10 maio 2014

Arranque da campanha CDU no Coliseu

Convicção, energia e audácia



Intervenção de João Ferreira
«Cheios de cinismos dizem querer homenagear os portugueses. Pois convidamo-los a virem fazer essa homenagem numa urgência de hospital com espera interminável, numa das filas para a sopa dos pobres, ou no desespero duma fila do centro de emprego.
Não há limpeza nenhuma senão a dos bolsos dos portugueses e a dos direitos que a Constituição consagra.
Mas também não há “saída” nenhuma. A mentira infame dos que vendem o país, dos que traem os interesses nacionais, chega a invocar um novo 1640.
Fazem-no para escondem uma outra data. Pelo menos até 2038, de acordo com os compromissos assumidos entre troikas, nacional e estrangeira, Portugal estará sob a chamada “vigilância reforçada” do FMI e da UE, com inspecções regulares e sujeito a sanções.
Alguns relógios que por aí andam, com a contagem decrescente para a saída da troika, têm de ser atrasado quase um quarto de século.
Mas mesmo que a troika saísse de vez, cá ficariam os violentos condicionamentos do euro e do seu Pacto de Estabilidade (que anda há uma década e meia a semear instabilidade), cá ficariam o Tratado Orçamental e todas as outras regulamentações decididas ao nível da União Europeia (como a governação económica e o semestre europeu), cá ficaria tudo isso a vigiar e a garantir o prosseguimento da austeridade. Pelo menos mais vinte anos dizem eles! Mais 20 anos de exploração, de liquidação de direitos e de saque dos salários e das reformas, ao sabor dos interesses dos especuladores.»

- intervenção de Jerónimo de Sousa

«(...)
Mas, caros amigos e camaradas, esta pré-campanha eleitoral está marcada também por outros factos significativos, desde logo, pela intensificação das manobras de mistificação e mentira para alijar responsabilidades próprias da parte do PSD, do CDS e do PS na grave situação que o País enfrenta e iludir os reais objectivos das suas opções e da sua política em relação ao futuro.

Nunca se mistificou e mentiu tanto, em tão curto espaço de tempo!
Se a mentira e a mistificação pagassem impostos, estes partidos iam à falência.
Da parte do governo e da sua Aliança eleitoral, assistimos a uma campanha de propaganda, um colossal embuste, tentando criar a ilusão de uma mudança da sua política para o futuro e tentar levar ao engano outra vez os portugueses.
Veem anunciar novas promessas que vão ao arrepio das suas verdadeiras intenções.
Tal como no passado, prometem agora fazer o contrário do que têm feito e pretendem continuar fazer.
Proclamam aos sete ventos que a concretização do Pacto de Agressão foi um êxito, passando por cima das muitas e muitas vidas destruídas, dos dramas escusados, infligidos de forma deliberada a centenas de milhares de portugueses.
Querem riscar uma realidade que tornou o País ainda mais frágil e que hipotecou o seu futuro! (...)

É por tudo isto que o voto na CDU é a atitude mais coerente de todos aqueles que não se resignam e lutam para derrotar este governo e a política de direita.
É por tudo isto que o voto na CDU é o contributo fundamental para derrotar aqueles que como Rangel dizem que a nossa Constituição da República é letra morta e é fundamental para não termos mais do mesmo como propõe o PS ao afirmarem que isto só lá vai com mais federalismo!
Dar mais força à CDU é dar mais força à luta dos trabalhadores e do povo. É dar força à ideia que é possível e está ao nosso alcance uma real alternativa sustentada numa política patriótica e de esquerda capaz de assegurar a elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo e defender os interesses, a soberania e a independência de Portugal.
Dar mais força à CDU é afirmar que com a força do povo, é possível um Portugal com futuro, numa Europa dos trabalhadores e dos povos.
Vamos para o combate que aí está. Vamos à luta com confiança!»


15 comentários:

  1. Belas palavras e melhores ações.
    Claro que o único voto útil nestas e noutras eleições é na CDU.

    Um beijo.

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  2. Mas afinal qual é a posição OFICIAL do PCP sobre o Euro e sobre a União Europeia?

    Quer o PCP a saida do Euro, e a saida da União Europeia, era isto que Jerónimo de Sousa deveria ter clarificado, afinal estamos a votar para o Parlamento Europeu.

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    1. Comunicado do Comité Central do PCP de 1.10.2013 em http://www.pcp.pt/comunicado-do-comit%C3%A9-central-de-1-de-outubro-de-2013:

      «Sexta, a assunção de uma política soberana e a afirmação do primado dos interesses nacionais nas relações com a União Europeia, diversificando as relações económicas e financeiras e adoptando as medidas que preparem o País face a uma saída do Euro, seja por decisão do povo português, seja por desenvolvimento da crise da União Europeia.»

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    2. Curioso que eu não tenha visto mais nenhum partido ser solicitado a dizer o que se pede que o PCP esteja sempre a repetir - a solicitação para a repetição de uma posição com barbas.

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    3. Ó Augusto, volta para dentro da toca. Mais valia que perguntasses ao teu partido, que por pudor nem menciono, o que pensa da permanência do euro e a quem serve essa permanência.

      A posição do PCP é clara. Preparar a saída, seja para acautelar ruturas forçadas da zona euro, seja para libertar o país desse sufocante constrangimento que o condena à estagnação e recessão e à austeridade eterna.

      Uma saída cuidadosamente preparada, respeitando a vontade popular, conduzida por um governo de esquerda, que defenda no processo os rendimentos, as poupanças, os níveis de vida e os direitos da generalidade da população.

