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12 outubro 2024

Regressando a uma polémica antiga

Barreto e uma
 velha milonga

«O regime de Salazar não foi fascista.Os melhores pensadores quase todos concordam com isso. As características próprias do Estado Novo faziam dele um regime autoritário, reaccionário, conservador, nacionalista e imperialista. Mas fascista, não. Aliás, não será atrevido afirmar que fascista só mesmo o italiano

António Barreto no «Público»

Em curto só me apetece dizer que então para Barreto (e para os seus «melhores pensadores») fascistas só seriam os regimes que reproduzissem as mesmíssimas caracteristicas do fascismo italiano, assim se desprezando os interesses de classe que representaram e muitos dos métodos que usaram. Sem ser em curto, permito-me com imodéstia  sugerir que talvez os leitores tenham algum proveito em visitar a polémica que, a este respeito, há muitos anos travei com Vasco Pulido Valente no «Público» e que está aqui e aqui.

23 fevereiro 2020

Vasco Pulido Valente

Um certo tipo de perda

Nas seis páginas que o «Público» ontem compreensivelmente dedicou ao falecimento (que se lamenta) de Vasco Pulido Valente, uma era composta por citações do seu «diário» naquele jornal. E das 13 citações, três eram piadas ácidas a Saramago, a Jerónimo de Sousa e ao PCP. Tudo certo : como o arquivo deste blogue demonstra, perdi um «adversário político de estimação»-

29 abril 2019

Não, não deixo passar!

O turvo casamento
da infâmia com a senilidade



Vasco Pulido Valente no Público de sábado: «Vieram à televisão uns militares caducos parecendo ofendidos por se chamar "selvagem" à assembleia de 11 de Março. E tentando esconder os fuzilamentos que lá propuseram  personagens de peso, milicianos, anónimos, e um grupo extraviado do MRPP. Peço desculpa, ainda me lembro der Álvaro Cunhal num excitado comício prometendo aos camaradas, que gritavam «uma só solução, fuzilar a reacção", que não perdiam pela demora. (...) Os militares não tinham absolutamente nada de democrático. O 25 de Abril não se fez pela liberdade; fez-se para a tropa voltar para casa.E uma bela manhã, Álvaro Cunhal desembarcou em Lisboa, imitando deliberadamente  a chegada de Lenine à estação da Finlândia».

Sobre esta reles provocação apenas duas notas :

1 . Jamais num comício do PCP se gritou tal coisa e é preciso não ter dois dedos de testa para imaginar Álvaro Cunhal a dar corda a tal «slogan».

2. Quanto à alegada imitação de Lenine, já expliquei ene vezes. por exemplo aqui, que « nem Álvaro Cunhal nem Domingos Abrantes (que com ele viajou de Paris) faziam a mais pequena ideia do que se ia passar uma vez transpostas as portas do aeroporto e de que sítio iria Cunhal falar e já contei, como testemunha visual, que foram os militares (chefiados quanto a mim por Jaime Neves) que propuseram a Álvaro Cunhal que subisse para cima da chaimite.»

10 fevereiro 2019

Eu não dei por esta e ...

Rui Rio não deu por ele



- Miguel Guedes, no JN de 14.12.2018

Os leitores que estiverem interessados em conhecer os sofismas a que costumam recorrer os defensores desta tese, talvez possam visitar aqui e aqui  a polémica que em 2006 travei com Vasco Pulido Valente nas páginas do «Público».

21 dezembro 2018

Uma fama que já vem de longe


Ano Novo com carradas
de pluralismo no Público

«(...) Como sabemos que o espaço de opinião é de primordial importância para quem nos lê, vamos reformular a edição impressa para trazermos essas páginas para uma zona mais nobre do jornal. E queremos diversificar a oferta de opinião relevante com novos colunistas. António Barreto, Luis Aguiar-Conraria, Nuno Severiano Teixeira, Paula Teixeira da Cruz e Vasco Pulido Valente passarão a escrever no Público a partir de Janeiro próximo.
» 
(...)
- Manuel Carvalho, hoje em editorial

21 outubro 2018

O Vasco volta sempre

Vasco Pulido Valente :
dos casacos virados do
avesso aos bifes com
batatas fritas





Solução para a aparente contradição: os funcionários do PCP proibiam casacos novos para o Vasco mas não os bifes com batatas fritas. Porque também os comiam...,ai não !

