31 janeiro 2014

Uma crise sem adjectivo

Duplicação de reuniões
e violas no saco

Quem assim o achar pode chamar-me de velho, de embirrento, de formado numa «arqueológica» escola política e de insensível às exigências de «transparência» das sociedades modernas. Façam favor, não se acanhem.

Mas, mesmo correndo esse risco, como de outras vezes sem qualquer acrimónia de natureza pessoal, eu não posso deixar de opinar que o que está em cima referido pelo Público a respeito de um partido em constituição  não resiste a um módico de espírito crítico e só pode aparecer como uma espécie de foguetório mediático e de procura da diferença pela diferença.

Por duas razões que me parecem óbvias e elementares:

- a primeira é que nem o órgão executivo do partido mais original e informal do mundo deixará de ter assuntos reservados a tratar, sejam eles de natureza administrativa, táctica ou estratégica, o que é evidentemente incompatível com a presença de jornalistas; e, assim sendo, é legítimo que se pense que num tal partido o que passará a haver são reuniões do tal órgão executivo para comunicação social ver e outras fechadas à comunicação social onde aí sim se discutirão as questões partidárias e políticas  mais sensíveis ou delicadas:

- a segunda é que a abertura à comunicação social das reuniões de órgãos relevantes de um partido serão inevitavelmente não um factor de liberdade de opinião para os seus membros mas um poderoso constrangimento a essa liberdade e à expressão de divergências pois que, quando cada membro falar, estará a pensar no que poderá ser reproduzido na comunicação social do dia seguinte.

Desculpem lá, mas há aqui uma crise que evidentemente não é propriamente social, económica ou política mas para a qual não encontro (ou não quero encontrar) o adjectivo adequado.

Celebrando o 31 de Janeiro de 1891...

... um fado da República
que chegaria 19 anos depois



 

Estava na cara

Foram avisados e não
ligaram, agora tomem




Em 16 de Janeiro avisei aqui os rapazolas da JSD e os grandolas do PSD que, « antes de lá chegarem [ao referendo]  se é que chegam, serão generalizadamente gozados e odiados por terem imposto ao país (isto, se o PR, como mandaria um pingo de dignidade e independência, não se recusar a convocá-lo) uma campanha eleitoral e uma votação nacional sobre um tema que é da perfeita competência da AR, numa altura em que a maioria dos portugueses, por força de brutais cortes que nunca foram sujeitos a referendo, todos os dias conta os euros que já gastou e os que lhe sobram

Ontem uma sondagem do jornal «i» e da Pitagórica deu este resultado:



E, para além destes dados exuberantes, tenha-se em conta que, tanto quanto me lembro, a tradição em Portugal nas sondagens sobre a realização de referendos dava sempre uma maioria a querê-los a todos, sendo que depois ir às urnas votar já era outra conversa.

Volto a este tema pela simples razão de que, ao contrário de muito boa gente,  não tenho assim tanta certeza de que não haverá referendo nenhum. Relembro que, mesmo que o TC chumbe a actual proposta (e não faltam razões para isso), o projecto volta para a AR e o PSD sempre pode alterar as perguntas. No fundo, gostemos ou não, a verdadeira garantia de que não haverá este estúpido referendo virá a estar nas mãos e vontade do Presidente da República. Mas, antes disso, também poderá estar nas mãos de um PSD que tome boa consciência do alto preço político que vai pagar perante a opinião pública pela insistência nesta repugnante manobra.

30 janeiro 2014

Farto, fartinho deste truque ou engano !

Hoje resolvi exercer
o meu direito à birra


Daniel Oliveira perpetrou no Expresso online um artigo, manifestamente a propósito das falhadas negociações do BE com o 3D (matéria que não me interessa comentar) onde há, sem dúvida, algumas coisas certas (designadamente a imprescindibidade de um reequilibrio de influência eleitoral entre o PS e os partidos à sua esquerda) e muitas que mereciam um comentário crítico.

