14 outubro 2013

A cada um a sua «cassete» ou...

... o universal direito à repetição



Na sua crónica de hoje no Público, Rui Tavares escreve (atenção à parte por  mim sublinhada):«Analisemos esta curiosa expressão, o «arco governativo» ou «arco da governação», que só o génio político-jornalístico de Paulo Portas poderia ter inventado. Num regime parlamentarista, ela não deveria fazer sentido, pois o «arco da governação» é composto por todos os partidos com representação na Assembleia da República. Mas, na invenção de Paulo Portas, que se aproveitou da consabida incapacidade de uma parte da esquerda para se posicionar como parte da solução governativa, o «arco governativo» designa os partidos que Paulo Portas entende que deveriam governar o país.Ou seja, os dois grandes, e o partido de Paulo Portas».

Como já tenho escrito, não me admiraria que Rui Tavares considere mais este meu post como fruto de uma qualquer embirração ou  «perseguição» de natureza pessoal que de há muito eu lhe moveria (e que não existe). Mas, se não fosse o caso de  eu me recusar absolutamente a imitá-lo, então eu poderia dizer que, quando escreve coisas como a sublinhada acima,  Rui Tavares está mais uma  vez  a embirrar com o PCP e a «perseguir» o PCP.

Tudo visto, apenas duas observações:

1.Como seria uma massacre gráfico e uma  canseira para os leitores trazer para aqui caterfas de citações ou de links sobre as posições do PCP a respeito deste tema, prefiro dar o testemunho pessoal de que, tendo sido membro das comissões eleitorais do PCP para todas as legislativas (10) entre 1976 e 2002 (para as três seguintes, é consultar a Net), posso jurar que sempre o PCP  afirmou a sua aptidão e  disponibilidade para integrar soluções governativas que dessem garantias de uma nova política (  o «correr por fora»  foi uma antiga fórmula de um partido do qual R.T. já esteve próximo) e que, coisa muito diferente do que escreve Rui Tavares, o que sempre também afirmou foi a sua indisponibilidade para ser cúmplice ou apoiante das políticas que, bem à vista dos portugueses e do seu eleitorado, sempre combateu.

2.Por duas ou três vezes, designadamente em 3 de Junho e 1 de Julho deste ano, no intuito de fazer avançar este debate para terrenos mais      esclarecedores, lancei o desafio que repito a seguir e que até hoje, por alguma razão, nunca teve  a mais pequena resposta.       

4 comentários:

  1. Também gostava muito de ver esses senhores esclarecerem as suas posições. Mas isso seria muito difícil e comprometedor para eles.

    Um beijo.

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  2. Não pude de deixar de levá-lo para a Facebook.

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  3. "sempre o PCP afirmou a sua aptidão e disponibilidade para integrar soluções governativas que dessem garantias de uma nova política".

    Isso só será possível se o PCP for o Partido maioritário de uma eventual coligação. Imaginando que PCP tem 12% de votos e o PS tem 36% podem fazer uma coligação. Certamente que a maioria das políticas do governo serão do PS.
    Trata-se de dizer: o PCP não será o CDS do PS.

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  4. Não sendo militante do PCP direi que o que o PCP exige é o acordo sobre a base de um programa político que, no mínimo, não viole os seus princípios e programa político nos seus aspectos centrais! Com o que concordo em pleno! Faria algum sentido o PCP aceitar fazer parte de um governo que mandasse soldados para operações da NATO? Ou que aceitasse privatizações? Ou que liberalizasse os despedimentos? Ou que perdoasse ao Capital as suas traficâncias? Não! Ora, quais os princípios sobre que se move Rui Tavares e demais "amigos"? Quais as suas ideias sobre as questões centrais com que nos debatemos? Desconheço-as mas pelos vistos vamos todos sabê-las. Eu desconfio do que será, mas não quero fazer de adivinho!

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