06 novembro 2016

Um imperdível dejecto dominical

Anos 50 - e o funcionário
do PCP disse ao casal Correia
Guedes: « Nada de casaco novo
para o Vasquinho, virem o antigo !»


Num texto abjecto publicado no Observador a propósito do centenário do nascimento de Mário Dionísio, referindo-se a reuniões que se faziam em casa de seus pais («devotos da seita», diz ele), escreve Vasco Pulido Valente :

Ora eu já tinha adiantado a hipótese de o anticomunismo visceral de VPV ter a origem traumática de umas boas palmadas no rabo que Octávio Pato contava lhe ter dado uma vez após, em visita aos Correia Guedes, o menino Vasco lhe ter afinfado umas caneladas.

Parece que agora tenho de acrescentar a terrível imposição comunista das calças curtas e dos casacos virados. 

P.S: na estúpida e nojenta catilinária que resolveu perpetrar contra a memória de Mário Dionisio e referindo-se às actividades deste como «controleiro» do PCP para os intelectuais, VPV escreve a dada altura que «A partir dos doze, treze anos, comecei a ser arrastado para esta catequese e passei muitas noites – calado e quieto – a ouvir aquela gente perorar.»  Ora VPV nasceu em 1941 e quando tinha 12 anos corria o ano de 1953, ou seja, já Mário Dionisio se tinha demitido do PCP há um ano! Conclusão: a mentira tem perna curta.

29 janeiro 2016

A propósito de ignorância cavalar

Alguns, não eu, dirão que
são os malefícios 
da "decilitragem"

Muitos leitores detestam que eu dê confiança a esta gentinha desta mas eu, teimoso como tudo, divirto-me muito a divulgar as patetices senis de Vasco Pulido Valente.

No Público de hoje, arrota o sujeitinho : «(....) De 1975 em diante o PC arrastou uma existência mesquinha e acabou reduzido a umas Câmaras no Alentejo, com uma população envelhecida e sem qualquer importância estratégica e a uma dúzia de sindicatos do funcionalismo público e de companhias do Estado. A sua morte natural parecia próxima.»

Visto isto, só há que concluir que, em matéria de PCP, VPV é possuidor ou de uma ignorância cavalar ou caiu em pequenino  no caldeirão da má-fé (sem culpa dos pais que eram antifascistas estimados). Assim:

1. VPV não sabe que em 1979, ou seja 4 anos depois do 25 de Novembro de 1975, a «existência mesquinha» do PCP bem se revelou nos 18,80% obtidos pela APU em legislativas e dos 20,22% (CM) obtidos em eleições autárquicas;

2.VPV não sabe que no interior centro e norte há mais população envelhecida fora do Alentejo do que dentro dele;

3.VPV não sabe que nas últimas eleições autárquicas de 2013 a CDU  conquistou mais Câmaras Municipais (15) fora dos distritos de Évora, Beja e Portalegre do que as que conquistou nesses distritos (14), entre as quais de novo Loures que, como toda a gente sabe, é um imenso lar de idosos .

4. Finalmente, e para abreviar, mas isto sem aceitar a etiquetagem feita por VPV, é evidente que o próprio nunca se deu  nem dará ao trabalho de consultar a lista completa de sindicatos aderentes da CGTP-IN para não descobrir que a maioria actua no sector privado.

E, pronto, porque há supostos «prestígios» que são eternos e nada abala, Vasco Pulido Valente continuará a escrever três vezes por semana na última página do Público.

06 dezembro 2015

Vasco Pulido Valente ou...

... as patetices de um eremita !


