31 outubro 2014

No carrocel de Passos Coelho

Mais uma voltinha,
mais uma vi(r)agem



No Público de hoje, um oportuno lembrete de Luciano Alvarez:

Passos Coelho a anunciar viragens desde 2012
“Viragem” é uma palavra cara ao primeiro-ministro. Fala nela quase desde que tomou posse, seja para se referir à situação económica, seja em relação ao rendimento dos portugueses.
Pedro Passos Coelho anunciou nesta quinta-feira no Parlamento que 2015 vai ser de viragem económica. Na verdade, Passos anuncia viragens desde Janeiro de 2012.
“2015 é um momento de viragem na recuperação do rendimento dos portugueses”, afirmou o primeiro-ministro no início do debate do Orçamento do Estado para 2015.
O termo não é novo. Parece ser mesmo um dos preferidos de Passos Coelho.
O XIX Governo Constitucional tomou posse a 21 de Junho de 2011. Portugal vivia tempos difíceis. Tinha acabado de pedir ajuda internacional e as medidas que a partir daí iriam ser impostas pela troika e pelo Governo, que sempre afirmou que iria além da troika, teriam um efeito muito duro na carteira e na vida de quase todos os cidadãos.
Porém, no início de 2012, a 6 de Janeiro, durante um debate quinzenal, Passos já mostrava algum optimismo. "Vamos ter um ano de grandes exigências, mas que será também um ano de viragem económica para o país, é aquilo em que o Governo e também eu próprio firmemente acreditamos", afirmou o chefe do executivo.
Já em Agosto desse mesmo ano a “viragem” passou a “inversão” agora para 2013. Durante a festa social-democrata do Pontal, o primeiro-ministro afirmava que, apesar de a recessão de 2012 estar a ser mais grave do que o esperado, 2013 iria ser um ano de "inversão" e de "preparação da recuperação" económica.
"Queremos construir uma sociedade mais próspera, mais desenvolvida. Nós queremos que o Produto Interno Português cresça e não que encolha como tem acontecido, no ano passado e este ano. E por isso quero reafirmar aos portugueses, se o ano que estamos a viver ainda é um ano de contracção da actividade, em que empresas estão a fechar portas e em que o desemprego não conseguiu ser contido, o ano de 2013 (...) será um ano de inversão na situação da actividade económica em Portugal", disse Passos Coelho.
Portugal entra em 2013 ainda em crise profunda, mas logo a 30 de Janeiro Passos Coelho vê nova viragem. Agora em 2014.
À margem da cerimónia de tomada de posse da nova direcção da Associação das Empresas de Vinho de Porto, o líder do executivo dizia que 2014 deveria ser o ano de “viragem económica” e que tudo estava a fazer para que Portugal regressasse ao crescimento económico.
Já em Maio desse ano, novamente durante um debate quinzenal no dia 24, voltava à viragem. Só que agora era crítica.
Questionado pelo líder parlamentar do CDS-PP, Passos defendeu que o país estava num "momento crítico de viragem" para criar condições de investimento e destacou o impacto que terão na economia o crédito extraordinário ao investimento, a "melhoria do regime contratual" e a criação do gabinete da autoridade tributária dirigido aos investidores internacionais.
Já a 28 de Junho, em declarações aos jornalistas em Bruxelas, o primeiro-ministro afirmou novamente que "a recessão está a abrandar" e que se assistirá a uma "viragem na tendência económica" até ao fim de 2013.
Segundo o Expresso, Passos Coelho assenta este optimismo nos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao primeiro trimestre, que indicam que o índice de produção industrial "rompe uma tendência de queda" pela primeira vez desde 2011 e que, no mesmo período, a evolução da economia está "muito perto" da média europeia e que esta tendência será "ainda melhor" no segundo trimestre.
Chegou 2014, e nesta quinta-feira, a quase dois meses do final do ano, voltou a viragem. Agora para 2015. Já falta pouco.

1 comentário:

  1. Aqui vai o comentário que li há pouco de um Jocista amigo onde dizia referindo-se a este Governo que
    "O que eu acho é que há uma total falta de respeito pelos outros. Ignorantes da Doutrina Social da Igreja, comportam-se como fariseus"
    É bem verdade.
    Monteiro

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