24 outubro 2011

Às vezes o que me apetece...



Todos os dias, todas as semanas e todos os meses desde há uns  anos que leio, ouço ou vejo nos  media uma data de senhores ou  senhoras a debitarem, de uma forma generalizante e sem distinguir classes ou camadas sociais, que «temos andado a viver  acima das nossas possibilidades».

E chega agora o momento de  confessar que, nessas alturas, até eu que sou de natureza pacífica embora com o  seu feitiozinho, só me apetecia atirar-lhes à tromba com o dado essencial ontem dado à estampa  no
Público : 2,5 milhões de trabalhadores ganham entre 700 e 800 euros mensais (e se o dado fosse o "rendimento médio" dos portugueses a coisa não melhorava nada de excepcional). Além do mais, seria suposto que todos aqueles que andam sempre a afirmar ou insinuar que os trabalhadores da função pública são uns nababos nos explicassem agora como é que nem os vencimentos desses 700 mil alteram a  baixíssima média destes 2,5 milhões de trabalhadores.

Não é a primeira vez que abordo o assunto e noutras já expliquei que não faço nenhuma ligação esquemática ou generalizadora entre nível de rendimentos e tipo de opiniões que se emitem.Mas, com esta ressalva, acho que nas circunstâncias actuais, designadamente nas televisões seria um esclarecedor   acto de transparência democrática que os grandes paladinos da austeridade e dos ataques aos rendimentos e direitos dos trabalhadores a primeira coisa que  dissessem devia ser para para contar aos telespectadores quanto ganham. O país real agradeceria e tiraria as suas conclusões.

1 comentário:

  1. Sim, eu gostava muito de saber quanto ganham esses que dizem que os trabalhadores portugueses vivem acima das suas possibilidades. Eu diria antes que a grande maioria vive abaixo das suas necessidades!!!!

    Um beijo.

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