Certamente para nos tornar divertido este domingo, na sua crónica de hoje no Público, Vasco Pulido Valente classifica o PCP como «uma organização semi-secreta» e logo sentencia, com a prosápia e ligeireza que lhe estão no código genético (isto é só uma maneira de dizer porque não tem nada ver com os pais que foram dois prestigiados antifascistas apoiantes do PCP), que «ninguém conhece o nome ou viu a cara dos membros da Comissão [?] Central ou do Secretariado».

A afirmação só serve para confirmar que VPV vive no seu estudado e amado  XIX e que, passados tantos anos,  ainda não descobriu essa horrenda coisa chamada Internet. 

De outro modo, em vez de bojardar à toa, já teria encontrado isto no sítio oficial do PCP:
Comité Central 
 and so on (aqui)
aqui 



P.S. : acresce ainda que, depois de cada Congresso, o Comité Central do PCP publica sempre um comunicado detalhando, com bastante minúcia, as responsabilidades dos membros dos seus organismos executivos.

04 dezembro 2015

Quando quero, faço de bom samaritano

Melhorando caridosamente
a cultura política de Vasco Pulido Valente


(clicar para aumentar)

Na sua crónica no Público de hoje, Vasco Pulido Valente resolveu introduzir uma variante na campanha anticomunista em curso desde 4 de Outubro, bolsando as habituais caricaturas, deturpações e incompreensões sobre as regras de funcionamento interno do PCP (infelizmente não tenho à mão uma crónica minha de há muitos anos no «Semanário» em que demonstrava que essas ditas nefandas regras, mais coisa menos coisa, também existiam nos Estatutos de outros partidos).

Ora, o que VPV manifestamente ou não sabe ou não lhe convém saber é que, não interessando agora nada saber se o aplicam muito ou pouco, Congresso após Congresso, continua em vigor no PSD um Regulamento de Disciplina que, para além das que estão na imagem acima, considera graves infracções disciplinares as seguintes:


e) defesa pública de posições contrárias aos princípios da social-democracia e do programa partidário; 

f) manifesto desrespeito pelas deliberações emitidas pelos órgãos competentes do Partido, designadamente através dos órgãos de comunicação social; 

h) inscrição em qualquer associação política não filiada no Partido, sem conhecimento do Conselho Nacional

i) participação, sem autorização da Comissão Política ou da Comissão Permanente Nacional, em qualquer actividade de natureza susceptível de contrariar as directrizes dos competentes órgãos do Partido;

 j) candidatar-se a qualquer lugar electivo do Estado ou de Autarquias Locais sem autorização do competente órgão do Partido;


n) estabelecer polémica com outros membros do Partido, fora dos quadros ou órgãos partidários desde que a discussão incida sobre deliberações dos respectivos orgãos estatutários e seja susceptível de pôr em causa a eficácia daquelas directrizes. (...)».

Estamos, pois, conversados.

25 novembro 2015

Portugal, 1958-1961

Fique a conhecer a Almanaque !
Juro que não ganho nenhuma comissão dos serviços comerciais do Público mas não posso deixar de chamar a atenção para que amanhã, conjuntamente com a edição normal do jornal, estará à venda (6,90 E.) o primeiro número da sua série sobre revistas portuguesas dedicada à revista Almanaque, que publicou a partir de Outubro de 1959 18 números (que em tempos distantes comprei num alfarrabista e depois perdi-lhe o rasto), sobre a excelente direcção gráfica de Sebastião Rodrigues ( e depois também com a contribuição de João Abel Manta) e que integrou na sua redacção nomes como os de Baptista- Bastos, José Cardoso Pires, Stau Monteiro, Augusto Abelaira, José Cutileiro e Vasco Pulido Valente. Para quem não a conheceu na época  ou não sabe como era, recomendo vivamente que aproveitem esta oportunidade para visitarem o bom gosto, a qualidade e a modernidade desta revista democrática nascida e publicada nos duros tempos do fascismo.




07 novembro 2015

Os 115 e...

