25 janeiro 2014

Sinais dos tempos

As ondas de choque de
uma sondagem em França




Uma sondagem IPSOS realizada em França sobre as «novas fracturas francesas» está provocar acesa polémica e diferentes interpretações. Não é possível resumi-la aqui e também não tenho condições para fazer a minha própria apreciação em termos breves dos seus vastos dados, a não ser que, pelas ambivalências e até aspectos contraditórios que revela, me parece dar uma útil aproximação aos tempos de angústia, descontentamento mas também acentuada desorientação que hoje se vivem em muitos países. Melhor mesmo é lê-la com tempo e atenção. Entretanto, vale também a pena ler a contestação de Marianne a uma análise do Le Monde que, esquematicamente, veio postular que os resultados desta sondagem eram um sinal da extensa penetração das ideias (das antigas e das que, por oportunismo eleitoral passou a adoptar, acrescentaria eu) da Frente Nacional.

Resumo da IPSOS:
(clicar para aumentar)


e um dos muitos gráficos


Porque hoje é sábado (359)

Mariana Baltar


A sugestão musical dos sábados traz-vos
hoje a voz da cantora brasileira
Mariana Baltar, com Mauro Aguiar
e Luis Flávio Alcofra






Com total independência aqui o digo

A culpa é do PCP
que não lhes deu uma
chucha antes de terem a birra



24 janeiro 2014

Gramsci e Togliatti já nem se revolvem nas tumbas !

Apresento-vos a peculiar
democracia do novo líder
do Partido Democrático italiano


No Público de ontem era possível ler esta notícia:

Estas citações fazem-se aqui mas sem qualquer admiração. Com efeito, a nova «vedeta» do «centro-esquerda» italiano, recentemente eleita em primárias para líder do Partido Democrático (ex-DS, ex-PDS, ex-PCI), partido que para nele se integrar até obrigou o Grupo Socialista do Parlamento Europeu a modificar ligeiramente o nome, em entrevista ao El País de 23.4.2013 já havia explicado ao que vinha:
Feitas as citações, só falta dizer que é uma pena que quem nos traz estas notícias e os Matteo Renzi que lhes dão origem nunca se dêem ao trabalho de explicar, e assim a moscambilha passa despercebida a 90% dos leitores, que se a um partido que teve 35% dos votos se lhe dá os deputados correspondentes a 53% dos votos, então há 18% de eleitores que são roubados nos deputados que queriam e deviam ter eleito. «Um homem, um voto», bonito princípio claro, o que já não é tão bonito é que os votos de uns possam valer tudo e os de outros não valerem nada. «Democracia representativa», dizem eles !

Olha, olha, assim também eu !

Governo deita foguetes mas
não há festa nos nossos bolsos






23 janeiro 2014

Músicos brasileiros em Nova Iorque

 











A diferença entre um «e» e um hífen

43 anos depois, o mesmo
assassinato de um «e»


[os sublinhados são meus]
«É partindo destas características, aqui brevemente anotadas,mas amplamente desenvolvidas no Programa e noutros documentos do PCP, que o Partido define a etapa actual da revolução como uma «Revolução Democrática e Nacional».
Uma revolução democrática porque porá fim à ditadura fascista, destruirá o Estado fascista, organizará um Estado ao serviço da revolução, instaurará a liberdade política, porá termo à oligarquia financeira, realizará uma série de profundas reformas que beneficiarão a maioria esmagadora da população e abrirão caminho para o socialismo.
Uma revolução nacional, porque pondo termo ao domínio imperialista sobre Portugal e ao domínio colonial português sobre ouros povos, assegurará a verdadeira independência de Portugal.
(...) «O Partido diz: «revolução democrática e nacional», mas a alguns críticos escapa que «democrática» e «nacional» são dois termos distintos que caracterizam por um lado o carácter democrático, popular, da revolução, e, por outro lado, o seu carácter nacional ( a «verdadeira independência»). É sintomático que só muito raramente os teorizadores pequeno-burgueses, ao referirem-se ao Programa e à linha do Partido, repetem a formulação «Revolução Democrática e Nacional» (um e a mais ou menos não tem importância, não é verdade ?). Incapazes de se libertarem de esquemas, de clichés, do que leram nos manuais, escrevem sistematicamente «Revolução Democrática Nacional» (sem a palavra e) julgando possivelmente que a palavra «nacional» significa simplesmente «portuguesa»!; ou revolução «nacional-democrática» ou «democrato-nacional», julgando possivelmente ( sem reparar nos objectivos definidos) que o PCP caracteriza a etapa actual da revolução em Portugal como algumas revoluções  chamadas «nacionais-democráticas» de países que ainda não haviam atingido o estádio capitalista, recém-libertados do jugo imperialista estrangeiro».

