18 março 2014

A violência dos rios e a violência das margens

Aguardando que Raquel Varela
descubra que foi o PCP que,
em aliança com o PS e o PSD,
afundou o Titanic


Esta parte devidamente sublinhada de um post de Raquel Varela no «cinco dias» devia dar-me todo o direito a uma saraivada de violências verbais e até mesmo de impropérios mas não quero ir por aí até porque sei que, citando Brecht,  quase sempre se repara na violência das águas dos rios e ninguém fala da violência das margens que o oprimem. Por isso me limito a dizer que 40 anos depois do 25 de Abril deveria haver já a serenidade e isenção suficientes para que um historiadora não cultivasse a calúnia grotesca e a infâmia desavergonhada.

19 comentários:

  1. Não basta ser-se historiador (a). Tem que haver rigor e seriedade/verdade!!!

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  2. A Raquel Varela limita-se a reproduzir a opinião de muita gente que viveu esse periodo.

    Não é por isso nenhuma aleivosia, como o Vitor Dias pretende.

    É uma opinião, respeitável como é respeitável a discordância do autor deste blogue.

    Talvez um dia se saiba com clareza o que se passou realmente nesses dias, as ESTRANHAS alianças , a actuação dos serviços secretos das super-potências, o papel de cada partido, as reuniões mais ou menos secretas de Melo Antunes, o Papel de Otelo, de Rosa Coutinho, de Costa Gomes de Costa Martins etc etc etc.

    Mas se calhar nessa altura já cá não estaremos para ler.

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    1. Qualquer lista minimamente decente e séria do que seriam «os oficiais revolucionários» mostrará o total absurdo da acusação.

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  3. Gostava que o Vitor Dias publicasse a lista , dos tais ditos " militares revolucionários" para eu conseguir entender a que se refere.

    E já agora será que alguma vez se saberá quem fez sair os Paras?

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    1. Não publico lista nenhuma mas basta ter presente nomes de oficiais que eram considerados afectos à «esquerda militar» para se perceber o absurdo de se dizer que, tal como o PSD e o PS, o PCP também os queria «controlar». Note-se entretanto, que na semântica e pensamento de Raquel Varela, «controlo» quer dizer neutralização, anulação, domesticação e não outra coisa qualquer.

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  4. http://abcdosportuguesinhos.blogspot.pt/2014/03/o-povo-unido-jamais-sera-soberano.html

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  5. Deixei de ler Raquel Varela. É um chorrilho de coisas sem grande nexo. Não abona nem a verdade histórica nem a própria "historiadora" pela ausência de profundidade. Terá muito a aprenderia com Hermano Saraiva que escreve sobre o mesmo período com a dignidade necessária não obstante as suas conhecidas ideias de direita.
    Monteiro

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  6. Estou como o anónimo das 00:42.Deixei de ler textos da blogger R.Varela. Não são só as inverdades e as omissões.É sobretudo o carácter manipulador e a forma como junta os pedaços, sonegando uns, acrescentando outros para servir o seu produto.Quando se tenta desfazer o fio à meada torna-se tudo tão claro mas o que sobra é um sabor amargo de corte e costura e de trabalho perdido.
    Tem feito o seu trajecto, oscilando entre a academia, que venera, respeita e de quem pretende continuar a servir(-se) e os escritos a raiar a desonestidade nos blogs que frequenta.
    Pelo meio o lápis pesado com que censura quem lhe denuncia as manhas.

    Quem terão sido os historiadores que a passaram no exame?

    De

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  7. De alianças conheço uma que nos é fatal, apesar das divergências "insanáveis".
    Ainda hoje li no JN em grandes letras "Fidelidade de Seguro a regras orçamentais satisfaz Merkel"
    Que mais há a dizer?

    Um beijo.

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  8. VD, não basta dizer que é calunia, deves dizer quais os factos que te levam a dizer que é calunia. Os factos do 25 de Novembro são para maioria dos portugueses com mais de 50 anos ainda confusos. O PC, pelo que ya li, tem dito sempre que não participou em nenhuma conjura, nem tentativa de golpe que precipitasse o contraagolpe. Outra coisa é com a esquerda à esquerda do PC, é confuso. Pelo que li, e so um estudo serio pode corroborar, houve uma manobra de envolvimento táctico protagonizado pelo grupo dos 9, os sobreviventes spinolistas e outros para abrir um novo ciclo, isso com a ajuda dos bons amigos europeus, americanos etc, por fim ao PREC, e conseguiram. A esquerda foi derrotada mas sobreviveu a pressão totalitaria, o que aconteceu depois é mais facil de entender, uma lenta contrarevolucão. Como que o grupo dos nove, Melo Antunes, pessoal dito progresista participou nesse momento de viragem unido a direita'' é mais interessante de tentar perceber quanto a mim que uma disputa de factos, entre quem os viveu e quem os conhece pela TV.

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    1. Fancamente, Mário Olivares, então a Raquel Varela, quanto ao 25 de Novemnbro, coloca praticamente o PCP no mesmo lado do PS e PSD, e eu é que ainda tenho de explicar onde está a calúnia ?

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  9. Onde estava o comunista VD quando chegaram as tropas do Jaime Neves à calçada da Ajuda ?

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    1. Apenas me apetece informar que, ao contrário de Otelo, não tinha ido para casa dormir.

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  10. Vitor Dias estava do lado oposto ao de jaime neves.
    Tal é sabido.O anónimo das 16 e 08 é que poderia estar no sitio mais adequado ao seu perfil de inquiridor-mor, a tentar fazer o seu trabalhinho pouco claro e paradoxalmente muito sujo.
    De

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  11. Pode-se gostar muito ,pouco ou nada de RV. Mas as suas afirmações são apoiadas em fontes reconhecidas.
    Talvez argumentar com factos contra as afirmações de RV fosse melhor e mais proveitoso para a verdde histórica, não vos parece?
    Cumprimentos

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  12. Eu embora com outro pseudonimo no 5dias não dou mais para o peditorio da RV.

    A Senhora além de ser avessa à verdade, tem como inimigo preferencial os comunistas e quem tiver duvidas preste atenção ao que escreve.


    Não disponho de conhecimentos nem tenho formação para questionar as suas capacidades como historiadora, que é autoritária, tendenciosa e inquisidora tenho razões para afirmá-lo.


    Do pouco que tenho lido da Senhora, considero muito estranho alguém que se afirma de esquerda dedicar todo o tempo a atacar essa esquerda que lhe devia ser próxima que a direita distante.

    Enfim são gostos. Como se costuma dizer, saiu à cepa.

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  13. O que se passou em Novembro de 1975 em reuniões à porta fechada, isso não sei dizer, porque não estava lá. Mas posso dizer-vos que em 25-26 passei muitas horas a receber telefonemas com pedidos de ajuda de soldados (repito, soldados, não estou a falar de hierarquias «aventureiristas») de várias unidades da região de Lisboa, que se queixavam de ter sido fechados à chave dentro das instalações militares; os arsenais também foram trancados, de modo a que eles, soldados, não pudessem acorrer contra o golpe militar.
    E agora a pergunta que dá direito ao grande prémio: quem imaginam vocês que trancou o arsenal e os soldados dentro desses quartéis?
    Não há pior cego do que aquele que não quer ver, mesmo quando a prova real dos factos lhes entra pelos olhos adentro.
    Independentemente de cada um de nós achar que o PCP fez bem ou mal em deixar passar o golpe (haverá razões políticas e estratégicas a favor e contra, como é óbvio), o prejuízo dos cegos é este: jamais entenderão a realidade - e portanto estão auto-excluídos de todo o debate racional.

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