... a oitava praga do Egipto

Graças à crónica de Vasco Pulido Valente hoje no Público fiquei a saber que os 115 grandes empresários (qual empresas familiares, qual carapuça !) que publicaram um recente manifesto de apoio à direita ainda diminuidamente governante, para além de ameaçarem com as sete pragas do Egipto, ainda rosnaram que há «o facto de dois dos partidos que podem formar governo serem estatutariamente anti-iniciativa privada».
Sobre isto, apenas duas observações:

1. No Programa do PCP, pode ler-se quanto à fase da democracia avançada:

(....) 3. Para garantir este projecto de desenvolvimento económico, torna-se necessária uma organização económica mista, liberta do domínio dos monopólios, com sectores de propriedade diversificados e com as suas dinâmicas próprias e complementares, respeitadas e apoiadas pelo Estado, designadamente:
– um Sector Empresarial do Estado – empresas nacionalizadas, públicas, de capitais públicos e participadas – dinâmico, integrado e eficiente, abrangendo designadamente a banca e seguros e outros sectores básicos e estratégicos da economia (nomeadamente na energia, na indústria, nos transportes, nas comunicações), com uma estrutura empresarial diversificada, e desempenhando um papel determinante no desenvolvimento das forças produtivas e na aceleração do desenvolvimento económico;
– um sector privado constituído por empresas de variada dimensão (na indústria, na agricultura, na pesca, no comércio, que uns anosnos serviços), destacando-se as pequenas e médias empresas pela sua flexibilidade e pelo seu peso na produção e no emprego, e as pequenas e médias explorações agrícolas, nomeadamente as familiares, pelo seu papel na produção agrícola e pecuária e na preservação do mundo rural;
E, quanto ao socialismo, pode ler-se:
«(...) na organização económica, a propriedade social sobre os principais meios de produção, uma direcção planificada da economia combinada com a iniciativa e directa intervenção das unidades de produção e dos trabalhadores, a coexistência de formas de organização estatais, autogeridas, cooperativas, colectivas, familiares e individuais, com empresas privadas de diversa dimensão (...)
2. Porque a memória é consabidamente curta, até aposto entre os 115, devem estar muitos daqueles que, há uns anos, assinaram um manifesto em defesa dos «centros de decisão nacional»  e, logo a seguir venderam uma data de empresas a estrangeiros.

30 janeiro 2015

Não sou professor e também não entendi

Por uma vez de acordo 
com Vasco Pulido Valente


(...)
De qualquer maneira, a pergunta da PACC em que os professores mais falharam acabou por ser a seguinte: “O seleccionador nacional convocou 17 jogadores para o próximo jogo de futebol(para que seria?). Destes 17 jogadores, 6 ficarão no banco como suplentes. Supondo que o seleccionador pode escolher os seis suplentes sem qualquer critério que restrinja a sua escolha, poderemos afirmar que o número de grupos diferentes de jogadores suplentes (é inferior, superior ou igual) ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos.” Excepto se a palavra “grupo” designar um conceito matemático universalmente conhecido, a pergunta não faz sentido. Grupos de quê? De jogadores de ataque, de médios, de defesas? Grupos dos que jogam no estrangeiro e dos que, por acaso, jogam aqui? Não se sabe e não existe maneira de descobrir ou de responder. O dr. Crato perdeu a cabeça.
(...)
Uma pessoa pasma como indivíduos com tão pouca educação e tão pouca inteligência se atrevem a “avaliar” alguém.»

04 maio 2014

Aos fins de semana, na última do "Público"

O explosivo casamento
do rancor com a senilidade talvez
com mais alguma coisa pelo meio




A excelente e elegante maneira de argumentar de Vasco Pulido Valente, hoje no Público, sobre Marx e os marxistas: « Agora não se lia Marx, ou muito pouco. Mas não se podiam perder as revelações que constantemente nos chegavam do marxismo francês e se ramificavam até aos mais pequenos pormenores da vida. Não me peçam para dizer os nomes das «notabilidades»  da «escola de Paris». Só me lembro de uma, Louis Althusser, que, certamente levado pelo materialismo dialéctico, estrangulou a mulher».

