França hoje:
o povo não se rende !
Os pontos nos is sobre
os aumentos de preços
Já no leite UHT meio gordo, considerando o mesmo período e o preço por litro, a margem de lucro duplicou de 9% para 18%, enquanto na maçã golden passou de uma margem negativa de -2% para 16% e, no peixe, o robalo fresco nacional aumentou de 2% para 7%, no período em análise.
Este movimento tem contribuído para um aumento acentuado dos preços suportados pelos consumidores finais. Entre Janeiro de 2022 e Fevereiro de 2023, o preço médio do cabaz de bens alimentares essenciais analisado pela ASAE aumentou de 74,9 euros para 96,44 euros, uma subida superior a 28,7%.»
Espantoso !
Num passado recente vi muitas vezes Mariana Mortágua a defender um âmbito limitado para os trabalhos da comissão de inquérito à TAP, restringindo-o aos aspectos de gestão mais recentes e afastando a proposta do PCP de que também abranjam o processo de privatização ocorrido em 2015.
Mas hoje já vi Mariana Mortágua a comentar a conferência de imprensa dos ministros das finanças e das infra-estruturas e a dizer que um dos aspectos que falta esclarecer é precisamente o que se relaciona com aquela privatização feita pelo governo de Passos Coelho. Ou seja, mais vale tarde do que nunca,
Era uma vez a liberdade
de imprensa na
«democrática» Polónia
Pedro Tadeu no «DN»:
«Eu bem tentei, fartei-me de dedilhar nas caixas de pesquisa dos sites dos principais jornais e televisões portugueses, mas, até às 18 horas de ontem, quando comecei a escrever este texto, não encontrei uma única referência a esta notícia: passa um ano desde que o jornalista espanhol Pablo Gonzaléz foi preso na Polónia, suspeito de espionagem para a Rússia.
Desde esse dia 28 de fevereiro de 2022 González cumpre uma detenção que a Federação Internacional e Europeia de Jornalistas considera ser "um ataque à liberdade de imprensa e à democracia". "É inaceitável que um estado-membro da União Europeia detenha um jornalista de forma tão arbitrária", concluiu o último comunicado dessa organização, emitido ontem, e que a imprensa portuguesa não citou.
Fui ver os grandes jornais espanhóis.
El Pais: nada. El Mundo: nada. ABC: nada. La Razón: nada. La Vanguardia: peça grande. Público de Espanha (jornal digital para quem González trabalhava): peça grande, mantida todo o dia no topo da primeira página do site
Leio então o que dizem os artigos dos jornais espanhóis que abordaram o assunto e onde se fala também de algumas intervenções no parlamento espanhol.
González só teve direito a receber a visita da mãe dos seus filhos em novembro, nove meses depois da prisão. Os três filhos foram proibidos de visitá-lo. A prisão preventiva já foi renovada quatro vezes e, na Polónia, isso pode ser feito eternamente, enquanto a investigação durar (que bela democracia!).
As cartas que lhe são enviadas de Espanha demoram em média três meses a serem entregues. O repórter está sozinho dentro de uma pequena cela, 23 horas por dia, diz-se mal alimentado e sem aquecimento ou roupas suficientemente quentes.
A Amnistia Internacional pediu ontem a sua libertação imediata até um julgamento justo e fala em "tratamento desumano" por parte da justiça polaca.»
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Hoje, em França, quinta
jornada de luta contra o
aumento da idade da reforma
Sobre a privatização
da TAP feita por um governo
PSD-CDS que só durou um mês
«O negócio de alteração da encomenda e troca da frota da TAP que o empresário David Neeleman fez com a fabricante de aviões Airbus na altura da privatização da companhia portuguesa — 12 aviões A350 por 53 novos contratos para aeronaves A330neo e A320neo —, em 2015, está sob os holofotes sete anos depois. Tudo porque, entretanto, se ficou a saber que foi o dinheiro ganho com essa operação que a Atlantic Gateway (empresa de Neeleman e Humberto Pedrosa) entregou para capitalizar a companhia. Um segredo bem guardado, mas do qual estavam a par todos os principais intervenientes na privatização do Governo de coligação PSD/CDS, liderado por Pedro Passos Coelho, e na reversão da privatização já no Governo de António Costa, em 2017. ( Expresso online)
«A sistemática campanha ideológica e mistificadora acerca das vantagens das Parcerias Público-Privadas (PPP) em relação à gestão pública dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde vai fazendo os seus estragos. O artigo de Ana Sá Lopes no PÚBLICO de 5/2/2023 é disso um bom exemplo.
