06 janeiro 2014

Haja senso

Há dias em que é maior
a obrigação de medir as palavras


Eu sei que, numa situação emocional em que naturalmente há uma enxurrada de declarações, é quase uma certeza matemática que, aqui ou ali, saia disparate, palermice ou falta de ponderação sobre a oportunidade de certas frases. Mas, embora eu nem seja daquelas pessoas de esquerda que gosta de tomar Assunção Esteves como alvo (reparem que nem coloco ai em cima a sua foto), não posso deixar de registar a extrema infelicidade da sua referência aos «elevados custos» de uma provável trasladação do corpo de Eusébio para o Panteão Nacional e à sua peregrina ideia de, para o efeito, se recorrer ao mecenato. E só a circunstância do dia e o respeito pelo morto fazem com que não estampe aqui um inventado grafismo em que a Sagres anunciasse o seu patrocínio a essa trasladação.

1 comentário:

  1. Correndo o risco de ser políticamente incorrecto, pergunto.me se não haverá outros futebolistas e, sobretudo, praticantes de outros desportos menos "nobres" que merecessem ir para Panteão. Ou, por exemplo. cientistas.

    Quanto ao mecenato, a ideia para certos espíritos não será peregrina: numa altura em que (quase) tudo é visto pelo prisma capitalista da rentabilidade, do lucro e da publicidade/publicitação, nestes tempos de barbárie institucionalizada de que falava Brecht

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