estão os documentos todos, três extractos  que mostram como o PCP sempre rejeitou esta deturpadora visão exterior sobre si próprio. Assim por exemplo:
Carlos Carvalhas na
abertura do XVI Congresso (1996)

«Desmentindo as deturpações e caricaturas lançadas pelos que tudo fazem para nos apresentar como um partido «do contra», que «só sabe dizer mal» e que está interessado numa política de «terra queimada», a verdade é que uma das mais essenciais características do PCP é, aos mais variados níveis de intervenção, o seu profundo empenho construtivo na solução dos problemas do povo e do país, a generosidade sem limites e os esforços abnegados que aplica na defesa dos interesses populares, o seu rico património de reflexão sobre as grandes questões da sociedade portuguesa, a constante contribuição dos seus militantes para o fortalecimento das organizações sociais, a importante obra que desde há 20 anos realiza no Poder Local democrático, a sua qualificada e construtiva intervenção no Parlamento Europeu e na Assembleia da República, bastando a este respeito lembrar que, em sucessivas legislaturas, é quase sempre o PCP, com um diminuto número de deputados, quem apresenta maior número de iniciativas legislativas procurando dar resposta a legítimos anseios e sentidas reclamações dos portugueses.»


Extracto do Programa
Eleitoral de 1999


E
xtracto do Programa
Eleitoral de 2009


4 comentários:

  1. A isto chama-se "responder à letra"

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  2. Carlos Carvalhas, que saudades! Tentou unir o PCP, mas uma facção não deixou e depois deu-se a debandada de tanta gente que deu tudo ao Partido!

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  3. e nem devia ser preciso lembrar que, nestas eleições, uma significativa parte dos votos do pcp foi usada, precisamente, para confiar ao partido um mandato governativo e executivo em 34 cidades - o que só por si deveria fazer cair por terra a tese do voto de protesto.

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  4. Já são muitas as eleições que nos boletins de voto o PCP integra coligações: FEPU, APU e CDU. Nestas concorreu a CDU composta pelo PCP e pelo PEV. Se todos interiozassemos isto não se perderiam votos. Muitos jornalistas, comentadores quando se querem ou têm de referir ao PCP dizem CDU e quando se querem ou têm de referir à CDU dizem PCP e nestas andanças nem escapam alguns editores de imagem. Neste domingo na mesa de voto em que fui delegada na contagem dos votos também inisistiam nesta "baralhação" propositada. E lá estava eu a desfazer-lhes os "enganos" propositados.

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