14 setembro 2011

Ai, a esquecida cronologia

Como cheguei agora da Lua ...





... e só nasci em 1945, sempre que, como acontece na caixa de comentários deste post, vejo uma vasta  rapaziada a falar do horrendo, terrível e repugnante  «pacto germano-soviético», só me apetece fazer uma inocente pergunta: importam-se V. Exas de me informar qual é a data do pacto germano-soviético e qual é a data do Pacto de Munique ?


10 comentários:

  1. O acordo de Munique foi uma tentativa de apaziguar Hitler e os nazis. Tacticamente estúpida, mas sem que o eixo Reino Unido / França ganhasse grande coisa com isso.

    O pacto germânico-soviético foi um acordo táctico (realpolitik extrema) e pretensiosamente secret de dividir território (a Polónia em destaque) entre nazis e soviéticos.

    Não tivesse ocorrido a invasão soviética e era provável ver Estaline impávido perante o expansionismo alemão (como até 1941).

    Tire-se as conclusões que se quiser...

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  2. para João Torgal:

    Começo por reparar que resolveu não ter a frontalidade de responder à pergunta e confirmar que o Acordo de Munique aconteceu quase um ano antes do pacto-germano soviético.

    Reparo depois que para si a cronologia parece não ter qualquer importância, nomeadamente o reconhecimento feito por tantos historiadores de que o pacto germano-soviético é inseparável da antecedente atitude dos países ocidentais em querer empurrar a guerra para Leste (Paul Marie de La Gorge afirma mesmo que a Grã-Bretanha e a França chegaram a pensar numa intervenção militar conjunta contra a URSS antes da guerra).

    Reparo também que para si entregar territórios a Hitler (acordo de Munique) não tem importância mas já dividir a Polónia é uma coisa chocante (faltou-lhe contar-nos qual a atitude política do governo polaco de então).

    E mais não preciso de dizer porque os leitores certamente não deixaram de registar o modo suave como trata o acordo de Munique e o modo duríssimo como trata o pacto germano-soviético.

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  3. O Acordo de Munique foi antes e foi estúpido, como disse, porque revelou medo de Hitler. Mas não tentou tirar dividendos territoriais disso, não acordou invadir um país e partilhá-lo, como Estaline fez com Hitler.

    Referir que o pacto germano-soviético foi uma inevitabilidade em função da falta de apoio do Ocidente e que Estaline era um idealista (e não um estratega frio e imparável) e não queria de forma alguma negociar com os nazis, é quase como acreditar no Pai Natal

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  4. Qual posição do governo polaco? De impedir a entrada do exército vermelho por questões de segurança? Como o futuro mostrou, nomeadamente na Guerra Fria, todos sabemos que o exército soviético só actuou nos países satélite para defender a soberania da URSS. Pois, pois...

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  5. Também convem não esquecer não esquecer os avisos dos soviéticos relativamente aos perigos da política de Hitler.
    De facto a cronologia é muito importante.

    Um beijo.

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  6. Seco e duro. Para que se não esqueçam que a memória não é uniforme.E nós, comunistas, somos e temos, muitas memórias.

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  7. Quais as consequências do Pacto, para o Movimento Comunista Internacional, fragilizou-o e de que maneira, ignorar isso não é útil para o debate.

    A entrega a Hitler de refugiados politicos alemães por Estaline, foi um crime.

    Leiam por exemplo Os Subterrâneos da Liberdade do Jorge Amado.

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  8. O êxito do fascismo nazi na Alemanha em 1933 e a política de Hitler nos anos seguintes agravaram muito a ameaça duma segunda guerra mundial. A crise económica de 1929 fez aumentar muito o perigo de conflitos armados entre as grandes potencias, pois a militarização da economia afigurava-se um meio expedito de resolver a crise económica. O armamento alemão atinge valores impressionantes. Impedir a formação de uma vasta coligação anti hitleriana que agrupasse as potências imperialistas do ocidente e a união Soviética foi o objectivo principal da política nazi (juntamnte com o rearmamento, já enunciado). A política externa da URSS foi desde o início marcada pela tentativa de isolar Hitler e resistir à agressão. No entanto, a política do Reino Unido e da França foi sempre muito permissiva, limitando-se a condenações verbais. A quando da assinatura dos acordos de Munique (setembro de 1938), já o Japão tinha declarado guerra à China (1932; 1937), tendo provocado alguns violentos incidentes com a URSS, e a Itália invadira a Etiópia (1935). Com os acordos de Munique Hitler pode anexar os territórios dos sudetas na Checoslováquia. Esta atitude da França e do Reino Unido só podia trazer inquietação à URSS. O Governo da URSS continou a trabalhar na constituição de uma frente comum com a França e o Reino Unido, sem nenhuns resultados. É neste contexto que se tem de entender os actos posteriores dos dirigentes da URSS.

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  9. Dizer-se que Hitler não procurou retirar dividendos territoriais dos acordos de Munique revela profunda ignorância. Então e os territórios dos Sudetas, na Checoslováquia? Então e a ocupação da Boémia e da Morávia? Então e a ocupação de Memel (Lituânia)?

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  10. "Mas não tentou tirar dividendos territoriais disso, não acordou invadir um país e partilhá-lo" - referia-me naturalmente ao bloco ocidental e não à Alemanha nazi

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