À minha esquerda, Eugénio Ruivo e o saudoso Gorjão Duarte e, de camisola branca, talvez Álvaro Pato. Os que se lembram de mim quando fui preso, poderão reparar que os meus cabelos até aos ombros já tinham ido à vida. A foto não mostra mas entretanto conservava uma barba enorme agora desproporcionada em relação ao tamanho do cabelo. Quando chamei a atenção do barbeiro da cadeia para essa desproporção, respondeu-me secamente que estava ali «para cortar cabelos e não para aparar barbas». Os leitores não estranhem este dialógo prisional tão fútil sobre a minha imagem no sinistro ambiente de Caxias. Eu tinha sido preso acidentalmente, não estava denunciado como militante do PCP, não tinha sido torturado e estava quase certo de que seria libertado depois do 1º de Maio.
Sem imitar o traidor Mário Soares eu digo que, para além do nascimento dos meus filhos, a última dos quais nasceu em Agosto de 1974, o 25 de ABRIL de 1974, foi o dia mais feliz da minha vida. E,no dia 26 e em todos, todos os dias que se lhe seguiram, até hoje ,estou a comemorá-lo e a lutar contra a sua destruição da qual são responsáveis muitos dos traidores que em 26 de abril, andavam a "festejá-lo".
ResponderEliminarRecordo, com emoção, todos os grandes lutadores que proporcionaram esse dia, com um abraço especial para os últimos presos do Fascismo.
25 DE ABRIL SEMPRE.
Um beijo.
Há tantas fotografias de Caxias , e tão poucas de Peniche, porque será?
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