junta-se aos «estalinistas»
Com
um atraso compreensível para quem, por fria decisão, não compra
o Espesso,
acabo de saber que Miguel
Sousa Tavares,
pessoa sobre qual julgo não escrever há muito tempo (já tive a
minha conta na vida, ó se tive !) escreveu lá para o final do seu
artigo deste sábado, todo ele de defesa das alegadas
inevitabilidades do costume, que «a CGTP
mudou para uma linha
estalinista pura e dura, à
semelhança do seu novo secretário-geral» e
que «a
rua despertou, conseguindo até juntar as tropas comunistas
saudosas de novo sequestro da Assembleia da República ao
peculiar sindicalismo dos estivadores do porto de Lisboa, ao estilo do sindicalismo dos anos 30 em Chicago».
Ora
acontece que, no inicio do artigo,, M.S.T. escreve
que «Com
a falta de senso político que o caracteriza, Passos Coelho vem agora
propor ao PS uma “refundação do acordo com a troika”. Para
começar, explicou-se mal: ele não pretende refundar o acordo,
pretende sim dar-lhe cumprimento integral — o que até agora não
fez. Refundar o acordo seria
fazer ver aos nossos prestamistas que, nestes prazos e com estes
juros, e sem políticas que devolvam vida à economia, jamais teremos
salvação».
Ora,
com esta última parte sublinhada, o que M.S.T. vem copiar de forma
escolar e atrasada (porque suponho que não o disse quando fazia mais
falta que o dissesse, ou seja de início) é o mesmo ou similar ao
que desde sempre disseram aqueles que ele continua a chamar
de «estalinistas», sendo
que das duas uma: ou ele não sabe o que outros muito antes dele disseram e julga que descobriu ele a pólvora ou então não se
importa com estas suas convergências pontuais com correntes
políticas que tem difamado toda a vida.
Creio
sinceramente que era tempo de Miguel Sousa Tavares ultrapassar um seu
velho trauma: é que muitos leitores não o saberão, mas, no final
de Agosto de 1991, escreveu no Semanário que «O
PCP acabou ainda e bem».
Eu
até posso compreender que, a M.S.T., de cada vez que se refira aos
comunistas, lhe doa esta sua sentença clamorosamente falhada. Mas, ó
homem, foi há 21 anos, espírito ao largo, águas passadas, também eu todos os anos (mentira!) prevejo que o Sporting vai ganhar o campeonato !
uma delícia de artigo este seu....
ResponderEliminarTarequinho = Tareco
ResponderEliminarNestes Sousa Tavares não Sofia. Já o pai, escarrapachado na guarita do quartel do Carmo, deu a vida para SE ouvir. Deixá-los falá-los que eles calarão-se-ão…
ResponderEliminarNunca o lerei por notar que lhe falta uma lúcida apreciação da realidade.
ResponderEliminarEra escudado trazer o Sporting para a conversa Vitor, é no único ponto em que discordamos.
ResponderEliminarO texto do Miguel Sousa Tavares não passa dum documento trágico-cómico destinado ao caixote do lixo; aliás como tantos outros desse indivíduo.
ResponderEliminarOs tais "estalinistas" opuseram-se à assinatura do memorando, apresentando propostas concretas para resolver a situação criada, e avisaram que Portugal ficaria cada vez pior se esse verdadeiro pacto de agressão impostos pelas troikas, nacional e estrangeira, fosse aplicado.
ResponderEliminarOs tais "estalinistas" exigiram, desde o início, que o pacto fosse rasgado e a dívida fosse renegociada nos montantes, prazos e juros.
Perante o aumento da dívida, dos juros, do défice e o forte agravamento da situação social e económica, já são muitos os que mudaram de opinião e começam a dar razão ao PCP.
Qual seria hoje a situação dos trabalhadores e do povo e deste país se a profecia de M.S.T. fosse cumprida e o PCP tivesse acabado em 1991?
mst não passa de um comentadeiro (umas vezes em part time, outras a tempo inteiro), mas o safado safa-se, ganha bom dinheiro.
ResponderEliminarNão resisto a deixar aqui um breve apontamento sobre mst: Há uns anos atrás, li, algures num diário da nossa praça, que mst tinha movido um processo a alguém que terá afirmado que o livro "equador" era um plágio de "Cette Nuit la Liberté" de Dominique Lapierre e Larry Collins. Nesta notícia inseria-se também uma afirmação de mst,mais ou menos deste teor: "li Esta Noite a Liberdade em francês no ano X".Já não lembro qual o ano a que mst se referia, mas sei que, muitos anos antes dessa data, já havia em Portugal uma edição em português de Cette Nuit la Liberté (Círculo de Leitores, 1976 - Esta Noite a Liberdade - tradução Ricardo Alberty e Maria Arminda Farias. Em boa verdade, na altura em que li a notícia já eu tinha lido Esta noite a Liberdade (creio que o li mesmo em 1976, ou seja, à vontade uns bons 15 a 20 anos antes da francófila leitura de mst. Achei muito curioso este "faits divers" porque, por acaso eu já tinha tentado ler "equador" de mst (não acabei, fiquei-me aí pela página 50...)e logo nas primeiras páginas do escrito, dou comigo a pensar, mais ou menos isto: " caramba, o personagem principal de "equador", lembra (e de que maneira!) Louis Mountbatten de Cette Nuit la Liberté...e experimenta a mesma mescla de sentimentos, dúvidas e constrangimentos, ao ser inopinadamente nomeado para tão espinhosa quão difícil tarefa".
Não boto mais na carta... só quero aqui deixar expresso que na altura ahei muito curiosa esta coincidência, mesmo muito curiosa...