Neste último caso, por exemplo, esta: «Se nada for feito a direita acabará, contra todas as previsões, por vencer as próximas eleições legislativas ou, mais provável, o PS governará com ela. Porquê? Porque o PS não tem que se preocupar com o seu flanco esquerdo, que se encarrega de se boicotar a si próprio. Pode continuar a desculpar-se com a impossibilidade de fazer alianças com aquele lado.»

Por exemplo, também esta:«
E a verdade, hoje, é esta: ao contrário do que julgam PCP e BE, ao PS saem de borla as viragens à direita. Porque nenhum eleitor do PS acredita que PCP e BE alguma vez queiram realmente governar. E faz muitíssimo bem em não acreditar.»


Por exemplo, ainda esta: «De uma coisa não tenho dúvidas: basta aparecer à esquerda uma força digna de algum respeito e credibilidade [sempre a nunca explicada «credibilidade»] para que aconteça um terramoto político em Portugal».

E a nada disto respondo, critico ou desvendo o que de erróneo está por detrás destas palavras por causa do seguinte período do mesmo texto de Daniel Oliveira em que, embora comece por referir que «É verdade que a cultura de cedência socialista não é propriamente nova», nem por isso deixa depois de produzir este naco de prosa: «Não foi a direita que usou um décimo do que a Europa produz para salvar os bancos. Foi a direita e foi a esquerda. Não foi a direita que trouxe a troika e assinou um memorando que é um programa ideológico escrito por fanáticos. Foi a direita e foi a esquerda. Não foi a direita que aprovou um Tratado Orçamental que ilegaliza políticas keynesianas. Foi a direita e foi a esquerda

Ou seja, entendam-me bem: ao menos por uma vez, eu quero recusar-me a discutir com uma estimável pessoa que, sendo um experimentadíssimo comentador e activista político, dotado aliás de bastantes recursos semânticos, sabendo perfeitamente que é do PS (ou, à escala europeia, os partidos socialistas e social-democratas) que está a falar consegue por três vezes escrever que também « foi a esquerda».


E, pela enésima vez, volto a repetir: o espaço é uma coisa preciosa na imprensa e estou farto desta generalizada teimosia ou ligeireza intelectual que leva a, em vez de gastar dois caracteres - "PS" -, insistir em gastar oito - "esquerda".

Lembre-se quando falarem da saída da troika

E agora já acredita
que há luta de classes ?





29 janeiro 2014

Atenção ao que é mais importante !

 


Lisboa e Setúbal - às 15 hs. desfile
do Cais de Sodré para os Restauradores
Porto - às 15 hs, na Praça dos Leões

(restantes concentrações aqui)

28 janeiro 2014

Advogados de presos políticos (1945-1974)

Uma justíssima homenagem




iniciativa hoje realizada
na Sala do Senado da AR

(para ler melhor, ir aqui)

Pete Seeger (1919-2014)

A long goodbye to Pete

... sem nunca esquecer o seu concerto (recordado hoje aqui por Ruben de Carvalho) no Pavilhão dos Desportos em Lisboa (2.12.1983) em que a má acústica da sala não importou nada tal foi a cumplicidade de convicções e a força de afectos que ali se viveram.






Seeger e o maccartismo

«On August 18, 1955, Seeger was subpoenaed to testify before the House Un-American Activities Committee (HUAC). Alone among the many witnesses after the 1950 conviction and imprisonment of the Hollywood Ten for contempt of Congress, Seeger refused to plead the Fifth Amendment (which asserted that his testimony might be self incriminating) and instead (as the Hollywood Ten had done) refused to name personal and political associations on the grounds that this would violate his First Amendment rights: "I am not going to answer any questions as to my association, my philosophical or religious beliefs or my political beliefs, or how I voted in any election, or any of these private affairs. I think these are very improper questions for any American to be asked, especially under such compulsion as this." Seeger's refusal to testify led to a March 26, 1957, indictment for contempt of Congress; for some years, he had to keep the federal government apprised of where he was going any time he left the Southern District of New York. He was convicted in a jury trial of contempt of Congress in March 1961, and sentenced to 10 years in jail (to be served simultaneously), but in May 1962 an appeals court ruled the indictment to be flawed and overturned his conviction»(Wikipedia)

