15 junho 2012

Sistema eleitoral francês

Sem esperar por domingo


Se, no domingo, se confirmarem estas previsões baseadas na última sondagem da IPSOS sobre a repartição final de lugares no Parlamento francês após a segunda volta, então, contra a corrente e contra a indiferença, fica desde já aqui dita alguma coisa sobre a iniquidade congénita de um sistema eleitoral que faz com que uma força como o Front de Gauche, que cresceu 2,6 pontos em relação a 2007, se arrisca a ter menos dois ou três deputados do que já tinha, como é que um partido como o PS, com 30% dos votos na 1ª volta, pode vir a ter sózinho entre 50 e 54% dos deputados e como é que os Verdes (aliados do PS), com menos votos na 1ª volta do que o Front de Gauche, pode ter mais deputados, e isto para já não falar se esta exclusão quase sistemática da Frente Nacional (que teve 13% dos votos na 1ª volta) do Parlamento francês resolve alguma coisa, em termos de futuro ou, se pelo contrário, lhe permite manter uma rendosa aura de «pureza» e de partido anti-sistema.

7 comentários:

  1. É a matemática inventada por eles a funcionar.

    Um beijo.

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  2. No Domingo TAMBÉM há eleições na Grécia.

    Pelos vistos, nada de muito significativo, para o Vitor Dias,

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  3. Não sou obrigado a ir a todas ou sequer a ter ideias claras sobre tudo. Mas fique descansado. Se for o caso, assinalarei suficientemente o castigo dos partidos pró-memorandum de expoliação e inaudita agressão ao povo grego.

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  4. Nem tal eu lhe pediria.

    Mas tendo em conta aquilo que está em jogo nas eleições gregas e francesas, qualquer homem de esquerda sabe onde se está a jogar o futuro.

    Basta ter lido a incrivel primeira pagina do Financial Times na edição alemã de ontem, com um apelo em alemão e grego a apelar ao voto na direita, e a ameaçar caso os gregos votem no Syriza, para se perceber, a importãncia do que está em jogo.

    Isto para lá dos Carrefour, e outras grandes multinacionais, a avisarem os seus trabalhadores na Grecia para terem cuidado com a forma como vão votar.

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  5. O signicado político das eleições de hoje na Grécia, independentemente dos resultados, deviam merecer toda a atenção e reflexão dos homens e mulheres de esquerda.

    A explicação dada atrás por Vítor Dias não é compatível com a postura de um homem bem informado e que, não acredito, não tenha opiniões básicas formadas àcerca de um acontecimento tão relevante.

    Nada o justifica e, muito menos, um ridiculo "ciúme" do BE, enquanto "partido-irmão" do Syrisa.

    Que me desculpe a frontalidade, mas penso que a substimação implícita na sua resposta só pode ter como justificação o lamentável e recorrente sectarismo do PCP, que muito tem contribuído para as dificuldades de encontrar um caminho comum, à esquerda.

    O mesmo PCP que foi o CAMPEÃO da unidade democrática na luta contra o regime fascista.

    Mas que há muito abandonou a "política de alianças" como vector fundamental da táctica política e razão do êxito da luta de resistência anti-fascista que viria a culminar na criação do MFA e no vitorioso 25 de Abril.

    É com muita tristeza e desgosto que me vejo forçado a reconhecer que o PCP, desde há muitos anos, deixou de estar à altura da sua História e do seu papel histórico.

    E isso tem sido trágico para a maioria dos Portugueses.
    Não só para os comunistas.

    Termino repetindo de novo um apelo que já aqui deixei :

    Comemoremos o 100º aniversário do nascimento de ÁLVARO CUNHAL com o regresso do PCP ao seu papel indispensável na História de Portugal - ser o motor, o catalizador da unidade das esquerdas em torno de um projecto concreto, real, exequível de Poder e Governo ao serviço do País.

    Fernando Oliveira

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  6. Lamento que não tenha reparado que o seu comentário é um despropósito e um excesso em relação ao que eu escrevi e nem têm em conta o que escrevi.
    Como é óbvio, não compartilho das suas opiniões sobre o alegado afastamento de politicas de alianças entre sectores democráticos, que estão reafirmadas em todos os seus Congressos.
    E permito-me suspeitar que, por detrás das suas linhas e pensamento, está a omisssão de um «pequeno» problema chamado política e orientações fundamentais do PS.

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  7. Respeitando a sua opinião, apenas lhe quero dizer três coisas:

    1ª - O meu comentário cingiu-se apenas à resposta que dá no dia 16/6, às 13:01, ao comentário de um leitor.

    2ª - Eu conheço bem as "Resoluções Políticas" de todos os congressos do PCP. Contudo, entre proclamar e praticar vai uma grande diferença. Daí que a "reafirmação" se resume a um formalismo. Na prática, são palavras vãs. E você sabe isso, bem melhor do que eu. Sobretudo pelas altas responsabilidades de Direcção que já teve.

    3ª - As suas "suspeitas" são infundadas quanto aos fundamentos do meu pensamento e outro tanto em relação às minhas posições em relação à "política e orientações fundamentais do PS".

    E pode crer que discordar da prática política da Direcção do PCP não é sinónimo de ser complacente com as políticas de direita defendidas e praticadas por sucessivas direcções do PS. Muito longe disso. No meu caso e de milhares de outros que foram injustamente etiquetados como "folhas sêcas", apesar de nunca se terem desviado do marxismo, apesar de nunca se terem "encostado" ao PS ou a qualquer outra força política.

    É que a esmagadora maioria dos "dissidentes/discordantes" do PCP mantiveram-se fiéis aos seus ideais de sempre. Não foram, não são e acredito que nunca serão "zitas seabras" e quejandos.

    Aliás, sem pretender comparar-nos seja a quem for, a mais recente entrevista de José Tengarrinha é bem reveladora da
    verdadeira política de alianças que foi adoptada desde os primeiros anos após a Revolução. E se há pessoa, entre outras, que conhece bem as situações que Tengarrinha relata é você, Vítor Dias.

    Muitas outras, eu e outros, podíamos elencar. Só que o meu objectivo não é denunciar, mas sim criticar e apelar à reflexão sobre a mudança necessária.

    Fernando Oliveira

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