11 outubro 2014

É o que está a dar

Absolver as políticas e
descarregar sobre o sistema político



Depois do recente discurso de Cavaco Silva (o político-não político que paira etéreo sobre tudo), ganham mais forças as diatribes e responsabilizações sobre o sistema político português. Hoje no Público até São José Almeida vem sentenciar, por exemplo, o seguinte :

«(...) Mas se nada for feito, a realidade se encarregará de evoluir por si mesma. E a reforma do sistema acabará por se impor. E ainda que possa não se chegar ao extremo de acontecer uma implosão do sistema partidário, como o Presidente teme, é possível que até já nas próximas legislativas mude a correlação de forças no Parlamento através da estreia de bancadas em representação dos novos partidos em formação.
A verdade é que ninguém antecipa o que será o sistema político daqui a 20 anos ou mesmo daqui a 10 anos. A única certeza que podemos ter é a de que em política não há vazio e que um novo sistema resultará do fim do actual. Com outros partidos. Outro sistema eleitoral. Provavelmente até com novas formas de representação  que convivam com as actuais estruturas de representação partidária.(...)»

Não é que eu ache que o nosso sistema político seja perfeito ou insusceptível de melhorias mas francamente o que, macaco velho,  não engulo é este truque de absolver as políticas e os seus executores durante 38 anos e culpabilizar predominantemente o sistema político. Aliás, se certas ideias fossem para a frente, os que cá estiverem ainda hão-de ver os que agora suspiram por mais partidos no Parlamento a chorarem que nem perdidos pelas consequências políticas da fragmentação balcanização partidária da A.R. Ea pedirem então outra reforma do sistema político !

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