14 setembro 2011

Muito mais mortos que no WTC


Afeganistão nove anos depois





vídeo do NYT aqui

Não que seja a primeira vez mas o ataque ontem, em plena Cabul, dos talibans à Embaixada dos EUA e ao QG da NATO trouxe novamente para as headlines a calamitosa situação militar que os EUA e a NATO defrontam naquele país nove anos depois da sua invasão.


Por causa das moscas que sempre pousam nestas alturas, talvez valha a pena esclarecer que não partilho nada da ideia de que, sempre e sempre, quem combate os meus inimigos meu amigo é, e também que por talibans e outros mujahedines ( outrora tão amados, armados e financiados pelo Ocidente) só tenho asco político. E ainda confesso  humildemente que não sei qual é a solução razoável ou viável para a questão afegã e até declaro que não tenho nenhuma obrigação de a ter.


Por hoje, e apenas querendo dizer o que fica literalmente aí escrito e nada mais, só venho lembrar um facto muito esquecido que, de um ponto de vista comparativo, ajuda a iluminar a dimensão do fracasso militar dos EUA e da NATO no sofrido Afeganistão: é que, apesar de defrontarem uma vasta e poderosa coligação (muito mais impressionante do que os limitados apoios actuais dos talibans) de mujahedines, EUA, ditadura do Paquistão e Cia., as tropas do regime de Mohammed Nadjibullah, já depois da retirada soviética, ainda resistiram três anos.





1 comentário:

  1. "não partilho nada da ideia de que, sempre e sempre, quem combate os meus inimigos meu amigo é" Eles não têm de ser amigos para que a sua luta seja justa. Combatem contra o invasor das suas terras, do seu país e esse combate merece ser 'apoiado'. É progressista ou progressivo. Além disso, contribuindo para a derrota do imperialismo dão um contributo maior à luta da humanidade pelo progresso, pela libertação da ditadura imperial do que qualquer acção que decorra no mundo ocidental.
    Cá no ocidente dizemo-nos muito civilizados e essas coisas assim. A verdade é que 'permitimos' que os governos dos nossos países mandem os seus militares para operações de restauração do colonialismo que se saldam por um custo humano sem fim. Onde está a nossa cultura, a nossa civilização, de que é que isso vale?

    "E ainda confesso humildemente que não sei qual é a solução razoável ou viável para a questão afegã" Seja qual for, aos afegãos é que caberá resolver isso. Os EUA e a Nato têm de sair e ponto final.

    Eu também gostaria que no Afeganistão fosse outro o tipo de forças que enfrentam a besta imperial, mas não é isso o que acontece. Há quem diga que em Kabul o político mais popular é Mohammed Nadjibullah. Talvez isso seja um motivo de esperança.

    Albertino

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