Como já aqui contei uma vez, ninguém me tira da cabeça que a culpa de boa parte deste vezo antimarxista e anticomunista de Vasco Pulido Valente deve ter pertencido a Octávio Pato que contava divertido como uma vez, numa das suas regulares visitas clandestinas a casa dos Correia Guedes, à segunda canelada recebida do fedelho Vasco, lhe afinfou duas valentíssimas palmadas no rabo.

Adenda de carácter histórico:
Porque isto está mau para a memória e porque  sempre emergem novas gerações, pode haver leitores que pensem que só por ocasião dos 40 anos da revolução portuguesa é que Vasco Pulido Valente passou a escrever 25 de Abril com aspas e a gozar com os capitães de Abril. Não é verdade: já nos 30 anos do 25 de Abril, o sujeito tinha publicado no DN de 27.4.2004 um «ensaio» intitulado «Imitar a revolução» onde já lá estava tudo isso e muito mais. Respondi-lhe então assim no Avante!  de 5 de Maio de 2004:

Imitação

Foi assim: o «25 de Abril» foi feito porque o Exército não queria continuar a guerra. Os «capitães» que se pronunciaram contra a ditadura não tinham um plano, ou sequer uma ideia, para o país. Normalmente pouco educados, se pensavam no assunto, era para partilhar os lugares comuns «socializantes» da oposição urbana e estudantil. Por si só, o famoso «Programa do MFA», incoerente e sumário, revela bem o vácuo para que se empurraram os portugueses. Por um lado, prometia eleições e, por outro, a «reforma agrária» e uma «estratégia anti-monopolista», dois pontos cruciais, retirados da vulgata do PC. Ao lado disto, havia também as ideias ou propostas de um Spínola megalómano e ignorante. Logo de principio, existiram, portanto, dois programas, um pior que o outro, e duas facções. Faltava «sair» e estabelecer o caos.


A «revolução de Abril», como romântica e fraudulentamente lhe chama a Esquerda, nunca existiu. As manifestações de grande entusiasmo legitimavam o «golpe» contra a ditadura mas mais nada. E muito menos o assalto, inaugurado a 26 de Abril, a toda a espécie e género de autoridade que nos primeiros meses chegou espontaneamente a inimagináveis proporções. Muito acima do MFA e dos seus cabecilhas, o maior culpado de tudo o que se seguiu (incluindo a miséria e o atraso a que a «revolução» levou a economia) foi Álvaro Cunhal que vivia em 1940 e, pela força, queria estabelecer em Portugal um regime soviético. Como bem se percebeu pela sua cópia fiel (e, de resto, encenada) no Aeroporto da Portela do desembarque de Lenine na estação da Finlândia. Abreviando pormenores (como o «povo» que berrava na rua), percursos e acidentes, conclua-se, por fim, que a verdadeira revolução foi a de Mário Soares.

Os leitores que tenham conseguido suportar todas estas linhas alarves merecem a informação de que estivemos simplesmente a imitar (na verdade, a resumir) o «ensaio» (?) que, sobre o 25 de Abril, Vasco Pulido Valente, perpetrou nas páginas do «DN» de 25/4 com o título «Imitar a revolução».

E, para tanto, bastaram-nos 284 palavras (e comas) tiradas das 6862 que V.P.V. gastou. Almas escrupulosas dirão que este nosso resumo representa uma cruel e malévola caricatura do «ensaio» de V.P.V. Nem tanto, mas ainda que assim fosse, amor com amor se pagaria.

É voz corrente que Vasco Pulido Valente Correia Guedes escreve muito bem. Assim será, mas pensa muito mal. E preferíamos mil vezes que escrevesse com os pés mas pensasse com a cabeça em vez de com a bílis.

Se não o soubéssemos já, fica assim definitivamente provado que a História, ao menos a recente, é um assunto demasiado sério para ser deixado apenas aos historiadores e aos cabotinos envinagrados.»


