29 agosto 2015

Paulo Rangel ou ...

... mais uma, e grossa,
do «eminente» jurista

Como deve ser evidente,este post não é em defesa do anterior governo PS mas antes e apenas em defesa de um módica de higiene na vida política. De facto, na Universidade (bela Universidade !) de Verão do PSD, Paulo Rangel «Questionando se "alguém acredita que se os socialistas estivessem no poder haveria um primeiro-ministro sob investigação" ou "o maior banqueiro estaria sob investigação?", o eurodeputado ressalvou, contudo, que se tratou de "obra do poder judicial". Mas, acrescentou que "uma coisa é certa": "o ar democrático em Portugal hoje é mais respirável e nós somos um país mais decente".

É claro que está lá «a obra do poder judicial», mas isso é só para compor o ramalhete porque o que realmente fica da pergunta de Rangel é que tem sido este governo a comandar o Ministério Público e o poder judicial. E ele já sabia que os títulos iam ser estes:




E, por mim, acho que a Procuradora-Geral da República e as associações sindicais dos magistrados do MP e dos juízes não deviam ficar calados.

Tudo visto, só falta que Paulo Rangel nos venha contar que foi durante o mandato deste governo que este seu correligionário foi preso.




Porque hoje é sábado ( )

Gerardo Núnez


A  sugestão musical deste sábado dá a vez
ao guitarrista espanhol de flamenco
 Gerardo Núnez


Vem na 1ª página do «Expresso»

Será que Coelho e Portas são
capazes de nos descrever como
é viver com 13,6 E. por dia ?



28 agosto 2015

Mais glórias do jornalismo português ou...

... quando um truque infantil
é premiado com uma manchete



Nem mais: foi esta notícia que no Jornal de Negócios de ontem  recebeu honras de manchete. Ora, é bom que saiba tudo aquilo que os responsáveis do Negócios quiseram esquecer. A saber: que, dentro dos limites máximos fixados na lei, qualquer partido pode apresentar o orçamento que quiser, já que, se o montante final das despesas reais for inferior ao orçamento apresentado, isso não terá quaisquer consequências . E percebe-se facilmente que o PSD e o CSD  apresentaram um orçamento como se fossem ter 45% dos votos, foi precisamente para dar origem a uma notícia deste tipo. E o Negócios mordeu gostosamente o anzol.

O PCP bem avisou

Ora tomem para aprender

PCP aponta "grave inconstitucionalidade" no reforço de poderes das "secretas"

| Política
Fonte: Agência Lusa
Lisboa, 12 jun (Lusa) - O PCP considerou hoje "inconstitucional" a proposta do Governo que pretende abrir aos serviços secretos o acesso a dados de faturação telefónica e lamentou o acordo do PS em relação a "uma grave violação das liberdades públicas".
Esta posição foi transmitida pelo deputado comunista António Filipe, no parlamento, numa declaração aos jornalistas em que adiantou que na próxima segunda-feira o PCP apresentará um projeto para reforçar os poderes de fiscalização da atuação dos serviços de informações da República Portuguesa (SIRP).
Em relação ao teor da proposta do Governo para a alteração da lei-quadro do SIRP, António Filipe disse que o diploma "avança decididamente" no sentido de uma maior fusão dos diferentes serviços e, mais importante, "contém um grave atentado às liberdades públicas".
"A proposta do Governo propõe que os serviços de informações possam ter acesso a meta dados, ou seja, dados de faturação telefónica e de localização dos cidadãos. Ora, essa possibilidade dada aos serviços de informações afigura-se notoriamente inconstitucional na medida em que a Constituição só permite que haja qualquer intromissão nas comunicações em sede de investigação criminal", sustentou António Filipe.
Neste contexto, António Filipe salientou que, "manifestamente, os serviços de informações não fazem e não podem fazer investigação criminal" - missão "que compete exclusivamente às autoridades judiciárias e aos órgãos de polícia criminal".
"Portanto, estamos perante um reforço inconstitucional que o Governo pretende levar a cabo nos serviços de informações e que é extremamente grave, porque, de facto, representa um grave atentado às liberdades públicas. Para mais, este diploma é apresentado num momento em que o sistema de fiscalização democrática dos serviços de informações está manifestamente desacreditado. A somar à falta de fiscalização democrática, somos agora confrontados com uma proposta do Governo no sentido de reforçar poderes de forma inconstitucional e em grave violação dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos", criticou ainda o deputado comunista.
Sobre a possibilidade de o diploma do executivo reunir uma maioria superior a dois terços no parlamento, tendo o acordo do PS, para além da maioria PSD/CDS, António Filipe reagiu: "Se a proposta tiver o acordo do PS, então é profundamente lamentável".
"Sabemos que há uma tradição de a legislação em matéria de serviços de informações ter sempre o acordo dos três partidos que têm governado o país: PSD, PSD e CDS. Se assim for, se esta proposta de possibilidade de acesso dos serviços de informações a dados de tráfego telefónico e de localização, consideramos que será extraordinariamente grave. Mas o PS terá de responder pelas suas próprias posições", advertiu.
Perante os jornalistas, António Filipe disse ainda que, na próxima segunda-feira, o PCP apresentará o seu próprio projeto de lei-quadro do SIRP.
Caso o diploma do Governo sobre a lei-quadro do SIRP seja agendado para debate, então, por arrastamento, também o projeto da bancada comunista será debatido na Assembleia da República.

