09 dezembro 2012

Aquela irresistível tentação

Louçã e a palavra de Belmiro


Em entrevista hoje ao Público, Francisco Louçã, embora referindo que vários partidos têm uma capacidade de actuação  que não é vulnerável à captação pelos sistema financeiro, não resiste a afirmar logo de seguida  (sublinhado meu): «Tenho muito orgulho em lembrar que Belmiro de Azevedo em entrevistas que deu dizia que já tinha financiado todos os partidos, excepto o BE».

Face a isto, cumpre-me  registar a grande devoção de Louçã pela palavra de Belmiro de Azevedo que, neste caso, é obviamente caluniosa para o PCP, ainda por cima numa matéria em que está na cara que o conhecido empresário tinha todo o interesse em não se ficar pelo financiamento do PS, do PSD e do CDS.

Passado tanto tempo, confesso que já não me lembro se na altura o PCP desmentiu a afirmação de Belmiro ou se lhe pagou justamente em desprezo. Mas lembro-me de, na Soeiro Pereira Gomes, em conversa de corredor ou em mesa de reunião, ter desabafado: «lá vamos ficar com a fama e nem sequer vimos a côr do dinheiro».

5 comentários:

  1. Numa entrevista, com muitos outros aspectos, que certamente mereceriam a analise do Vitor Dias, afinal agarrou-se a esta constatação do Louçã.

    Essas foram as palavras do merceeiro Belmiro, e não me consta ( falha minha possivelmente?) que o PCP o tenha desmentido, ou pelo menos lhe tenha perguntado directamente, a quem é que no PCP , ele tinha apoiado financeiramente.

    É que há silêncios , que podem ser interpretados de várias maneiras.

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  2. Registo que também Augusto dá muita importância à palavra de Belmiro, bom proveito.

    Já disse que não me lembro se o PCP desmentiu mas também já disse que muitas vezes o desprezo é a melhor resposta.

    Quanto à entrevista de Louçã, não queira condicionar a minha liberdade de escolha dos pontos ou temas que decido comentar.

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  3. O que é notável em Louçã é o tom majestático como se o rei-sol fosse. Já o mesmo sucedera com a publicitação da sua carta -aberta ao povo do bloco, publicada no inface-lock, em que advogada essa "novidade" do século XXI que é a direcção não colectiva mas bicéfaa homem-mulher.

    Ao realçares este naco da entrevista contribuíste para dar publicidade ao veneno sobre os financiamentos do Belmiro.

    Mas teria sido menos fracturante ou honesto que Louçã referisse apenas o bloco que conhece e não se pronunciasse ou lançasse a suspeita sobre o pcp.

    E pcp ou na altura desmentiu ou "ignorou".

    Ignorou ? (sim/não)
    Desmentiu ? (sim/não)

    Abraço

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  4. O Vitor Dias fez muito bem em agarrar essa constatação de Francisco Louçã porque ela é imprópria de gente que se quer séria e rigorosa.

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  5. Esclareço que me parece extraordinariamente dificil estar agora a apurar se o PCP desmentiu ou ignorou. Desde logo porque seria necessário ter ideia da data em que a afirmação foi feita.

    Depois quero notar que muitas pessoas nem fazem ideia de quantos desmentidos ou rectificações o PCP faz e que nunca chegam a ver a luz do dia nas páginas dos jornais, incluindo
    daqueles que deram origem à matéria rectificada.

    Finalmente, embora isso não esgote o assunto (por causa dos donativos em nome pessoal), lembro que foi o PCP que mais longa e consequentemente travou o combate legislativo para proibir o financiamento de empresas aos partidos.

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