 

01 dezembro 2013

O direito a desopilar de vez em quando

Vasco Pulido Valente no seu melhor


De vez em quando, nem que seja para desopilar um bocado, não faz mal nenhum voltar a Vasco Pulido Valente e às suas frequentes incongruênCias, arrogâncias e patetices.

Por isso aqui se regista que a sua crónica de hoje no Público arranca assim (atenção aos meus sublinhados):«Um dia em 1984 ou 85, no meio de uma daquelas zaragatas em que os portugueses são especialistas, escrevi que o fim do “marcelismo” tinha sido a época mais feliz da minha vida. A indignação dos jornalistas foi grande: só um monstro podia gostar de viver sob uma ditadura. Em 1973, com o doutoramento acabado de fazer, alguns tostões para gastar no Gambrinus e a certeza mais maciça que o regime não durava muito, o mundo não me parecia mal
Comentário seco:que eu saiba o «fim do marcelismo» só ocorreu com o 25 de Abril de 1974 e por isso não percebo como pode VPV situar a questão em 1973 ou porque raio haviam os jornalistas, segundo diz VPV, de o acusar de «gostar de viver sob uma ditadura». Mas como Vasco Pulido Valente é historiador, quem sabe se não estará a preparar alguma obra que nos traga a surpresa de nos revelar que entre «o fim do marcelismo» e o 25 de Abril de 1974 houve outro Presidente do Conselho que malevolamente todos apagámos da memória e da história.

P.S.: Nesta crónica, além de chamar «coronel anafalbeto» a Vasco Gonçalves (coisa perfeitamente digna da sarjeta mental que é a cabeça do autor), Vasco Pulido Valente refere também que não vieram as coisas boas que ele esperava mas «Veio o dr. Cunhal com a ambição de transformar Portugal numa espécie de Bulgária do Sul.». A este respeito, a coisa caluniosa também é estranha pois dizem os mapas que a Bulgária já é e era um país do Sul da Europa pelo que aquela de transformar Portugal numa Bulgária do Sul até faz crer que, para VPV, a Bulgária estará no sítio que os mapas atribuem à Dinamarca.


13 março 2013

Ignorância atrevida

Quando alguém põe
o «aventar» a inventar






Que Mário Soares, Zita Seabra ou Vasco Pulido Valente (e, para ser justo, mais uma bom quarteirão de anticomunistas), insista ano sim ano não que, ao chegar ao Aeroporto da Portela, Álvaro Cunhal escolheu propositadamente falar em cima de uma chaimite ou que falou rodeado de um soldado e de um marinheiro, tudo para mimetizar Lénine na chegada à estação Finlândia, é coisa que não admira porque só lhes pode estar na massa do sangue. Agora que no blogue «aventar» apareça uma Fernanda Leitão a fazer o mesmo é coisa que não estava à espera porque não sabia do «pluralismo» do blogue . Assim sendo, com infinita caridade e generosidade, pela enésima vez aqui declaro que fui testemunha visual de que foi Jaime Neves que disse a Álvaro Cunhal para subir para cima da chaimite e que os dirigentes do PCP chegados então a Lisboa não faziam nenhuma ideia  de que em que sítio Álvaro Cunhal iria falar. Ah, e volto a dar alvíssaras a quem, nas fotos, fôr capaz de  descobrir o marinheiro em cima da chaimite na Portela de Sacavém. Há sim depois um sítio onde há soldado e um marinheirto mas, por castigo, não conto qual foi.

[post actualizado em função de comentários]


23 dezembro 2012

O cronista clown (sem ofensa para a profissão)

Mais uma do eremita rezingão


Na sua crónica de ontem no blico, a propósito da Constituição e das condições em que foi elaborada, entre outras «tropelias» do PREC, Vasco Pulido Valente citava «o cerco ao Parlamento» e eu estoicamente resisti à tentação de perguntar pela 224ª vez se alguém me encontra nas fotos da época algum pano ou cartaz da manifestação dos trabalhadores  da construção civil que seja relativo à elaboração da Constituição ou se alguém me mostra um recorte da época onde sejam relatadas as reivindicações que esses trabalhadores dirigiram ao Presidente da Assembleia Constituinte ou aos seus deputados.