27 agosto 2015

E esta noite a guitarra de

Jim Campilongo



João Miguel Tavares ou...

... onde a porca torce o rabo

Na sua crónica de hoje no Público, João Miguel Tavares parece espumar de indignação com a «concessão» (nome que esconde a privatização) dos transportes colectivos do Porto (Metro e SCTP). É o que se depreende à primeira vista de afirmações como «esta concessão feita a pontapé e nas costas de toda a gente, incluindo das autarquias que aqueles transportes públicos servem diariamente, é uma pura e simples obscenidade». JMT Tavares também refere criticamente o facto de esta decisão ocorrer a poucas semanas de eleições, invocando «o pudor e o bom senso de não avançar com decisões complexas e politicamente fracturantes a um mês de eleições». De caminho, porém lá nos esclarece que é «a favor da privatização da TAP» e «a favor da concessão dos transportes públicos de Lisboa e Porto, até porque sou utente e já não aguento mais greves do metro.»
Mas onde a porca torce o rabo é que JMT logo depois sentencia que «se as autarquias estivessem de acordo, se o PS estivesse de acordo, com certeza que sim, avançar-se-ia perante o consenso geral. Mas assim ?».
Ou seja, para JMT, se o PS estivesse de acordo, a proximidade de eleições já não contava nada e, para ele, os acordos entre a direita governante e o PS transformam-se automática e mágicamente em «consenso geral».

A isto chamou eu falta de «pudor e bom senso» e «uma pura e simples obscenidade». Mas é assim a famosa «cultura democrática» de muita gente.

EUA, armas e crimes

Uma drama dentro
de uma tragédia maior



dossiê aqui

26 agosto 2015

Foi há 10 anos

As marcas do Katrina



ler aqui

«In late August of 2005, Hurricane Katrina ripped through the U.S. Gulf Coast region causing a subsequent cycle of evacuation, relocation, and rebuilding. The storm exposed in its wake vast racial and class differences in how the hurricane and its aftermath affected individual citizens. Using two public opinion polls conducted immediately after Katrina, the authors demonstrate that African Americans in this country were much more likely than Whites to experience feelings of anger and depression in response to the events surrounding the hurricane. They also show that these feelings of anger and depression held by African Americans are respectively explained by their perception of racial discrimination by the federal government and complacency on the part of President Bush in response to Katrina. These results provide additional support for the idea that African Americans have a racially group-centric view of society that powerfully shapes how they respond to political events.»


25 agosto 2015

Wilkommen, Herr Schulz !

