28 fevereiro 2015

Pelo menos nos grafismos do "Expresso"

A revolução no
sistema político já chegou !


Como se pode ver na imagem trata-se de uma «revolução» de alto lá com ela: CDU, Bloco e Livre passariam ter os deputados sentados na ponta direita do hemiciclo e ali bem perto do CDS (mas o PS ocuparia toda a esquerda, olha não) . Chapeau senhor gráfico e senhores jornalistas ou editores que olham para isto e não estranham nada !

PCP

Uma grande força de
luta, construção e esperança





(...)«Soluções que são parte integrante da libertação do País da sistemática ingerência externa com que se confronta, e vitais na afirmação patriótica de um projecto de desenvolvimento soberano ao serviço do nosso povo.

Libertação que nunca será o resultado de acto súbito, mas de um processo que na sua evolução não está isento de dificuldades. Um processo que encontrará pela frente a resistência não apenas das forças de dominação imperial sobre os povos e os directórios dos grandes empórios do capital económico e financeiro, mas também a resistência que é possível isolar e vencer dos que, como o governo português no “caso grego”, não a pensar nos interesses do seu povo, mas na sua própria sobrevivência e de uma política que fracassou, tomou nas suas mãos a bandeira alheia dos algozes dos povos, numa posição de humilhante submissão para fazer desse caso – da questão grega – uma vacina contra a mudança. Mas não há vacinas contra a mudança!

E se alguns pensam que já têm a fórmula de tal vacina, é bom que saibam e lhes digamos!

Que nesta batalha, nesta luta, neste processo de transformação social, alguns podem tombar, mas muitos outros se levantarão com os seus povos, forçando e assumindo com coragem a ruptura que se impõe!

Nos processos de libertação cada caso é um caso, não há receitas únicas, nem vias únicas e cada povo seguirá o seu caminho. Não esquecendo nunca a nossa solidariedade com outros povos, considerando que essa solidariedade será tanto mais sólida e realizadora quanto mais lutarmos no nosso País pela alternativa e concretizarmos as aspirações do nosso povo! (...)»

- Jerónimo de Sousa, hoje em Loures

Exclusivo «o tempo das cerejas»

Segunda-feira, militantes
do PS lançam petição com
este expressivo título




Porque hoje é sábado(520)

Francesca Belmonte



A sugestão musical de hoje é dedicada
 à cantora inglesa Francesca Belmonte.





27 fevereiro 2015

2007-2015

Oito anos, quase oito mil posts (metade dos quais perdidos para todo o sempre), política  nacional e internacional, cultura,  música, livros, imprensa, memória histórica, fait-divers, alguma ficção política, um certo gosto pelos pormenores que desvendam mais do que parece, opiniões, convicções. E, no entanto, apesar da boa vontade ou amizade dos leitores, a mesma insegurança sobre a utilidade disto que no primeiro dia. Mas vamos andando.

E agora «Le Temps des cerises»
numa gravação menos conhecida



O homem tem carradas de razão

É claro que
«está diferente», ó se está !


Encerro este episódio, declarando com imessa modéstia que eu seria muito melhor a «contextualizar» do que António Costa. Co m efeito, no lugar dele, eu teria declarado que a frase que estava escrita era que «o país está diferente de há quatro anos porque agora o principal partido da oposição tem uma liderança firme, esclarecida e empenhada em dar um horizonte de esperança e mudança aos portugueses» só que, no momento, decidira omitir a parte a negro para não ferir eventuais susceptibilidades.

25 fevereiro 2015

Voltando ao que escrevi há 15 anos !

Há leitores do Público 
com mais sorte do que outros




A «vida» é assim: deve haver centenas de leitores do Público que intimamente se queixam de nunca terem visto publicadas as cartas que enviaram ao director(a) do jornal com conteúdos que os próprios consideravam interessantes ou relevantes. Mas, sem dúvida que há os que têm mais sorte e se encaixam melhore nos critérios de selecção (que tem de haver) do jornal. No outro dia, foi o caso de um sujeito que conseguiu publicar uma carta onde acusava o PCP de, nas eleições para a Constituinte de 1975,  ter feito uma fortíssima campanha pela abstenção, apesar de logo a seguir referir tranquilamente que o PCP tinha obtido 12,5%, o que é obra para quem, de acordo com o escrevente, tinha apelado vigorosamente  à abstenção !. Hoje é a vez de um qualquer Jorge Morais que, além de acusar o PCP do «frete na entrega do ultramar [sic!] aos movimentos afectos à URSS/RDA», responsabiliza bafientamente o PCP pelo «envio dos ficheiros da PIDE para lá da Cortina de Ferro».



