Vejam lá se se decidem
Segundo o DN, em carta dirigida a António José Seguro a propor um novo Congresso do PS, o militante Eurico Figueiredo anota (sublinhado meu): "O que proponho, através da democracia participativa, é que os potenciais votantes e simpatizantes do PS (e dos outros partidos se assim o quiserem) possam participar em escolhas importantes (deputados, presidentes das câmaras) e tenham a oportunidade de, através de movimentos cívicos e dos referendos, intervirem na vida política nacional".
Desde logo, a minha alma fica parva quendo leio que Eurico de Figueiredo vem reclamar que os militantes do PS tenham «oportunidade de, através de movimentos cívicos e dos referendos, intervirem na vida política nacional", coisa que eu julgava absolutamente adquirida.
Depois, não sei como é no PS mas no partido que melhor conheço, os militantes e as estruturas locais tem naturalmente a possibilidade de serem concultados e darem opinião sobre candidatos a deputados e eleitos autárquicos, acontecendo porém que, como me parece legítimo e avisado, essas escolhas sejam feitas em diálogo com a direcção nacional ou ou seus órgãos executivos a quem deve caber a decisão final (designadamente nas situações mais importantes) já que até - ponto muito esquecido - são os únicos que detêm o exclusivo da representação partidária junto dos tribunais onde são entregues as candidaturas.
Mas não deve ser disso que fala Eurico de Figueiredo, presumindo eu que deve estar a fazer a defesa de «primárias» locais ou distritais dentro dos partidos para os diversos tipos de candidatura.
A quem quiser ir por aí, desejo muita sorte e felizes desenlaces. O que é preciso acabar de vez é com a conversa de políticos, de jornalistas e politólogos que tão depressa defendem as «primárias» nos partidos como, na curva anterior ou seguinte, se escandalizaram ou vão escandalizar com os feudos locais e com o desproporcionado poder e impunidade partidária ganhos pelos isaltinos morais, fátimas felgueiras e valentins loureiros e seus futuros herdeiros e continuadores.
Por fim, só quero lembrar que candidatos, filiados ou independentes, vão e vêm e que, coisa importante do ponto de vista da responsabilização democrática, os partidos é que podem ser encontrados e pagarem o que tiverem a pagar perante os eleitores.
No meu Partido todos somos chamados a participar nas escolhas e nas decisôes. Só quem não quer(ou não pode) é que não participa.
ResponderEliminarUm beijo.
Como o PS já "arrumou" o marxismo, depois o socialismo e, por fim, os trabalhadores - ao abster-se (violentamente, claro) na votação do salazarento código do trabalho, filho da troika e do governo PSD/CDS - talvez só reste mesmo esperar que alguns militantes se organizem internamente em movimento cívico para que o PS não arrume mais alguma coisa.
ResponderEliminarSó um aparte: quando vejo as posições que assumem hoje alguns militantes do PS que conheci como lutadores antifascistas (alguns no Partido), sinto um enorme desgosto, mas tenho sempre a esperança que o passado de luta os leve a unir esforços para derrotar esta política antipatriótica de destruição do país e verdadeiro retrocesso civilizacional. Será que a miséria para que estão a atirar os trabalhadores e o povo já não os revolta?
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