Slideshow aqui em The New York Times


As palavras de introdução ao disco 
do concerto de Seeger em Lisboa 


 (com um obrigado ao António Baldeiras)


uma síntese em The Nation:
«Probably no song reflects Pete’s
indomitable spirit more than
Quite Early Morning,” the song he
sang on the Colbert Report in 2012»

Don’t you know it’s darkest before the dawn
And it’s this thought keeps me moving on
If we could heed these early warnings
The time is now quite early morning
If we could heed these early warnings
The time is now quite early morning

Some say that humankind won’t long endure
But what makes them so doggone sure?
I know that you who hear my singing
Could make those freedom bells go ringing
I know that you who hear my singing
Could make those freedom bells go ringing

And so keep on while we live
Until we have no, no more to give
And when these fingers can strum no longer
Hand the old banjo to young ones stronger
And when these fingers can strum no longer
Hand the old banjo to young ones stronger


So though it’s darkest before the dawn
These thoughts keep us moving on
Through all this world of joy and sorrow
We still can have singing tomorrows
Through all this world of joy and sorrow
We still can have singing tomorrows

27 janeiro 2014

Mais uma surpresa : «o PS pode aceitar»

Há qualquer coisa que
me escapa ou estou a ficar senil


Espremendo dolorosamente as meninges e mesmo sabendo que o trabalho na função pública não depende propriamente de encomendas, eu até posso admitir que neste sector haja picos de trabalho, embora não certamente de forma idêntica ou generalizada em todos os serviços. Mas, para além de críticas de fundo à proposta do governo de pagar com tempo as horas extraordinárias, não creio que isso baste para desfazer uma minha perplexidade : é que, se há trabalho atrasado que justifica as horas extraordinárias, então depois o rendimento dos serviços não é afectado pelas ausências dos trabalhadores que lhes foram permitidas em troca do pagamento em dinheiro que lhes era devido ? E, por muito que se diga que «tempo é dinheiro», já é possível pagar as prestações da casa e as compras no supermercado com tempo ?

Ainda a Frente Nacional em França

Para saber mais
e perceber melhor




Os interessados em perceber melhor esse terrível fenómeno e enorme bico de obra que é a Frente Nacional em França têm aqui à sua disposição um interessante dossier (de 2011). Pelo seu particular interesse, publico aqui em «os papéis de alexandria» passagens do artigo de Alain Hayot em que contesta frontalmente a tese largamente estabelecida e dominante de que a principal contribuição para o ascenso eleitoral da FN tenha vindo de ex-eleitores comunistas.

O primeiro a denunciar o trabalho infantil

Lewis Hine ou
a memória do trabalho


Aqui no último Babelia de El País um belo artigo de Antonio Muñoz Molina sobre o grande fotógrafo norte-americano Lewis Hine (1874-1940), a quem a primeira série de «o tempo das cerejas» prestou em tempos a devida homenagem,.

«Lewis Hine tenía el raro talento
de advertir la dignidad,
y retratarla y honrarla.
con un disparo de camara»

 

26 janeiro 2014

Para o seu domingo, a «cantaora» espanhola

Esperanza Fernández
canta poemas de Saramago








Ler aqui em El País

Guardanapo para os «convergentes» a todo o custo

O PS qual esponja
de velhas ideias da direita




Para além de sublinhar que se trata do miserável e oportunista encosto do PS a um dos temas fortes do mais rasteiro populismo e de lembrar que a redução do número de deputados se reflecte sempre desproporcionalmente nos partidos com menor representação parlamentar, o que quero agora dizer é que só por ser domingo é que não trago aqui a longa  antologia das antigas declarações de responsáveis do PS em que se opunham a esta velha obsessão da direita. Embora sabendo que foi para momentos e casos destes que costuma servir a fórmula «lava mais branco» de que «só os burros não mudam de opinião».

