06 maio 2012

2ª volta das presidenciais francesas

Alternância confirmada,
alternativa distante


Como era expectável, Hollande vence a 2ª volta das presidenciais francesas com 51,7%, derrotando o Presidente em exercício, N. Sarkozy.
Não sou pessoa de desvalorizar qualquer elemento positivo, neste caso a derrota da direita, que possa favorecer lutas e dinâmicas para reais mudanças de política.
Se não soubesse o que é sabido, até talvez escrevesse que a primeira prova de fogo de Hollande como Presidente da República seria a sua atitude face ao novo mas iníquo e desgraçado novo tratado entre países da UE.
Mas, se mais não houvesse, bastariam 17 palavras constantes de uma peça na edição de ontem do Público para arrefecer ilusões mais quentes.
Dizem elas que Hollande « aceita a disciplina inscrita no novo tratado orçamental mas quer acrescentar-lhe um "pacto para o crescimento"». Ou seja, como já aqui escrevi e tal como o PS português, Hollande também quer vender-nos a espantosa treta de que é possível misturar e fundir azeite com vinagre.
Agora, de acordo com uma consolidada tradição, deve seguir-se em Junho uma nova derrota da direita nas legislativas, sendo entretanto necessário e desejável que um forte crescimento à esquerda do PS impeça uma sua maioria absoluta de deputados, o que é muito difícil num sistema uninominal maioritário a duas voltas [ver quadro em baixo sobre os resultados de 2007].
Entretanto, teria grande importância que, ao contrário do que aconteceu na 1ª volta das presidenciais, na 1ª volta das legislativas não existisse uma maioria de eleitores votando à direita.


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