16 janeiro 2014

Para além de tudo o mais


Senhores deputados e senhoras deputadas do PSD: se vos baila na cabeça a tentação rasteira, mesquinha e videirinha de, com uma eventual vossa vitória num referendo destes, criarem um falso intervalo no descrédito e isolamento em que amaioria governamental está afundada, não se esqueçam entretanto de uma coisa: é que, antes de lá chegarem se é que chegam, serão generalizadamente gozados e odiados por terem imposto ao país (isto, se o PR, como mandaria um pingo de dignidade e independência, não se recusar a convocá-lo) uma campanha eleitoral e uma votação nacional sobre um tema que é da perfeita competência da AR, numa altura em que a maioria dos portugueses, por força de brutais cortes que nunca foram sujeitos a referendo, todos os dias conta os euros que já gastou e os que lhe sobram.

P.S.: Como bem explica Isabel Moreira no Público de hoje, a proposta de referendo congeminada pelos meninos da JSD (e agora necessariamente abençoada por Passos Coelho) depois de seis meses de debate parlamentar sobre o assunto é manifestamente ilegal pois versa sobre duas matérias distintas e uma das quais não está em processo legislativo quando a lei orgânica do referendo exige que um referendo só possa abordar uma matéria e que a mesma tenha sido objecto de um projecto ou proposta de lei apresentado no Parlamento.E, a este propósito, recorde-se que as propostas de referendo têm que ser obrigatoriamente sujeitas à apreciação do Tribunal Constitucional.

1 comentário:

  1. Qual é o partido excluído dos partidos ditos democráticos? Qual será?

    Um beijo.

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