Na pág. 5 do Público de hoje, uma notícia intitulada «Livro sobre Camarate incomoda AR» tem um destaque de entrada que reza assim: «Deputados pronunciaram- se em 1991 pelo atentado, tese que José Manuel Barata-Feio agora classifica como dogma político.»
Já uma vez, na primeira e desaparecida série deste blogue, expliquei com a adequada documentação probatória (que não estou para ir procurar outra vez) que jamais, incluindo nas conclusões da IV Comissão de Inquérito, os deputados do PCP votaram favoravelmente a alínea que concluia pela existência do atentado, e isto não porque defendessem que se devia antes concluir pela tese do acidente mas pela simples e meridiana razão de que uma tal conclusão, num Estado de Direito, só pode ser tirada por órgãos de investigação criminal e confirmada por sentença dos tribunais e não por uma qualquer comissão de inquérito parlamentar.
E não certamente por acaso mas no quadro desta atitude que em 24.11.1995, em crónica no Avante! sobre uma misteriosa história relativa à chamada «amostra 7» eu concluia assim : «Dito
isto, nenhuma confusão : não sabemos, não temos nenhuma obrigação
de saber ( e sempre achámos idiota que uma comissão parlamentar
tivésse que ter opinião numa matéria destas) se Camarate foi
acidente ou atentado.»
Sem comentários:
Enviar um comentário