      Preparar a saída, seja ela forçada, seja ela voluntária. No primeiro caso, para defender o povo português; no segundo, para libertar o povo português.

      Não é certamente o PCP que tem falta de clareza!

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  3. É claro que não esclarece NADA.è por isso que ouvimos o candidato ao Parlamento dizer hoje, que Portugal tem de sair do Euro, e lemos nessa resolução uma posição de água chilra.
    ASSIM NÃO.

    O PCP deve dizer se está de acordo com o seu candidato quando ele diz que PORTUGAL DEVE SAIR DO EURO.

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    1. Augusto, Augusto, triste anónimo. Por que não perguntas ao teu partido se defende a saída, ou talvez melhor, se defende a permanência no euro?

      Se se junta ao PCP ou se se junta à troika nacional, PS, PSD e CDS. Essa é a grande questão que deveria ser respondida.

      Reestruturar a dívida, juros prazos e montantes, como disse antes de todos, e antes mesmo da chegada da troika, o PCP e abandonar o Tratado Orçamental é muito importante, mas infelizmente... não chega!

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    2. Era bom que encontrasse o tal sítio onde Ferreira diz que Portugal deve sair do euro. Confesso não ter dado por ela.

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  4. A posição do PCP sobre o Euro e a própria UE consta de diversos documentos e intervenções, em especial do Jerónimo de Sousa e, como se compreende, do seu cabeça de lista para estas eleições, o João Ferreira. Só por ignorância, ou má-fé, é que se pode querer fazer passar a ideia de que tal posição não está clarificada. Veja-se, a este propósito, os vídeos seguintes, referentes a três intervenções do João Ferreira, uma na TVI, outra na Associação 25 de Abril e a última numa entrevista ao Porto Canal. Em todas elas a posição da CDU é explicitada de forma clara.

    http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/14135628/3
    http://www.youtube.com/watch?v=MJALHTWuaOc&feature=share
    http://portocanal.sapo.pt/um_video/1DT0dAQlMj8BzDO882uy

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  5. Anónimo disse...
    O candidato da CDU não diz que Portugal deve sair do euro de qualquer maneira. Pode-se sair do euro pela direita ou pela esquerda. Mas ficar, só mesmo pela direita (o que devia dar que pensar a certas forças ditas de esquerda...)

    A saída do euro que se defende para libertar o povo e o país da ditadura dos "mercados", da austeridade eterna, do instrumento monetário ao serviço do grande capital financeiro europeu e do seu procurador político alemão é uma saída com condições:

    1 - Após uma cuidadosa preparação do país.

    2 - Com respeito pela vontade popular.

    3 - Conduzida por uma política e um governo patrióticos e de esquerda.

    (Implícita na anterior, mas talvez valha a pena explicitá-la:

    4 - Com a determinação de defender os rendimentos, as poupanças, os níveis de vida e os direitos da generalidade da população).

    HM

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    1. O candidato nem sequer diz que Portugal deve sair.

      O que diz é que deve preparar saída caso ela venha a ser necessária (quer por decisão, quer forçada) o que é um mundo de diferença.

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    2. Não é verdade. O candidato di-lo explicitamente, com todas as letras, por exemplo, entre várias outras, na entrevista ao Jornal de Notícias de 28 de Abril.

      E explica porquê. Veja por exemplo, a partir dos 3 minutos, nesta excelente entrevista, já referenciada numa resposta acima: http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/14135628/3 .

      Nomeadamente:

      – Para adequar a gestão monetária, financeira, cambial e orçamental à realidade e às necessidades do país (certamente muito diferentes das da Alemanha).

      – Para libertar o país dos constrangimentos do Pacto de Estabilidade (que semeia a instabilidade), das restrições ao investimento, sem o que a economia nacional corre o risco de se tornar obsoleta, e das amarras à estagnação (e mesmo recessão) e à austeridade eterna.

      – Para imunizar o país às perdas de competitividade que decorrem das valorizações excessivas da moeda única.

      – Até para introduzir algum atrito na saída de capitais pela especulação financeira.

      Entre outras boas razões, que os candidatos da CDU têm explicitado noutras entrevistas e noutras ações de campanha.

      Mas há de facto um “mundo de diferença” entre a posição séria e responsável do PCP e o aventureirismo oportunista de outros.

      Para o PCP, a saída só deve fazer-se pela esquerda, para defender e libertar a população e o país. Caso seja forçada, isto é, imposta pelos grandes poderes europeus, ou caso seja voluntária, por vontade do povo português.

      Daí a necessidade de preparar cuidadosamente o país. Ou o amigo acha que se prepara uma saída voluntária para não sair? Se acha, anda a brincar com coisas sérias…

      Daí também a exigência de a saída se fazer em articulação e segundo a orientação de uma política de esquerda e conduzida por um governo comprometido com ela e firmemente disposto a aplicá-la.

      HM

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  6. Há gente muito mouquinha. O PCP anda farto de repetir que a saída é necessária, tendo aliás o cuidado de acrescentar que não é, por si só, suficiente. Mas insistindo sempre que o país tem que ser preparado. Quem não percebe isto aceita saídas como as com que a Merkel ameaçava a Grécia.

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  7. Acrescentando à lista do comentador de 11 de Maio de 2014, das 22:14, mais uma curta mas esclarecedora intervenção do cabeça de lista da CDU. Nomeadamente sobre a necessidade de sair do euro e de preparar o país para isso, nos últimos dois minutos. Condição necessária, mas não suficiente, para desenvolver o país e recuperar e melhorar os níveis de emprego e de bem-estar da população.

    Aqui:

    http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=736322&tm=161&layout=122&visual=61

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