21 dezembro 2012

Tudo esclarecido

Relvas explica comunicação de ontem


Lusa, Lisboa, 21.12.2012, 14 hs.: - Em comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, o ministro Adjunto Miguel Relvas explica a comunicação ao país ontem feita por Pedro Passos Coelho sobre «o fim do mundo» no dia de hoje. É o seguinte o teor integral do comunicado:

1. Obviamente sem necessidade de esperar pelo final do dia, o governo entende pedir desculpa aos portugueses pelos efeitos da comunicação ontem feita pelo primeiro-ministro e deplora profundamente o alarme e inquietação que possa ter causado na sociedade portuguesa.

2. O governo lamenta de forma especialmente sofrida a vaga de suicídios verificada, regista entre a dor e o reconhecimento que, segundo as informações disponíveis, a maioria deles foi provocada não pela ideia do fim do mundo mas sim do fim deste governo e anuncia que, em próxima reunião de Conselho de Ministros aprovará um sistema de pensões ou indemnizações extraordinárias para os familiares destes cidadãos.

3. A verdade é que o governo em conjunto e cada ministro individualmente nunca acreditaram  que o mundo acabasse hoje, até porque sabiam que, no mais mundialmente reputado ensaio histórico-antropológico sobre aquela extinta civilização, - da autoria do português Eça de Queiroz e precisamente intitulada Os Maias - não consta qualquer referência àquela previsão do fim do mundo para o dia hoje.

4. Acontece porém que o governo entendeu que, face a uma opinião pública compreensivelmente descontente e irritada com as fortes medidas de austeridade impostas por razões de salvação e regeneração nacionais, a questão do alegadamente iminente fim do mundo representava uma oportunidade de ouro para que pelo menos a maioria da população pudesse relativizar melhor as coisas, isto é, intuísse e compreendesse que afinal há cenários e perspectivas muitíssimo piores e mais dramáticos.

5. Os mais empedernidos e sectários adversários  do governo dirão natural e certamente que o mundo não acabou mas o governo continuará  a transformar a vida dos portugueses num ardente inferno. Mas agora está muito mais consolidado e ancorado no sentimento colectivo que entre uma coisa e outra vai uma abissal diferença e que a necessária austeridade é, apesar de tudo e por comparação com o fim do mundo, o mais ínfimo dos males.

3 comentários:

  1. colossal, a piada dos "os Maias"....
    Aproveito para desejar Boas Festas e um Ano Novo com notícias de sucessos pessoais e colectivos

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  2. O mundo devia acabar para a camarilha que desde 1976 vai arruinando o País,que é o mesmo que dizer mudar de política,JÁ.

    Um beijo.

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