Numa pergunta da entrevista a Jerónimo de Sousa hoje publicada, o Público afirma que «nas teses [para o seu XIX Congresso], o PCP só tem um parágrafo sobre trabalho precário», querendo com isso obviamente insinuar que o PCP não presta a devida atenção ao problema.
Ora, devem os leitores ficar a saber que nesse parágrafo se afirma o essencial, ou seja que «A precariedade dos vínculos laborais é especialmente grave: gera instabilidade no
trabalho e na vida, fomenta o desemprego, agrava a exploração. A luta contra a
precariedade expressa-se por objectivos reivindicativos concretos nos locais de
trabalho, apoiados por acções mais gerais de denúncia e sensibilização pública.
A sindicalização e organização dos trabalhadores em situação de vínculo precário
é vital para a sua inserção na luta e para favorecer a unidade de classe entre
os trabalhadores.»
Em matéria de pesquisas e contagens, já agora devem os leitores ficar a saber que há uma que o Público não fez: é que a palavra ou termo «precariedade» aparece no texto 21 vezes.
Mas muito mais importante que estatísticas sobre palavras ou parágrafos, teria sido se os jornalistas entrevistadores tivessem feito previamente uma viagem informativa e uma contagem às múltiplas iniciativas legislativas que, desde há imensos anos, o PCP vem apresentando para combater esse perverso fenómeno que agride profundamente a vida de mais de um milhão de portugueses e representa, nas suas consequências práticas, uma grave lesão ao exercício dos seus direitos democráticos enquanto trabalhadores.
...mas isso dava uma grande trabalheira... e era preciso que o interesse dos ditos jornalistas não fosse, ele também, tão precário.
ResponderEliminarAbraço.
Sem a campanha anti-comunista e demagogia e com isenção dos meios de comunicação na divulgação das propostas dos diferentes partidos, a situação deste país seria completamente diferente.
ResponderEliminarApesar das inúmeras propostas do PCP, do BE, da CGTP e até de organismos e entidades sem qualquer conotação com a esquerda não falta quem tenha a pouca vergonha de afirmar que não há propostas nem alternativa às políticas actuais.
Precariedade nunca deixa de ser referida nas ações do PCP.E está implícita em toda as formas de luta. Quando se luta por estabilidade de emprego,e é só um exemplo, luta-se contra a precariedade.
ResponderEliminarTão ridículos!!!! A que se agarram para denegrir!
Um beijo.
Além de da denúncia da precariedade e das propostas, há na acção sindical concreta, todos os anos,centenas de Cadernos Reivindicativas nas empresas, que incluem a passagem a efectivos dos trabalhadores com vínculos precários a ocuparem postos de trabalho permanente.
ResponderEliminarTenho o gratificante prazer de ter pertencido há comissão negociadora sindical que na empresa onde trabalhei negociou ao longo dos anos a passagem de mais de uma centena de precários a efectivos.Sei que continua a ser uma reivindicação permanente e quase todos os anos se conseguem passar alguns por força da intervenção sindical. O mesmo acontece em muitas outras empresas.
Quem pretende organizar autonomamente os trabalhadores precários quer o saiba quer não apenas está a exclui-los da da acção sindical organizada. De longe a forma de luta mais adequada para tentar resolver os seus problemas. Senão a única com resultados comprovados