Em artigo hoje publicado no Público, com o título acima, o estimado Prof. André Freire introduz um critério de apreciação de resultados dessas eleições que lá original me parece ser (pelo menos, não me lembro de, desde 1976, alguma vez o ter visto formulado) mas que me parece ser completamente artificial e até um pouco absurdo.
Com efeito, escreve ele : « Um primeiro critério [para a definição do que é uma vitória nas autárquicas] pode ser o PS ter mais votosdo que o PSD, oun as esquerdas terem mais votos que as direitas. Porém, a questão que se coloca é, tal como em 2009, como contar ? Nessas autárquicas , o PSD teve cera de 1 milhão e 300 mil votos , 22,9%, e o PS mais de 2 milhões, 37,7%. Mas quando contamos o PSD com os seus aliados à direita, o caso muda de figura: com cerca de 214 mil votos [?] (38,6%) [estes últimos números de A. Freire parecem-me todos gatados pois, pelas minhas contas, PSD, CDS e os seus diversos tipos de coligações somaram então cerca de 2.300.000. votos e 43%], as direitas ganharam ao PS. É sempre o grande trunfo das direitas e o calcanhar de Aquiles das esquerdas: as primeiras conseguem somar, as segundas não.»
Com toda delicadeza, o que me parece haver nestas palavras é uma coisa nunca feita em Portugal, a saber, passar da constatação de que à direita há mais facilidade de conseguirem entendimentos governativos do que à «esquerda» para a proibição de, em ainda por cima eleições locais, somar os votos do PS, da CDU e do BE e concluir que eles foram mais ou menos dos que os recebidos pelos partidos de direita, agora partidos de governo. Nem em legislativas isso jamais se fez, porque conjecturas ou previsões sobre dificuldades de entendimento governativo entre PS, PCP e BE nunca impediram de dizer que a oposição, em conjunto, tinha alcançado mais ou menos votos que os partidos do governo em conjunto e dái extrair os correspondentes significados e sinais políticos.
É este o ponto essencial mas ainda posso terminar perguntando ao Prof. André Freire : porque é que em autárquicas os votos do conjunto PSD e CDS seriam os únicos a ser sempre somáveis se, parte deles, até foi obtida em concorrência e disputa de um com o outro ?.
Bem visto! Nestas eleições não faltam exemplos.
ResponderEliminarO problema é que o PS está tão comprometido com a corrupção e os favores aos milionários como está o PSD ou o CDS. O PS quando calha é a favor dos pobres e dos trabalhadores outras vezes está a favor dos ricos e dos ociosos.
ResponderEliminarJM
O PS alinha sempre pela política imposta por Mário Soares ao meter o socialismo na gaveta. Agora, mas principalmente nas legislativas, pretende demarcar-se dos "aliados" para alcançar o poder e continuar idêntica política.
ResponderEliminarVoto útil é na CDU.
Um beijo.