25 janeiro 2014

Sinais dos tempos

As ondas de choque de
uma sondagem em França




Uma sondagem IPSOS realizada em França sobre as «novas fracturas francesas» está provocar acesa polémica e diferentes interpretações. Não é possível resumi-la aqui e também não tenho condições para fazer a minha própria apreciação em termos breves dos seus vastos dados, a não ser que, pelas ambivalências e até aspectos contraditórios que revela, me parece dar uma útil aproximação aos tempos de angústia, descontentamento mas também acentuada desorientação que hoje se vivem em muitos países. Melhor mesmo é lê-la com tempo e atenção. Entretanto, vale também a pena ler a contestação de Marianne a uma análise do Le Monde que, esquematicamente, veio postular que os resultados desta sondagem eram um sinal da extensa penetração das ideias (das antigas e das que, por oportunismo eleitoral passou a adoptar, acrescentaria eu) da Frente Nacional.

Resumo da IPSOS:
(clicar para aumentar)


e um dos muitos gráficos


Porque hoje é sábado (359)

Mariana Baltar


A sugestão musical dos sábados traz-vos
hoje a voz da cantora brasileira
Mariana Baltar, com Mauro Aguiar
e Luis Flávio Alcofra






Com total independência aqui o digo

A culpa é do PCP
que não lhes deu uma
chucha antes de terem a birra



24 janeiro 2014

Gramsci e Togliatti já nem se revolvem nas tumbas !

Apresento-vos a peculiar
democracia do novo líder
do Partido Democrático italiano


No Público de ontem era possível ler esta notícia:

Estas citações fazem-se aqui mas sem qualquer admiração. Com efeito, a nova «vedeta» do «centro-esquerda» italiano, recentemente eleita em primárias para líder do Partido Democrático (ex-DS, ex-PDS, ex-PCI), partido que para nele se integrar até obrigou o Grupo Socialista do Parlamento Europeu a modificar ligeiramente o nome, em entrevista ao El País de 23.4.2013 já havia explicado ao que vinha:
Feitas as citações, só falta dizer que é uma pena que quem nos traz estas notícias e os Matteo Renzi que lhes dão origem nunca se dêem ao trabalho de explicar, e assim a moscambilha passa despercebida a 90% dos leitores, que se a um partido que teve 35% dos votos se lhe dá os deputados correspondentes a 53% dos votos, então há 18% de eleitores que são roubados nos deputados que queriam e deviam ter eleito. «Um homem, um voto», bonito princípio claro, o que já não é tão bonito é que os votos de uns possam valer tudo e os de outros não valerem nada. «Democracia representativa», dizem eles !

Olha, olha, assim também eu !

Governo deita foguetes mas
não há festa nos nossos bolsos






23 janeiro 2014

Músicos brasileiros em Nova Iorque

 











A diferença entre um «e» e um hífen

43 anos depois, o mesmo
assassinato de um «e»


[os sublinhados são meus]
«É partindo destas características, aqui brevemente anotadas,mas amplamente desenvolvidas no Programa e noutros documentos do PCP, que o Partido define a etapa actual da revolução como uma «Revolução Democrática e Nacional».
Uma revolução democrática porque porá fim à ditadura fascista, destruirá o Estado fascista, organizará um Estado ao serviço da revolução, instaurará a liberdade política, porá termo à oligarquia financeira, realizará uma série de profundas reformas que beneficiarão a maioria esmagadora da população e abrirão caminho para o socialismo.
Uma revolução nacional, porque pondo termo ao domínio imperialista sobre Portugal e ao domínio colonial português sobre ouros povos, assegurará a verdadeira independência de Portugal.
(...) «O Partido diz: «revolução democrática e nacional», mas a alguns críticos escapa que «democrática» e «nacional» são dois termos distintos que caracterizam por um lado o carácter democrático, popular, da revolução, e, por outro lado, o seu carácter nacional ( a «verdadeira independência»). É sintomático que só muito raramente os teorizadores pequeno-burgueses, ao referirem-se ao Programa e à linha do Partido, repetem a formulação «Revolução Democrática e Nacional» (um e a mais ou menos não tem importância, não é verdade ?). Incapazes de se libertarem de esquemas, de clichés, do que leram nos manuais, escrevem sistematicamente «Revolução Democrática Nacional» (sem a palavra e) julgando possivelmente que a palavra «nacional» significa simplesmente «portuguesa»!; ou revolução «nacional-democrática» ou «democrato-nacional», julgando possivelmente ( sem reparar nos objectivos definidos) que o PCP caracteriza a etapa actual da revolução em Portugal como algumas revoluções  chamadas «nacionais-democráticas» de países que ainda não haviam atingido o estádio capitalista, recém-libertados do jugo imperialista estrangeiro».

