11 outubro 2012

Artigo no «Público»

Seguro e os retoques
no que barbaramente sofremos


Como é natural e minha elementar obrigação política, dei-me ao trabalho de ler no Público de hoje o artigo de António José Seguro intitulado «A alternativa responsável» /«o PS e a crise».

E começo desde logo por dizer que até se pode admitir  que com este artigo A. J. Seguro visasse um objectivo limitado e específico mas não é possível deixar de sentir que, face à onda de indignação, revolta e raiva que assalta a sociedade portuguesa, este artigo é uma espécie de embalagem de Xanax XR oferecida aos portugueses.

Anoto designadamente que neste artigo:

- são omitidas todas as convergências em matérias estruturantes e estruturais do PS com a direita, desde o memorando com a troika, ao último Orçamento de Estado, passando ainda, entre outras coisas pela criminosa revisão da legislação laboral e pela aprovação dese infame garrote chamado Tratado Orçamental;

- não há uma única palavra sobre o avassalador vendaval de agressão e retrocesso nos direitos dos trabalhadores;

- consta a defesa da reposição do IVA reduzido na restauração como se essa medida não estivesse incluída no Orçamento para 2012 a que o PS não se opôs;

-não inclui nenhuma prestação de contas sobre o percurso e resultados do chamado «acto adicional» a favor do crescimento económico e do emprego que o PS, para maquilhar o Tratado Orçamental, tanto defendeu para a escala europeia;

- embora de forma sibilina,  volta a evidenciar do alinhamento do PS pela estuporada e mentirosa milonga da compatibilização entre austeridade e equilibro orçamental com crescimento exocómico e criação de emprego.

E, assim sendo e mesmo sem ir mais longe, a mim resta-me concluir que, no título do artigo,  aquele adjectivo «responsável» nem fazia falta nenhuma porque está reportado a uma «alternativa» que é pura fantasia ou areia nos olhos dos portugueses.

1 comentário:

  1. Alternativa é mais do mesmo, ainda que com alguns "retoques" para justificar a abstenção violenta. Nós precisamos mesmo é de rutura e de uma nova política patriótica e de esquerda.

    Um beijo.

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