30 janeiro 2015

Não sou professor e também não entendi

Por uma vez de acordo 
com Vasco Pulido Valente


(...)
De qualquer maneira, a pergunta da PACC em que os professores mais falharam acabou por ser a seguinte: “O seleccionador nacional convocou 17 jogadores para o próximo jogo de futebol(para que seria?). Destes 17 jogadores, 6 ficarão no banco como suplentes. Supondo que o seleccionador pode escolher os seis suplentes sem qualquer critério que restrinja a sua escolha, poderemos afirmar que o número de grupos diferentes de jogadores suplentes (é inferior, superior ou igual) ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos.” Excepto se a palavra “grupo” designar um conceito matemático universalmente conhecido, a pergunta não faz sentido. Grupos de quê? De jogadores de ataque, de médios, de defesas? Grupos dos que jogam no estrangeiro e dos que, por acaso, jogam aqui? Não se sabe e não existe maneira de descobrir ou de responder. O dr. Crato perdeu a cabeça.
(...)
Uma pessoa pasma como indivíduos com tão pouca educação e tão pouca inteligência se atrevem a “avaliar” alguém.»

3 comentários:

  1. Neste caso discordo. A pergunta era clara, bem formulada e inteligente.

    Não é preciso saber matemática, basta saber ler. “Grupo” não designa aqui “um conceito matemático universalmente conhecido”, é utilizado na aceção mais básica e informal de conjunto, como na linguagem vulgar.

    Se são convocados 17 jogadores, se 6 ficam no banco (suplentes) e 11 jogam (efetivos), é perfeitamente compreensível que se possam formar grupos diferentes de (seis) suplentes e de (onze) efetivos. A pergunta era precisamente se se podem arranjar mais grupos diferentes de uns (suplentes) ou de outros (efetivos).

    [A resposta é imediata se se reparar que, por cada grupo escolhido de (seis) suplentes, também se escolhe um grupo de (onze) efetivos e vice-versa. A resposta correta é igual.]

    Pode-se acertar ou não. Não se pode é dizer que a pergunta não faz sentido e perguntar se os grupos de suplentes eram de jogadores de ataque, de médios, de defesas, dos que jogam no estrangeiro ou no país. Isso é desatenção ou, como suspeito no caso do cronista, parvoíce e cabotinismo. A pergunta era claríssima e dizia, com todas as letras, que os seis suplentes eram escolhidos, a partir dos 17 convocados, “sem qualquer critério que restrinja a sua escolha”.

    Não é preciso saber matemática. Basta saber ler e prestar atenção ao enunciado.

    HM

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    1. Pode ser que sim. Mas, sendo certo que sou e sempre fui um zero a matemática, eu achei que havia uma resposta legítima, para além da que foi considerada certa ou seja o mesmo número de grupos. É que eu vi 6 grupos de 2 jogadores nos suplentes e vi 5 grupos de 2 jogadores ou então 3 grupos de 3 jogadores nos efectivos.

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  2. Acrescento apenas que julgo esta pergunta e não a globalidade da prova, que desconheço e que, de maneira nenhuma, defendo. A desnecessidade e o absurdo da realização desta prova é o que verdadeiramente está em causa e, pessoalmente, não pretendo contribuir mais para desviar as atenções do essencial.

    HM

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