04 agosto 2014

Continuam a tratar-nos como parvos

Engenharias financeiras
e habilidades semânticas




Extracto da
comunicação de Carlos Costa:

Aqui chegados, é hora de reparar que o governador do Banco de Portugal nem sequer  se deu ao trabalho de responder a uma pergunta que instantaneamente muitos portugueses terão feito: «tá bem, tá, mas onde vai o Estado buscar o dinheiro para emprestar ao Fundo de Resolução ?».

É o Jornal de Negócios que nem toda a gente lê que, no parágrafo final abaixo, nos deixa uma pista sobre esta insignificante questão.


Sendo quase desnecessário salientar que é o Estado português o responsável e o garante por esta linha de crédito da troika cuja utilização obviamente não sai à borla.

Por fim, eu não posso deixar de gabar os méritos de prestidigitação que o pessoal do governo e do Banco de Portugal demonstraram no sentido de que as soluções adoptadas não custam nada nem ao Estado nem aos portugueses.

Mas foi pena que não me tivessem consultado porque, neste contexto de enganar a malta, eu tinha uma ideia interessante: publicava-se um decreto-lei a determinar que, durante cinco anos, os primeiros prémios prémios das raspadinhas, da lotaria, do totobola e do totoloto (e o 2º do Euromilhões depois de acordo com a UE) iam directamente para o BES e, com idêntica desfaçatez, passava-se a declarar que isto não envolvia nenhum sacrifício para os contribuintes.


4 comentários:

  1. esta em marcha um exercito de comentadores para que os portugueses fiquem convencidos de que tudo continua sobre rodas . naoha nenhum problema

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  2. E assim se vai enganando o POVO, o que se deixa enganar!!!!!
    Um beijo.

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  3. Sem sacrifício para os contribuintes, mas a dívida pública é já acrescentada de 4,4 mil milhões de euros. Já sabemos quem a paga!

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  4. E, de repente, "um banco sem problemas, em que se podia confiar, com uma almofada financeira mais do que suficiente, com um aumento de capital recente de mil milhões e vários interessados em novo aumento de capital", é dado como falido.
    E, novamente, apesar de todas as promessas e juras, o Zé é de novo chamado a pagar um banco novo e o que se vai ainda ver, directa e indirectamente, do banco velho, que isto do lixo tóxico é como a bomba de Hiroxima: mata muitos mas continua a matar muitos mais durante muito tempo.
    O Ministério Público tem tanto para averiguar de responsabilidades e cumplicidades que o melhor é começar já para evitar que o manto da prescrição acabe por tapar este enorme buraco de milhares de milhões de euros.
    De quantos crimes económicos é composta a tal dívida de mais de 133% do PIB e quantos buracos semelhantes contribuíram para os défices orçamentais.
    Mas, para as troikas, os trabalhadores e o povo é que vivem acima das suas possibilidades e, por isso, é que devem pagar.
    Até quando?

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