Sobre esta última rançosa calúnia, apenas porque o tempo passa e a memória é  curta, remeto os leitores de hoje para este meu post de 5 de Setembro de 2013 que, por sua vez, reproduziu na íntegra um texto meu publicado no Avanté há quase 15 anos.
(...)

20 fevereiro 2015

Adaptação de foto capa do Público

Não aconteceu mas
podia ter acontecido




França

O célebre 49-3 e a seta
para cima do Público





Hollande na Assembleia Nacional francesa quando em Março de 2006 considerou que o recurso ao 49-3 pelo governo de Dominique de Villepin era «um golpe de força».

No seu «Sobe e desce», o Público de hoje põe a subir o primeiro-ministro francês Manuel Valls, escrevendo na última página o seguinte (sublinhado meu) : «A moção de censura ao governo francês liderado por Valls  foi chumbada, o que validou o polémico pacote legislativo que ficou conhecido como «Lei Macron». O Governo tinha receios de que o pacote pudesse ser chumbado, e por isso torneou o Parlamento recorrendo à Constituição para não ser surpreendido pelo voto dos deputados socialistas rebeldes. O documento mexe sobretudo com o mercado de trabalho e é visto como uma sedução a Bruxelas».

Trata-se do recurso ao célebre artº 49-3 da Constituição gaulista de 1958 que reza o seguinte :«O Primeiro-Ministro pode, após deliberação do Conselho de Ministros, comprometer a responsabilidade do Governo perante a Assembleia Nacional sobre o voto de um projeto de lei de finanças ou financiamento da previdência social. Nesse caso, esse projeto é considerado como adotado, exceto se uma moção de censura, apresentada nas vinte e quatro horas que se seguem, for votada nas condições previstas no parágrafo precedente. O Primeiro-Ministro pode, além disso, recorrer a este procedimento para outro projeto ou para uma proposta de lei por sessão.»

Trata-se de uma norma profundamente antidemocrática e lesiva dos normais poderes de um Parlamento e que durante décadas foi sempre violentamente contestada designadamente por socialistas e comunistas mas os primeiros só até ao momento e ocasiões em que passaram a recorrer também a esse truque indecente.

E é a isto que o Público dá uma seta verde para cima. A minha seta está no topo deste post.

ler também aqui

19 fevereiro 2015

Delgado assassinado há 50 anos

Hoje no Avante!


artigo na íntegra aqui


Duas obras ainda muito úteis

Passados trinta e tal anos sobre a sua edição (respectivamente 1979 e 1978), estas duas obras, curiosamente muitas vezes ignoradas na bibliografia de obras posteriores sobre Humberto Delgado,, conservam um grande interesse tanto pela contribuição que dão para a compreensão política do processo quer teve como desfecho o assassínio do General como pela divulgação que fazem de significativa documentação.

O «Dossier Humberto Delgado - O Crime Premeditado» foi editado na altura sem identificação de autoria mas, em boa verdade, corresponde a um texto mais longo do dirigente comunista (já falecido) Rogério de Carvalho, que por encargo de Álvaro Cunhal eu revi e encurtei e para o qual escrevi a introdução, pertencendo a Aurélio Santos a autoria dos capítulos referentes ao pós 25 de Abril.

Nós e a Grécia

Sobre o mentiroso, mesquinho e
vingativo 
habitante do Palácio de Belém





Ponto 1: O PR Cavaco não deve ler jornais e, por isso, nesta mesma peça, o Público replica-lhe o que já tinha aplicado à mentirola  de Passos Coelho. Assim:

(...)«A visão do Governo e da Presidência da República esbarra, porém, noutros números. Conforme noticiado pelo PÚBLICO, Portugal é um dos países da zona euro que até agora concederam um menor volume de empréstimos à Grécia, em percentagem do PIB e tendo em conta a dimensão da sua população. Isto porque o país foi dispensado dos custos associados à ajuda financeira à Grécia, a partir do momento em que também foi abrangido por um programa da troika. Ou seja, a troika chegou e Portugal não foi obrigado a contribuir com qualquer transferência ou garantia para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira.»