Hoje, na sua crónica, o eremita rezingão de Benfica dedica-se à cultura e sentencia, sem apelo nem agravo que «durante trinta anos de absoluta liberdade,  não apareceram "actividades culturais" de qualidade e consequência» e que «em 2012, continua a não haver cinema, teatro, dança, ballet e tudo o resto», além do mais assim ofendendo não apenas a verdade mas insultando centenas e centenas de animadores e criadores culturais e artistas das mais diversas áreas.

É claro que VPV é mais antigo mas não sei se os leitores se lembram que há uns anos esteve na moda um economista chamado Arroja que conseguia ser lido precisamente pelo seu soberbo espectáculo de parvoíce e reaccionarismo. Pois VPV é uma espécie de Arroja para todos os assuntos. É certo que continua a ser muito lido mas, como eu, desconfio que muitos já o lêem como uma espécie de clown da crónica de imprensa.

Generoso por feição, tendo sempre a pensar que Vasco Pulido Valente é daqueles cidadãos que, desde muito cedo, criaram um personagem e depois ficaram para todo o sempre prisioneiras dele.

16 dezembro 2012

Uma defesa que enterra

O Vasco e a Jonet


Comentando o último Quadratura do Círculo onde esteve em discussão uma nova afirmação de Isabel Jonet de que prefere a caridade ao Estado Social, Vasco Pulido Valente desembainha hoje no Público a espada em extremada defesa da senhora. Ora acontece que, para esmagar os índigenas, VPV sentencia que se os comentadores da Quadratura se tivessem dado ao trabalho de ir ao site do Banco Alimentar logo descobririam que ele não aspira a ser senão «uma resposta necessária mas provisória» a uma situação desesperada, porque o Estado deve garantir a qualquer pessoa «um nível de vida suficiente que lhe assegure e à sua família, a saúde e o bem-estar,  principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica.» 

Resumindo e concluindo: o sagaz Vasco Pulido Valente não se deu conta de que, no seu afã de defender a sua dama, nos veio afinal contar e revelar que o Banco Alimentar contra a Fome é dirigido por uma pessoa que tem concepções antagónicas em relação aos príncipios fundamentais da organização que dirige.

10 novembro 2012

Sobre uma peça hoje no «DN»

Não sou de claques, já tinha
exposto o meu pensamento 




Uma nota de rodapé (a 4) deste trabalho de Fernando Madail hoje publicado no DN em torno da polémica Manuel Loff-Rui Ramos,  inclui-me, a par de Fernando Rosas, João Paulo Avelãs Nunes e Varela Gomes, numa dasa «claques de apoio» -  - a de apoio a Manuel Loff -, num contexto em que «na maior parte dos casos, em vez de História, a argumentação era quase propaganda ideológica».

A este respeito, cabe-me chamar a atenção de Fernando Madail para que  a minha intervenção na polémica foi sobretudo incidental e de denúncia e crítica do que então chamei de Movimento Nacional de Solidariedade com Rui Ramos, designadamente com um post contra Maria Filomena Mónica e outro contra António Barreto.

E que, no primeiro, não deixei de remeter os interessados para os artigos (este e este) que Fernando Madaíl não terá lido e que publiquei em 2007 no Público em polémica aberta com Vasco Pulido Valente e onde, aí sim, com os meus modestos recursos de não historiador, argumentei sobre a real natureza fascista do regime de Salazar e Caetano.

26 outubro 2012

Muito gostam eles da expressão

Pergunta e contra-pergunta


... pergunta hoje no Público Vasco Pulido Valente, dizendo no texto que quem levantou a questão foi Vítor Gaspar.Anotando de raspão  que esta expressão «Estado providência» não é neutral nem inocente (nunca percebi como é que Welfare State [Estado de bem-estar»] ganhou a tradução para «Estado providência»). o que me parece é que a pergunta que importaria fazer não é aquela mas esta: