entrar no coro da caramunha
Cavaco Silva, no 10 de Junho
Em boa verdade, estou cansado de escrever sobre o mesmo mas a alternativa é render-me pelo cansaço e pela irritação. Leio e olho esta passagem do discurso presidencial de hoje e só posso sentenciar que, de facto, é preciso muita desfaçatez. É que, quase tão insustentável como os níveis de desemprego é nada disto ter sido dito quando Cavaco Silva abençoava o memorando com a troika estrangeira e fazia de Presidente da Comissão de Honra da troika nacional. Insustentável é, passado um ano, vir-se reconhecer não explicitamente tudo o que outros avisaram a tempo e foram tratados pelo PS, PSD e CDS como radicais irresponsáveis e impenitentes catastrofistas. Insustentável é vir assinalar um novo curso (semântico) no discurso dos mais importantes líderes europeus e não haver memória do mais pequeno sinal de divergência ou conflito público entre o governo português e o directório franco-alemão em qualquer das muitas cimeiras europeias do último ano. Insustentável, por fim e para não gastar mais cera com tão ruins defuntos, é que o celebrado Prof. de economia que é Presidente da República continue a agarrado à ideia de casar a brutal austeridade com o crescimento e o emprego, ou seja que, na capela privada de Belém, continue a rezar para que, 95 anos depois, ocorra um ainda mais esplendoroso milagre de Fátima.
Por vezes, interrogo-me se estão realmente preocupados com o desemprego ou, apenas, com a resistência da corda...
ResponderEliminarEu acho que é "com a resistência da corda". Por isso mais essa tentativa de propor o impossível para acalmar os ânimos.
ResponderEliminarUm beijo.