10 junho 2012

Sol na eira e chuva no nabal ou...

... ser sócio do mal e
entrar  no coro da caramunha




Cavaco Silva, no 10 de Junho

Em boa verdade, estou cansado de escrever sobre o mesmo mas a alternativa é render-me pelo cansaço e pela irritação. Leio e olho esta passagem do discurso presidencial de hoje e só posso sentenciar que, de facto, é preciso muita desfaçatez. É que, quase tão insustentável como os níveis de desemprego é nada disto ter sido dito quando Cavaco Silva abençoava o memorando com a troika estrangeira e fazia de Presidente da Comissão de Honra da troika nacional. Insustentável é, passado um ano, vir-se reconhecer não explicitamente tudo o que outros avisaram a tempo e foram tratados pelo PS, PSD e CDS como radicais irresponsáveis e impenitentes catastrofistas. Insustentável é vir assinalar um novo curso (semântico) no discurso dos mais importantes líderes europeus e não haver memória do mais pequeno sinal de divergência ou conflito público entre o governo português e o directório franco-alemão em qualquer das muitas cimeiras europeias do último ano. Insustentável, por fim e para não gastar mais cera com tão ruins defuntos, é que o celebrado Prof. de economia que é Presidente da República continue a agarrado à ideia de casar a brutal austeridade com o crescimento e o emprego, ou seja que, na capela privada de Belém, continue a rezar para que, 95 anos depois, ocorra um ainda mais esplendoroso milagre de Fátima.

2 comentários:

  1. Por vezes, interrogo-me se estão realmente preocupados com o desemprego ou, apenas, com a resistência da corda...

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  2. Eu acho que é "com a resistência da corda". Por isso mais essa tentativa de propor o impossível para acalmar os ânimos.

    Um beijo.

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