28 junho 2012

Nada surpreendente mas sempre triste

Agitação nos cemitérios italianos


Sob o título já de si significativo de «Monti viaja a Bruselas tras lograr la aprobación de la reforma del trabajo», o El País noticiava hoje o seguinte: «Aun de mala gana, los partidos políticos italianos acaban de conceder una nueva transfusión de confianza a Mario Monti. El primer ministro  técnico se plantará ante Angela Merkel con el aval de haber conseguido aprobar una reforma del trabajo muy dura, que no solo elimina derechos históricos de los trabajadores —el célebre artículo 18 que hacía prácticamente imposible el despido—, sino que además inaugura una larga época de sufrimiento. “El trabajo ya no es un derecho”, llegó a admitir la ministra Elsa Fornero, “debe ser ganado, incluso, a través del sacrificio”. Así pues, Mario Monti llega a Bruselas con su liderazgo reforzado, pero dejando atrás una desastrosa situación política, económica y laboral. (...)Durante dos días, los diputados de la izquierda, de la derecha y del centro expusieron apasionadamente sus puntos de vista –en su mayor parte contrarios por hache o por be a la gestión de Monti--, pero, a la hora de la verdad, dijeron otra cosa. El Gobierno técnico logró salvar las cuatro cuestiones de confianza a las que se sometió. En el caso de la reforma del mercado del trabajo, con 393 votos a favor, 74 en contra y 46 abstenciones. (...)».

Acontece que, tendo até em conta que 80 dos 200 deputados do partido de Berlusconi não votaram a favor, os 393 votos a favor só podem significar que a «reforma», contestada por todo o país pela CGIL, teve o apoio dos deputados do Partido Democrático (ex-D.S., ex-PCI, tanto ex- que, para o integrar, até obrigou o grupo socialista no Parlamento Europeu a mudar de nome) que é aliás a força mais estavelmente apoiante do governo Monti.

Entretanto, soube-se oficiosamente que o Instituto Sismográfico de Itália terá identificado ligeiros movimentos de terras em quase todos os cemitérios italianos, havendo quem admita que ontem dezenas de milhar de ossadas  de comunistas italianos, dos mais ilustres aos mais anónimos, terão dado voltas na tumbas.

Dir-se-á que a liquidação do PCI já foi há 20 anos e que este pessoal do PD já é todo de outra extracção. Mas nem tanto, que eu saiba, o PD ainda é presidido por essa sabida raposa chamada Massimo D'Alema, desde jovem uma importante figura do PCI de então. Mas desse, e antecipando o que hoje estamos a ver,  já tratou uma vez o Nanni Moretti.



A título de informação,
a ler aqui esta entrevista



3 comentários:

  1. Essa tal agremiação, toda ex, já foi chamada "di sinistra" mas agora é só sinistra (na acepção vulgar da palavra).

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  2. Está visto,novos tempos e renovadas formas de luta estão a chegar face ao fascismo que se alastra pela Europa.Infelizmente,e pela mostra da organização terrorista do atlantico norte,virão tempos de sangue...

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  3. Tal como lá há por cá muitos"sinistros" noutros partidos que esqueceram os seus ideais, se é que alguma vez os tiveram.

    Um beijo.

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