Como os riscos de contágio, para o que me importa, são nulos, posso aqui registar que um grupo de 45 dirigentes, deputados ou quadros do PS com menos de 45 anos acaba de ter o seu dia de glória (uma página inteira no Público) ao apresentar em nome da «abertura à sociedade» um conjunto de revolucionárias alterações estatutárias de que destaco, entre outras, as de «atribuir direito de voto a simpatizantes do PS na eleição para o secretário-geral do partido, convocar referendos para decidir sobre posições do partido, nos quais possam votar militantes e cidadãos eleitores, e a possibilidade de 25 cidadãos independentes ou simpatizantes poderem entrar para a comissão nacional e 7 incluírem a comissão política».
Como se calculará, Deus me livre de me ingerir em questões da vida interna do PS e, além do mais, salvo por razões de príncipio sobre as evoluções do sistema político, tanto me faz o que decidam ou queiram instituir na sua vida interna.
Não, não e não, a este respeito só quero desabafar no sentido de que, iluminado pela celébre frase de Groucho Marx, eu jamais aceitaria ser membro de um partido em que independentes ou simpatizantes tivessem os mesmos direitos que eu e manifestamente menos deveres que eu e que jamais aceitaria, se fosse independente ou só simpatizante, fazer parte da direcção de um partido cuja acção colectiva deverá ser supostamente baseada no esforço e trabalho dos que são membros do partido.
Quanto ao resto, seria sempre bonito e comovedor ver um partido a aceitar regras que nem um grupo columbófilo, colectividade de cultura e recreio ou misericórdia aceitaria. Mas não liguem, eu estou velho e consequentemente relapso aos pujantes ventos da modernidade e os subscritores da papeleta têm, ao que parece, talvez com excepção do Carlos César, menos de 45 anos.
Entraram em pânico e aplicam a táctica do "Estebes": tudo a monte!
ResponderEliminarJá estamos a ver os "cidadãos eleitores" do CDSs e PSDs a votar nos referendos do PS sobre futuros "consensos".
Como não são capazes de vencer algumas resistências internas e têm vergonha de formarem novamente o grande bloco central ou uma nova troika interna para um segundo pacto de agressão, inventam estas soluções absurdas.
Os "ideólogos" desta inqualificável proposta, podem ser todos novos, mas adaptam velhas teorias da desregulamentação capitalista à organização do seu próprio partido.
Como o PS se afastou do povo e da sua base de apoio, julga que consegue aproximá-la do partido com medidas administrativas e não com propostas políticas concretas que demonstrem a ruptura com as políticas deste governo e as exigências da troika.
Estaremos a assistir ao fim do PS como aconteceu na Itália e na Grécia e parece começar a acontecer em França?
Faz lembrar aquela colectividade em que os sócios que não eram sócios, se sentavam na cadeira dos sócios.
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