Um dos carrascos da
Grécia vem apoiar António Costa



«O acampamento receberá, no próximo sábado, à hora de almoço, a visita do secretário-geral do PS António Costa, acompanhado por Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, e por Sergei Stanishev, presidente do partido dos socialistas europeus. À tarde, António Costa assim como Martin Schulz participam no comício Festa da Juventude, no mesmo local. » (Público)


Pois é, ao contrário do que se possa pensar por causa do antetítulo e do título deste post, a prova de que as minhas boas-vindas ao sr. Martin Schulz, membro do SPD que governa com Merkel e Presidente do PE (graças ao velho sistema de «pataca a mim, pataca a ti»), são sinceras está na presença deste grande «socialista» nesta chafarica. Se não vejam aqui

e ainda aqui e aqui




Santo Deus !!!

Os outdors com Vasco da Gama
e Pedro Álvares Cabral seguem
dentro de momentos


 na capa do DN

A cinco semanas de eleições

Uma quadrilha saqueando
até ao último minuto de vida


23 agosto 2015

Em 23 de Agosto de 1927

Sacco e Vanzetti são
executados no Massachussetts




Father, yes, I am a prisoner
Fear not to relay my crime
The crime is loving the forsaken
Only silence is shame

And now I'll tell you what's against us
An art that's lived for centuries
Go through the years and you will find
What's blackened all of history

Against us is the law
With its immensity of strength and power
Against us is the law
Police know how to make a man
A guilty or an innocent

Against us is the power of police
The shameless lies that men have told
Will ever more be paid in gold
Against us is the power of the gold


Against us is racial hatred
And the simple fact that we are poor
My father dear, I am a prisoner
Don't be ashamed to tell my crime

The crime of love and brotherhood
And only silence is shame
With me I have my love, my innocence
The workers and the poor
For all of this I'm safe and strong


And hope is mine
Rebellion, revolution don't need dollars
They need this instead
Imagination, suffering, light and love
And care for every human being
You never steal, you never kill
You are a part of hope and life

The revolution goes from man to man
And heart to heart
And I sense when I look at the stars
That we are children of life, death is small


Na «Marianne» nº 957 de 21.8

Lembrando os arquitectos
das desgraças de hoje


Tradução: «A economia tem uma história 6/6  - no meio dos anos 80, a República Federal Alemã conseguiu impor a sua doutrina ordoliberal a uma Europa dominada sobretudo na sua nascença pelo  altos funcionários franceses. François Mitterrand e Jacques Delors estão no centro desta conversão histórica. »

E Cavaco estava lá:



Música escocesa ou...

Voltando aos
Camera Obscura


http://www.thepulpzine.com/wp-content/uploads/2014/05/camera_bw.jpg







22 agosto 2015

O Brasil e ...

... as manifestações quase
silenciadas em Portugal




ver também aqui




Por exemplo, embora haja uma notícia na sua edição online, já na edição impressa do Público de dia 21 não houve espaço para estas manifestações (as de dia 16 tinham sido capa).

Porque hoje é sábado ( )

Maddie & Tae
A sugestão musical deste sábado vai para
o duo country norte-americano Maddie & Tae.



Gente nada séria

Estava-se mesmo a ver

A este respeito, comecemos por dizer que o PSD, com esta atitude, desrespeita frontalmente a mais que discutível lei que ele próprio congeminou e aprovou sobre os debates, já que esta se refere a candidaturas e não a partidos, como o Expresso lembra:

Mas sobretudo o que conseguem com a anulação deste debate marcado para 22 de Setembro é que os debates televisivos fiquem afogados  na «bipolarização» entre  PSD/CDS e o PS (Passos Coelho - António Costa) com começo já no dia próximo dia 9. Ou seja, o que uns e outros sempre devem ter desejado.

21 agosto 2015

Paulo Portas ou...

... o irrevogável troca-tintas

[A utilização desta foto não visa associar Paulo Portas às «luvas» dos submarinos mas antes prestar homenagem a este verdadeito almirante Nelson  português que, ao largo das Berlengas, venceu o nosso Trafalgar contra o barco inglês e «abortista».]
 
Vários órgãos de informação informam-nos hoje que ontem
Face a mais esta pantominice, ocorre perguntar então: se assim é, porque é que a coligação PÀF - Portugal Aflito e F..... - produz e afixa um outdor a gabar-se do (alegado) «aumento do emprego » (que aliás diminuiu) ?.