- Álvaro Cunhal em
«O Radicalismo pequeno-burguês
de fachada socialista
», obra concluída
 em Novembro de 1970.

« O programa [«aprovado em 1965, no VI Congresso»] define a etapa da revolução como democrático-nacional, alicerçada em oito objectivos»(p. 619); «À tardia incorporação de elementos programáticos, mesmo nos limites que a formulação da revolução democrática-nacional lhes conferiu, o PCP contrapôs uma lógica imediatista (...)» (p.620)

- João Madeira no
capítulo «Conclusões» de
 «História do PCP (1921-1974»,
edição em 2013
.

Expliquem-me este mistério

Um dado aterrador


Sim, este é um dado aterrador certamente para os cidadãos que são os chamados consumidores domésticos mas também para as empresas e, como esta notícia só fala de taxas e impostos, ainda ficam de fora os exorbitantes aumentos de preços da energia e como eles também afectam a competitividade das empresas portuguesas.

Ora, apesar de uma empresa de consultadoria absolutamente insupeita de alguma visão de esquerda - a PWC - dizer isto aqui (p.13)
a verdade é que nunca vi as confederações patronais fazerem nenhuma campanha a sério contra os preços da energia ,parecendo mais fácil deixar correr a campanha sobre os custos salariais em Portugal que até já são dos mais baixos da Europa.


Um grande crítico do Euro

Uma útil
entrevista de Jacques Sapir



Extracto: «Certains auteurs ont écrit des choses très étranges. Ils ont prétendu que la création de l’Euro induirait une augmentation très forte des flux commerciaux entre les pays de cette zone monétaire. Cette idée a été fortement répandue. Ceci provenait de travaux tant théoriques qu’empiriques, en particulier ceux d’Andrew K. Rose . Ces travaux, qui étaient fondés sur un modèle de gravité , accordaient une très grande importance à la proximité géographique des partenaires. Donnant naissance à ce que l’on a appelé « l’effet Rose » et à une littérature extrêmement favorable aux Unions Monétaires, ils décrivaient les monnaies nationales comme des « obstacles » au commerce international . L’intégration monétaire devait provoquer une meilleure corrélation du cycle des affaires entre les pays . Cette intégration monétaire devait aussi conduire à une accumulation des connaissances conduisant à une forte augmentation de la production et des échanges potentiels . En un sens l’Union monétaire allait créer les conditions de réussite de la « Zone Monétaire Optimale », alors que ces conditions n’étaient pas réunies, dans un mouvement qui semblait devoir être endogène . D’où les déclarations de divers hommes politiques, déclarations aujourd’hui fameuses, affirmant que l’Euro allait conduire, de par sa seule existence, à une forte croissance pour les pays membres. Jacques Delors et Romano Prodi ont ainsi affirmé que l’Euro allait favoriser la croissance européenne de 1% à 1,5% . On a vu qu’il n’en a rien été. 

Ces travaux ont été fortement critiqués tant sur la méthode économétrique utilisée[[16]]url:#_ftn16 que sur les résultats empiriques obtenus . Ces différents éléments ont conduit à une remise en cause plus fondamentale des résultats de l’étude initiale de A.K. Rose. Capitalisant sur près de vingt ans de recherches sur le commerce international et les modèles de gravité, Harry Kelejian (avec G. Tavlas et P. Petroulas) ont repris les diverses estimations des effets d’une union monétaire sur le commerce international des pays membres. Les résultats sont dévastateurs. Là où Rose avait annoncé une hausse du commerce intra-zone de 200%, on ne trouve qu’un accroissement allant de 3% à 5% (na íntegra aqui em Mariannne)

22 janeiro 2014

Um plano ao modo do «salazarismo sem Salazar»

Post a ser repetido em 17 de Maio
(dia da alegada «saída» da troika)




assunto já tratado aqui no 
«ladrões de bicicletas»