14 setembro 2015

Correia de Campos ou...

... o «plafonamento» mau
ou bom consoante a magreza 
ou obesidade das vacas
Em artigo hoje no Público, o dr. Correia de Campos pergunta:«Para que foi Passos reincidir na solução impossível de um plafonamento em período de vacas muito magras que só trará poupança daqui a quarenta anos e até lá só acumulará prejuizo ?»

Creio ser  legítimo deduzir daquele «em período de vacas muito magras» que Correia de Campos já acharia uma boa solução o plafonamento em período de vacas gordas (coisa que eu nunca conheci mas deve ser culpa minha).

Isto revela pelo menos que o dr. Correia de Campos, ao contrário de tantos outros, tem uma razoável memória das posições que assumiu no passado, o que deve ser elogiado. Com efeito, ele foi Presidente da Comissão que em 1998 elaborou o Livro Branco da Segurança Social onde se defendia o plafonamento, o que, entre outros aspectos, motivou a oposição e não aprovação do Livro Branco por quatro membros da Comissão - Alfredo Bruto da Costa, Boaventura Sousa Santos, Maldonado Gonelha e Maria Bento que viriam a explicar publicamente as suas posições na seguinte obra:

«A questão da Segurança Social,
é uma questão que já vem sendo debatida há muito tempo.
«Em Janeiro de 1998 o Estado publicou o «Livro Branco da Segurança Social», e posteriormente em cerimónia realizada na Sala dos Espelhos do Palácio Foz, em Lisboa, foi apresentada a obra "Uma Visão Solidária da Reforma da Segurança Social", da autoria dos professores Boaventura Sousa Santos e Alfredo Bruto da Costa e dos Drs. António Maldonado Gonelha e Maria Bento, elementos que integraram a Comissão do Livro Branco, nomeada pelo Governo. O livro, editado pela União das Mutualidades Portuguesas e pelo Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, visa precisamente divulgar as posições assumidas pelos seus autores no âmbito da Comissão do Livro Banco da Segurança Social, à qual pertenceram (aqui)

1 comentário:

  1. Já somos 2 que não conheceram nunca tempo de vacas gordas. Desde que nasci sempre comi o pão que o diabo amassou e a desculpa foi sempre o facto "disto estar mal".
    Monteiro

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