O meu principal comentário está no título

Cá em casa
a CDU tem 100%


 na capa do «i» em indigno frete
à coligação PSD-CDS


Pior que o «i» só mesmo o Notícias ao Minuto
 que esconde que a sondagem é do PSD e, além disso, 
não identifica qualquer empresa do ramo que
 a tenha feito. Uma imprensa que se presta a veicular puras operações de contra-informação
não merece respeito

 aqui

A pretexto da convocação de eleições na Grécia

Talvez tenha interesse ler isto

Casa cheia no Nimas

Um serão muito divertido
com Trafic de Jacques Tati


Começou ontem à noite no Cinema Nimas, em Lisboa, o ciclo dedicado à obra do cineasta francês Jacques Tati com uma apresentação inicial cheia de graça e inteligência de Jorge Silva Melo.




A programação completa do ciclo
(hoje quatro sessões com "Parade")
pode ser consultada aqui

20 agosto 2015

Correntes e cenas do ...

... cinema, cinema



Uma frase mal aplicada

Não, à terceira
não será de vez



Relata o Público que, durante o debate no Bundestag sobre o empréstimo à Grécia, «o principal opositor aos empréstimos da CDU, o deputado Klaus-Peter Willsch, [na foto] questionou “porque se bate duas vezes com a cabeça na parede?”, sugerindo que seria altura de “tentar ver se não há uma porta”. A porta “seria a Grexit”, a saída da Grécia do euro.»
Como está na cara, o deputado da CDU alemã referia-se ao empréstimo. Se tem havido o milagre de se referir ao brutal pacote de austeridade que está associado ao empréstimo, eu não só estaria de acordo como até lhe bateria palmas.

17 agosto 2015

Fim do dia com o saxofone de

Jorge Retamoza 




No «DN»

Um artigo de Octávio Teixeira



«(...) Acresce a exigência que o Tratado Orçamental nos faz de redução da dívida pública para 60% do PIB num prazo de 20 anos, e que não é suscetível de quaisquer leituras ditas inteligentes. Sem uma diminuição do montante da dívida e das taxas de juro, e mesmo na perspetiva otimista do governo no programa de estabilidade 2015--2019, isso obrigaria à obtenção de saldos orçamentais primários positivos da ordem dos 3,7% anuais durante esse longo período. Algo que seria inédito entre os países da UE e é uma missão impossível. Se fosse tentada, arrastaria a economia para uma prolongada depressão e promoveria o empobrecimento perene da população, a manutenção do desemprego a níveis elevadíssimos, a emigração permanente, a privatização de tudo que público seja, incluindo a saúde e a educação.
E os bloqueios resultantes da dívida incidem igualmente sobre a democracia política e a soberania nacional. Porque a sua subsistência conduziria a que não pudesse haver alternativa à política austeritária. O que significaria a negação da democracia política e do poder soberano do povo de optar por outras vias.
A não reestruturação significativa da dívida pública impede, objetivamente, quaisquer estratégias e políticas diferentes das atuais. Independentemente da cor partidária que estiver no governo. As alterações possíveis circunscrevem-se ao grau. E o melhor a que uma política de austeridade mais moderada poderá aspirar é a uma austeridade mais moderada, mas mantendo--nos num quadro de austeridade perpétua. (...)»

na íntegra aqui

Desafio à coligação PSD-CDS

Olha lá, então isto não
tem direito a um outdor ?
DN de ontem
Desconfio que a pergunta acima não será levada a sério apesar de um aumento de 73,6% ser uma coisa espectacular. Do que já não desconfio porque tenho a certeza, e já o vi e ouvi muitas vezes, é que se perguntarem a Passos Coelho, a Paulo Portas, a Pires de Lima ou mesmo aos presidentes das confederações patronais se defendem um modelo económico baseado nos baixos salários, todos vão responder que «não, nem pensar !».

E, por fim, reparem só e comparem com a notícia de 27 de Fevereiro deste ano do DN.