18 junho 2012

As tontices do dia

O disparate a cinco colunas...


Não, como é óbvio, não foi a maioria absoluta a nível nacional do PS que travou a entrada de Marine Le Pen no Parlamento francês: foi o facto de, na circunscrição de Hénin-Beaumont, ter tido cerca de menos 200 votos que o candidato do PS Philippe Kermel que com ela disputava a 2ª volta, depois da desistência a favor dele de Jean-Luc Melenchon do Front de Gauche. Coisa que poderia ter perfeitamente acontecido mesmo que o PS não tivesse obtido a maioria absoluta. Desculpem lá, estimados chefes do Público, mas levar a título de cinco colunas a explicação de um facto local por um balanço nacional é coisa que não lembraria ao diabo.


... e o DN sobre o Bloco
e Louçã sobre o KKE
(em parte, via Bruno de Carvalho aqui)



 Francisco Louçã em entrevista

 na última página do DN



Repare-se pois na extrema arrogância  com que Louçã se refere ao resultado do KKE sobre o qual diz que
«praticamente desaparece». Francisco Louçã apenas se esqueceu de uma coisinha de nada: é que o KKE teve 8,48% em Maio e 4,51% ontem, o que significa uma perda de 3,97 pontos percentuais. Já o partido de Louçã teve 9,81% em 2009 e 5,17% em 2011, o que representa uma perda de 4,64 pontos percentuais. Resumindo, pelos critérios de Louçã, o Bloco de Esquerda está praticamente desaparecido, coisa que eu nunca tive a insensatez de dizer ou escrever.

8 comentários:

  1. Perante as nossas calinadas, tive um professor que exclamava:- Mais burro, menos burro não impede o progresso da humanidade!

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  2. O PR promulgou o Código do Trabalho e o João Proença gostou.
    Parece que, afinal, ...

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  3. É claro que cada um, conforme as suas simpatias partidárias, tira as conclusões que quer.

    Comparar o que se passou EM DOIS MESES na Grécia, com o que se passou em Portugal, num periodo muito mais dilatado e em circunstâncias totalmente diversas, como qualquer pessoa MINIMAMENTE ATENTA percebe, é significativo, talvez porque o Vitor Dias , não tenha melhor argumento, ou porque não quis, ou não pode criticar, o KKE e as suas absurdas posições, durante a campanha eleitoral .

    Perder metade do seu eleitorado e mais de metade dos seus deputados em dois meses, pode não ser a morte imediata do KKE, mas lá que os deve preocupar e muito, afinal o KKE é um partido enraizado na população Grega com um eleitorado MUITO consolidado, e ver em bastiões do KKE, e apesar da campanha IGNOBIL, o seu eleitorado ter decidido ir votar em massa no Syriza, só prova o ERRO de toda a estratégia desta direcção.

    Mas não fujo á sua questão, o BE cometeu erros de palmatória e teve uma actuação siguezaguiante durante o ultimo mandato do Socrates, e pagou caro por isso , só espero que tenha aprendido a lição.

    Mas apesar dessa queda , o PCP não tirou nenhum proveito dela, ao contrario do que se passou na Grecia, tambem seria interessante que o Vitor Dias reflectisse sobre isso.

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    1. Muito bem senhor Augusto, agradeço a sua magistral lição de que o que deve contar é então o tempo que medeia entre as quedas e não o valor das quedas e as suas consequências sobre o prático "desaparecimento" invocado por Louçã.

      Se alguém, perante o resultado do BE em 2011, tivesse dito o que Louçã disse agora do resultado do KKE é mais que certo que ele teria rejeitado tal tese com a maior veemência e indignação.

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    2. Ou eu não me sei explicar ( é possivel ) , ou o SENHOR Vitor Dias não quer ler o que eu escrevi na realidade.

      Mas perder em DOIS meses metade do eleitorado, é algo muito sui-generis, e não é pelo periodo de tempo , como é fácil de deduzir , e sim pela linha táctica seguida .

      A seguir por esse caminho, o KKE pode não desaparecer, mas pode ficar reduzido a uma força residual, sem qualquer expressão, disso não tenho dúvidas, e temos TANTOS exemplos desses.

      Mas ao menos na Grécia, a perca de votos do KKE serviu ao Syriza, cá a perca de votos do BE , serviu a abstenção....

      Não tento dar lições a ninguem , muito menos magistrais, até porque nunca fui adepto das IDEIAS JUSTAS, e muito menos da IDEIAS ÙNICAS.

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    3. Há muito que se sabe e vê que não partilho daquilo que considero uma sua visão excessivamente linear e simplista dos fenómenos políticos e eleitorais.Que eu saiba o KKE não mudou de linha política entre as anteriores e as recentes eleições. Argumenta que o KKE perde o que perde em apenas dois meses. Pois, eu que já vi de tudo e cada vez tenho menos certezas e explicações sobre as realidades eleitorais, até podia escrever que dois meses, na concreta Grécia actual, podem dar para todas as volatilidades e surpresas eleitorais mas o Augusto ia achar que eu estava a desconversar.

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    4. Nas anteriores eleições, o KKE não tinha transformado o Syriza num alvo a abater, nem tinha ainda recusado conversar com o Syriza , após as eleições de Maio, e isso pode ter causado perplexidade quando não desencanto, ( para não lhe chamar outra coisa), em sectores do eleitorado afectos ao KKE.

      Mas como diz e nisso estou de acordo a situação na Grécia é muito volátil, e aquela panela de pressão pode rebentar a qualquer momento, veremos é para que lado irá cair, pois os resultados da extrema-direita não são de menosprezar, e sobretudo quem estará a financiar esses partidos.

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  4. Cá para mim o que funcionou foi o voto "inútil", devido a todas as ameaças feitas e desgraças preconizadas. Pode ser que o arrependimento surja, mas pode ser tarde.

    Um beijo.

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