15 setembro 2012

Ai que tristeza e amargura

A Leonete não me lê


Por azar dos Távoras, na mesma edição em que o Público levava a primeira página esta expressiva imagem de paz social, a sua editora de política Leonete Botelho, escrevendo sobre «o sobressalto cívico» rematava, referindo-se a Passos Coelho, que «veremos hoje se não sepultou também a paz social». Ora, desta maneira de dizer ou escrever só se pode concluir que, para a ilustre jornalista, antes de hoje a paz social era geral e universal e estava vivíssima da costa na sociedade portuguesa. Acontece porém que, por causa de uma afirmação sua congénere, eu já tinha rezado a Leonete Botelho o responso que está aqui.
Sou assim forçado a concluir que Leonete Botelho não me lê, provavelmente porque não cede ao tique narcisista que tantos temos que é, pelo menos periodicamente, pesquisar o nosso nome no Google. Escrevo isto não é por razões do meu ego, é só porque, se me tivesse lido e reflectido dois segundos, a Leonete certamente deixaria de inventar uma tão patente «paz social» que a realidade não mostra e que, por vezes, as próprias páginas do seu jornal desmentem.

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