07 novembro 2011

Eleições de 20 de Novembro

Espanha: um remake
de qualquer coisa que já vimos
Na noite em que se realiza em Espanha o debate televisivo («teletienda de los recortadores», chamou-lhe Cayo Lara, da Esquerda Unida) entre Alfredo Perez Rubalcaba e Mariano Rajoy ( e em que, a meu ver, resta a Rubalcaba minorar a anunciada hecatombe eleitoral do PSOE e tentar travar a deslocação de votos para a sua esquerda), volto à sondagem divulgada em 4 de Novembro (18 mil inquiridos) pelo Centro de Investigações Sociológicas não tanto para colocar a enfâse nos seus resultados quanto a intenções de voto (que aí ficam) mas sobretudo para pôr em evidência os aparentes absurdos ou ambivalências que, para mim sem surpresa, hoje em dia se desvendam no jogo entre opiniões políticas e opções de voto. Resumindo, o ponto é este: a diferença registada entre intenções de voto no PP e no PSOE não tem o correspondente suporte nas apreciações manifestadas em respostas a outras perguntas, onde em regra o PP também se sai bastante mal.
  
Acredita que o PP se estivesse estado
no Governo, teria feito...
Como avalia a governação do PSOE

Que confiança lhe inspira Mariano Rajoy

Quem preferia como Primeiro-Ministro

2 comentários:

  1. Concordo com o sublinhar da ideia de um descontentamento generalizado.
    Mas também me parece importante pensar nos porquês de isso não se traduzir em maior deslocação para outros, nomeadamente a IU.
    Em parte, penso que se deve ao facto de em Espanha a dimensão reduzida dos círculos prejudicar muito os partidos mais pequenos (daí os projectos de "reforma" da lei eleitoral entre nós via Barreto, Pacheco et alii). Madrid e Barcelona têm um peso relativo menor do que Lisboa e o Porto, p. ex., pelo que o círculo médio espanhol é de facto bastante pequeno.
    Partidos com o voto mais concentrado regionalmente, como a CyU, safam-se melhor com isso, como é evidente. A IU sai muito mais lesada. Com mais votos que a CyU, fica todavia com menos mandatos. Com mais do que 1/5 dos votos do PSOE, tem entretanto menos de 1/15 dos mandatos deste, etc.
    Assim, alarga também o terreno para o medrar da atitude de "que se vayan todos", ou da oposição oficialmente "impolítica" ou meramente "indignada", claro.
    Mas é bom, em todo o caso, que a IU suba...
    Saudações cordiais,
    João Carlos Graça

    ResponderEliminar