O novo governo
e o salário mínimo
Carmo Afonso no «Público»
(...) Este Governo encontrou uma forma de acenar com um valor simpático [1000 euros em 2028), sem ficar obrigado ao seu estabelecimento. As pessoas memorizam o valor e criam legítimas expectativas de o receber. Mas pode não ser assim e é importante, e decente, que saibam aquilo com que podem contar.
O Governo tem a obrigação de esclarecer as centenas de milhares de trabalhadores que ganham o SMN, tem a obrigação de assumir compromissos, digo indicar valores concretos e datas exatas. Não há outra forma de fazer política.
Ontem ouvimos Miranda Sarmento falar da relação entre o aumento do SMN e o crescimento económico. Isto é muito preocupante. Reparem que o programa económico da AD era puramente fantasioso: previa um crescimento do PIB de 3,5% até 2028 e uma progressão de 4% na legislatura seguinte. O anterior Governo previa um crescimento económico de apenas 1,8% até 2027. Ora, se é com base na concretização das alucinadas previsões dos economistas da AD, bem podem os trabalhadores portugueses ir buscar um banquinho para esperarem sentados pelos aumentos salariais. (...)»
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