04 junho 2012

O que não foi dito ...

... sobre o referendo na Irlanda




Como era de esperar, os variados adeptos do actual curso europeu, festejaram a aliás esperada vitória do «sim» no referendo na Irlanda sobre o Tratado Orçamental. A comunicação social destacou naturalmente os os 60,3% para o «sim» e os 39,7% para o «não» mas já ficou mais obscurecido que a abstenção rondou os 50%. Entretanto, sem negar a legitimidade do resultado, a verdade é que, em nenhum órgão de informação, vi que se perdessem dois segundos a reparar que os partidos (Fine Gael, Fianna Fail e Labour Party) apoiantes do sim somaram muito mais de 73% nas legislativas de 2011 e que os os partidos ou forças (Sinn Fein, United Left Aliance)  que fizeram campanha pelo «não» nessas eleições se tinham ficado pelos 12%

É claro que para as forças e interesses que comandam o processo de integração europeia, assustados com andam, só conta que ganharam e pronto. Mas, se quisessem ser lúcidos e olhar mais para diante, deveriam aprender que os 40% de «nãos» na Irlanda (e nas condições descritas no cartoon acima) dizem mais do que parece.


3 comentários:

  1. O não bem foge do precipício, mas o sim empurra-os, a todos, para lá.
    Lá, como cá, os meios de comunicação cumprem bem o papel de que são incumbidos.

    Um beijo.

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  2. Comunicação ou PROPAGANDA?

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  3. E é necessário recordar que ao contrário do que aconteceu nos referendos ao Tratado de Nice e ao Tratado de Lisboa, desta vez, nem União Europeia (com o seu coro de instituições), nem a direita e social-democracia por toda essa UE vieram exigir e impor a repetição de um novo referendo. Isto é, só se repete quando o resultado é o não aos interesses desta UE do grande capital.

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