Para entender
(finalmente !) a questão
dos números do desemprego
clicar para aumentar
«A pergunta que naturalmente se coloca é esta: Como é que o INE consegue o “milagre” de reduzir o
desemprego oficial quando o número de inscritos nos Centros de Emprego, que não correspondem à
totalidade dos desempregados existentes no país pois muitos não se inscrevem, aumenta? E a resposta
é a seguinte: excluindo muitos desempregados dos números oficiais de desemprego que divulga. Para o
INE, os desempregados que não procuraram emprego no período em que realiza o inquérito não são
considerados como desempregados. Eles são incluídos pelo INE nos “Inativos disponíveis ou não
disponíveis que não procuraram emprego”. E no 1º Trimestre de 2020 eram 187.600 e no 4º Trimestre
de 2020 já eram 213.500 que, segundo o próprio INE, não estão incluídos no desemprego oficial. Desta
forma, o INE não dá uma informação real dos desempregados existentes no país. Se no 4º Trimestre de
2020 somarmos o desemprego oficial (373.200) aos inativos desempregados não considerados pelo INE
nos números do desemprego que divulga (213.500) o desemprego real aumenta para 544.800. Mas é
desta forma que as estatísticas oficiais “adocicam” e iludem o grave problema do aumento do
desemprego em Portugal . E esta situação torna-se ainda mais dramática porque o número de
desempregados a receber o subsídio de desemprego é muito inferior não só ao desemprego real
(544.800) mas também aos desempregados inscritos nos próprios Centros de Emprego.»
- estudo de Eugénio Rosa aqui
Considerando a taxa de subutilização do trabalho, medida abrangente mais aproximada do desemprego real, e que inclui, além dos desempregados oficiais, os subempregados (a tempo parcial), os “inativos à procura do primeiro emprego mas não disponíveis” e os “inativos disponíveis mas que não procuram emprego” (estas duas últimas categorias mal resumidas na descrição do texto “inativos disponíveis ou não disponíveis que não procuraram emprego”), e comparando corretamente o 4º T de 2020 com o 4º T de 2019 (não com o 1º T de 2020), constata-se que passou de 12,5% (678 mil) para 13,8% (750,3 mil). Preocupante, mas muito longe do dramatismo que atingiu na primeira metade de 2013, em que atingiu, nalguns meses, os 26,5%.
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