Na edição impressa de hoje do Público tudo o que os leitores podem aí encontrar sobre o caso «Público-Miguel Relvas» que ontem rebentou é o comunicado da direcção do jornal sobre o assunto.
Embora a razão deste post seja outra, não quero deixar de mencionar que a direcção do jornal avalizou uma determinada versão do que aconteceu ao incluir no seu comunicado a seguinte passagem : «Num telefonema à editora de política do jornal, na quarta-feira, Miguel Relvas ameaçou fazer um blackout noticioso do Governo contra o jornal e divulgar detalhes da vida privada da jornalista Maria José Oliveira, de quem tinha recebido nesses dias um conjunto de perguntas relativas a contradições nas declarações que prestara, no dia anterior, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.»
Entretanto, o que me ocupa agora é a circunstância decorrente de que assim os leitores do Público não tiveram direito a ter acesso ao comunicado do Conselho de Redacção do jornal nem, por exemplo, ao comunicado do Sindicato dos Jornalistas (que até estão disponíveis por toda a parte).
Este critério ou atitude da direcção do jornal não me causa a menor surpresa. Já há imensos anos, no quadro de uma polémica muito conhecida sobre o alegadamente nefando «centralismo democrático» do PCP, eu observava que «centralismo» tout court (isto é, sem o adjectivo «democrático») era o que mais havia em diversas esferas da sociedade portuguesa, a começar desde logo, e porventura em caso de recorde nacional, na comunicação social.
Talvez os leitores mais novos não acreditem mas há 20 anos, pelas paragens do Público e de outros órgãos de comunicação social, em nome de uma famosa «transparência», até se sustentava que as reuniões do Comité Central do PCP deviam ser abertas aos órgãos de informação.
E, em resposta, eu sempre sustentei que, se caíssemos nessa demagogia barata da transparência total, então teríamos de começar pela comunicação social porque, em boa verdade, de há muito que ela influencia muito mais o curso da vida política nacional do que os partidos.
Pois é, agora nem os leitores nem os os jornalistas do Público puderam ler nas páginas do seu jornal o comunicado do eleito Conselho de Redacção do jornal. Como teria dito o manhoso de Santa Comba Dão, «está tudo bem assim e não podia ser de outra maneira».
O manhoso que é dono do jornal apenas usa um verniz melhor. Por baixo do verniz está lá quase tudo...
ResponderEliminarAbraço.
Dobre!Por issso,já não leio JORNAIS!!!!!!!!!!!!e,TENHO ORGULHO NISSO.
ResponderEliminarBastava escreverem mmééé..mééé..mé
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