Ponto 2: se Portugal doou ou emprestou às Grécia 1100 milhões de euros então foi muitíssimo menos do que já saíu do bolso dos contribuintes para o BPN dos amigos de Cavaco;

Ponto 3: talvez o que Cavaco não suporte é que, por mais cedências que venha a fazer ou derrotas que venha a sofrer, o novo governo grego em poucos dias demonstrou mais sentido de dignidade nacional do que Cavaco Silva em 30 anos de vida política.

16 fevereiro 2015

Shostakovich para fechar o dia



Mais ils sont fous, ces americains


  Jornal do Íncrivel






Dans l'Ohio, il est interdit d'enlever ses vêtements devant le portrait d'un homme | La documentation de ces lois étranges est très drôle, décrit-elle, et elle a photographié la plupart de ces lois dans son studio new-yorkais.
Crédit: Olivia Locher 



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14 fevereiro 2015

Em «The New Yorker»

19 cartoons sobre o
«Dia dos Namorados»




ver mais aqui

Porque hoje é sábado (519)

Natalie Prass

A sugestão musical deste sábado oferece-vos
 a voz da cantora norte-americana

 Natalie Prass





As sondagens e...

... a liturgia maluca das décimas

Quem ler estes títulos no Expresso de hoje ficará a pensar que, de facto, alguma coisa se passou com esta última siondagem e que não ficou tudo como dantes, quartel-general em Abrantes.

Mas vai-se a ver e os números divulgados pelo Expresso são estes (que, repare-se bem , no que toca ao partido de Marinho Pinto,  desmentem clamorosamente o «avanço» que os títulos lhe atribuem):

Aqui chegados, os leitores poderão perguntar: «mas então, ó Vitor Dias, não é verdade que o gráfico mostra variações em relação à sondagem anterior que vão do mais 0,2% ao menos o,3% ?».. E eu só posso responder que sim embora logo acrescente que o que falta saber e o que convém perceber é o que essas ínfimas variações realmente representam.

É que o Prof.  Pedro Magalhães, respeitado politólogo e especialista em sondagens,  está farto de alertar contra a pura vacuidade de consuiderações políticas em torno de variações de décimas nas sondagens mas ninguém lhe liga.

Se não vejamos:

- o Expresso diz que foram contactadas 1267 pessoas, das quais 252 se recusaram a participar, pelo que a amostra de respondentes ficou em 1015 pessoas;

- entretanto, como os resultados finais ( sempre os mais publicitados pelos media) são uma mera conjectura e extrapolação matemática de que os que disseram não saber ou não responder se comportariam em eleições como os que manifestaram reais opções de voto, há que ter em conta que como os resultados brutos (assinaladis com um quadrado vermelho) só somam 72,8%, houve então 27,2% dos inquiridos que disseram que votavam branco ou nulo ou não responderam, do que resulta que nesta sondagem só disseram realmente alguma coisa 741 pessoas.

E, assim, é agora chegado o tempo de perceber que, para um universo de 741 pessoas:

- a subida do PS de 0,2%  corresponde à preferência de mais uma pessoa e meia;

- a queda do PSD de 0,2% corresponde a perda do apoio de outra pessoa e meia;

- a queda da CDU de 0,3% correspone à perda da opinião favorável de 2,25 pessoas;

- a queda do CDS de 0,1% (a sinalética está errada) corresponde à perda do apoio de dois terços de uma pessoa;

- a subida do Bloco de 0,5% corresponde ao ganho do apoio de 3,25 pessoas;

- a subida do Livre de 0,2% corresponde ao ganho do apoio de mais uma pessoa e meia.

E tudo isto numa sondagem que se reconhece ter uma margem de erro de 3,06% o que representa uma incerteza sobre as opções de voto de dezenas de inquiridos !