- Álvaro Cunhal em
«O Radicalismo pequeno-burguês
de fachada socialista
», obra concluída
 em Novembro de 1970.

« O programa [«aprovado em 1965, no VI Congresso»] define a etapa da revolução como democrático-nacional, alicerçada em oito objectivos»(p. 619); «À tardia incorporação de elementos programáticos, mesmo nos limites que a formulação da revolução democrática-nacional lhes conferiu, o PCP contrapôs uma lógica imediatista (...)» (p.620)

- João Madeira no
capítulo «Conclusões» de
 «História do PCP (1921-1974»,
edição em 2013
.

Expliquem-me este mistério

Um dado aterrador


Sim, este é um dado aterrador certamente para os cidadãos que são os chamados consumidores domésticos mas também para as empresas e, como esta notícia só fala de taxas e impostos, ainda ficam de fora os exorbitantes aumentos de preços da energia e como eles também afectam a competitividade das empresas portuguesas.

Ora, apesar de uma empresa de consultadoria absolutamente insupeita de alguma visão de esquerda - a PWC - dizer isto aqui (p.13)
a verdade é que nunca vi as confederações patronais fazerem nenhuma campanha a sério contra os preços da energia ,parecendo mais fácil deixar correr a campanha sobre os custos salariais em Portugal que até já são dos mais baixos da Europa.


Um grande crítico do Euro

Uma útil
entrevista de Jacques Sapir



Extracto: «Certains auteurs ont écrit des choses très étranges. Ils ont prétendu que la création de l’Euro induirait une augmentation très forte des flux commerciaux entre les pays de cette zone monétaire. Cette idée a été fortement répandue. Ceci provenait de travaux tant théoriques qu’empiriques, en particulier ceux d’Andrew K. Rose . Ces travaux, qui étaient fondés sur un modèle de gravité , accordaient une très grande importance à la proximité géographique des partenaires. Donnant naissance à ce que l’on a appelé « l’effet Rose » et à une littérature extrêmement favorable aux Unions Monétaires, ils décrivaient les monnaies nationales comme des « obstacles » au commerce international . L’intégration monétaire devait provoquer une meilleure corrélation du cycle des affaires entre les pays . Cette intégration monétaire devait aussi conduire à une accumulation des connaissances conduisant à une forte augmentation de la production et des échanges potentiels . En un sens l’Union monétaire allait créer les conditions de réussite de la « Zone Monétaire Optimale », alors que ces conditions n’étaient pas réunies, dans un mouvement qui semblait devoir être endogène . D’où les déclarations de divers hommes politiques, déclarations aujourd’hui fameuses, affirmant que l’Euro allait conduire, de par sa seule existence, à une forte croissance pour les pays membres. Jacques Delors et Romano Prodi ont ainsi affirmé que l’Euro allait favoriser la croissance européenne de 1% à 1,5% . On a vu qu’il n’en a rien été. 

Ces travaux ont été fortement critiqués tant sur la méthode économétrique utilisée[[16]]url:#_ftn16 que sur les résultats empiriques obtenus . Ces différents éléments ont conduit à une remise en cause plus fondamentale des résultats de l’étude initiale de A.K. Rose. Capitalisant sur près de vingt ans de recherches sur le commerce international et les modèles de gravité, Harry Kelejian (avec G. Tavlas et P. Petroulas) ont repris les diverses estimations des effets d’une union monétaire sur le commerce international des pays membres. Les résultats sont dévastateurs. Là où Rose avait annoncé une hausse du commerce intra-zone de 200%, on ne trouve qu’un accroissement allant de 3% à 5% (na íntegra aqui em Mariannne)

22 janeiro 2014

Um plano ao modo do «salazarismo sem Salazar»

Post a ser repetido em 17 de Maio
(dia da alegada «saída» da troika)




assunto já tratado aqui no 
«ladrões de bicicletas»