A questão tem sido tendenciosamente abordada, como na reportagem mais recente do Expresso sobre o Hospital Beatriz Ângelo (HBA), em Loures, com um editorial onde até se insinuava a preferência da gestão anterior da câmara pelo privado, ao contrário do que sempre foi inequivocamente afirmado.» (...)
Compara-se o incomparável quando se coloca em apreciação conjunta hospitais de características diferentes. De um relatório para o outro vão mudando os comparadores. O mesmo quando se comparam instrumentos jurídicos e condições de autonomia completamente diferentes, sendo que a gestão pública é fortemente condicionada não pela sua natureza, mas pela imposição de restrições pelo Governo.
Curiosamente ninguém questiona a fiscalização do contrato. Pode a entidade contratante – a ARS Lisboa e Vale do Tejo – demonstrar que o seu acompanhamento da gestão privada não se baseava no fundamental nos dados que eram fornecidos por esta? Há relatórios aprofundados sobre a execução clínica do contrato? É possível garantir que não houve decantação dos casos mais onerosos, invocando a sua especial complexidade, para os remeter para os IPO e hospitais centrais de fim de linha? Pode o Ministério da Saúde garantir que as prioridades da atividade foram baseadas nas necessidades das populações e não no contratualmente mais vantajoso? Houve controlo das ligações entre a gestão PPP e os hospitais privados do mesmo grupo?»~
-Bernardino Soares no «Público»
Confirmadissimo
Não compraram mais,
compraram mais caro
Coisas da Cavaca
«Facturas de restaurante no valor de duas, três ou mesmo quatro centenas de euros serviram ao Ministério Público para incriminar tanto a bastonária dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, como vários outros dirigentes desta Ordem profissional. Ao todo são 14 as pessoas acusadas de peculato e falsificação de documento.
Fazendo fé no princípio de que ninguém pode estar em dois locais diferentes ao mesmo tempo, o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa e a Polícia Judiciária cruzaram as despesas das deslocações dos dirigentes pelo país fora com as facturas de restaurante que também apresentaram para reembolso na Ordem dos Enfermeiros e concluíram que nem automobilistas de Fórmula Um conseguiriam semelhantes proezas.» (Público»
Um altar nada franciscano
~
- Carmo Afonso no «Público»
«É uma falta de respeito esta dança das palavras e a persistente falta de clarificação, por parte do líder da direita tradicional, relativamente a um assunto tão importante. Uma falta de respeito que demonstra também falta de coragem. Luís Montenegro não tem coragem para dizer com clareza aquilo que todos sabemos: que está disponível para abdicar dos princípios fundamentais do partido para chegar ao poder e que esse arranjo já está bem amadurecido.
Um desbocado do Chega falou das coisas como elas são. O partido, para já, manda na direita portuguesa: não teme falar publicamente daquilo que é tabu absoluto para o PSD, porque sabe bem que é a tábua de salvação de Montenegro e esclarece a IL, que escusa de se maçar a dizer que não aceita entendimentos com o Chega, porque não existem entendimentos à direita sem o Chega.»
Uma guerra menos falada
«Um dia depois do vice-ministro das Infra-estruturas da Ucrânia ter sido despedido e detido, acusado de ter recebido um suborno de 370 mil euros, o Presidente, Volodymyr Zelensky, anunciou uma remodelação governamental em resposta a “uma exigência fundamental da opinião pública”, a de que a justiça se aplique a todos. Entretanto, demitiram-se um dos principais assessores de Zelensky, acusado de usar carros de luxo, assim como o vice-ministro da Defesa e o vice-procurador-geral, ambos suspeitos de envolvimento num caso de alegadas compras de material logístico a “preços inflacionados”, denunciado na imprensa ucraniana.» («Público)