13 maio 2013

Conselho de Estado

"Alguma coisa se há-de arranjar"


Registando de passagem que a ordem de trabalhos mostra que o Presidente  prefere que os Conselheiros de Estado opinem não sobre o presente mas sobre um futuro próximo e tendo em conta que Cavaco inaugurou a quanto a mim muito infeliz tradição de do Conselho de Estado («órgão de consulta política do Presidente», diz a Constituição) saírem comunicados com doutrina política, palpita-me que nas salas do Palácio de Belém já ocorreu o seguinte diálogo entre Cavaco Silva e Fernando Lima:

Cavaco Silva : «Fernando, era bom ir já trabalhando num projecto de comunicado a sair do próximo Conselho de Estado. Não lhe preciso de lhe dizer que, sem prejuizo de alguma inovação que consiga encontrar, me parece essencial insistir na possibilidade de uma harmonia entre sacríficos e crescimento económico e emprego  e que esse comunicado enfatize as virtudes de consensos alargados e apele à confiança no futuro de Portugal. E também não preciso de lhe dizer que tudo tem de ser escrito para que nunca aconteça a bronca do Soares e do Alegre se recusarem a aprovar o comunicado.»

Fernando Lima: «Esteja descansado, senhor Presidente, alguma coisa se há-de arranjar».

3 comentários:

  1. Para não deixar ficar mal o Marques Mendes, tinha que convocar o Conselho de Estado e como não quer ouvir aconselhamento político (ainda se arriscava a aparecer alguma recomendação para demitir o governo), saiu esta convocatória.
    Se todos os dias há alterações às previsões como vão os conselheiros políticos discutir a economia pós-troika?
    Vão conseguir adivinhar quantos milhares de milhões de euros de destruição da economia vai este governo provocar até lá? Quantas mais centenas de milhares de pobres, de desempregados, de falências de famílias e empresas?
    Vão adivinhar quando é pedido novo resgate? Se tal acontecer quantos mais anos teremos de troika?
    Até parece que andam a gozar connosco.

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  2. O senhor Presidente anda muito reinadio !

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  3. Perante a crise do país o senhor tinha que fazer qualquer coisa. E juntamente com os seus assessores tinha várias alternativas :
    1. Irem todos tomar banho à Caparica
    2. Organizarem um torneio de chinquilho
    3. Irem a pé a Fátima.
    Como o moço de recados do PSD para a televisão já havia anunciado uma convocatória do Conselho de Estado optaram por por esta solução para não darem sinal de desorientação.
    O tema sugerido inicialmente era : "O que farão os portugueses quando chegarem a Marte".
    Ao fim e ao cabo qualquer coisa serve porque é preciso é parecer que se está a agir.

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