01 setembro 2013

Pedro Passos Coelho ou...

...já não há limites
para o descaramento

No Facebook, Joana Lopes cita uma frase de Pedro Passos Coelho «de que toda a gente fala» e que é a seguinte: “A Constituição diz que é devida protecção no emprego. Já alguém se lembrou de perguntar aos mais de 900 mil desempregados no país do que lhe valeu a Constituição até hoje? E, no entando, era suposto que tivessem confiança que as suas empresas e empregos continuassem. Mas não foi assim, porque as empresas não conseguiram sobreviver à usura do Estado, à fraca competitividade externa. »



Com boa vontade e assinalável contenção verbal, só posso chamar a isto virar o bico ao prego, culpar quem não tem culpa e absolver quem a tem, enfim, baralhar tudo num inexcedível exercício de atrevimento,desplante e falta de vergonha na tromba.



Na verdade, a grande pergunta que os «900.000» desempregados  podiam fazer não é a  de que lhes valeu a Constituição mas sim a de que lhes valeu 37 anos de sucessivos governos, em que, a par do PS, o PSD governou sozinho ou coligado grande parte do tempo, sempre, embora com ritmos e graus diversos, incomodados com a Constituição da República e que conduzindo políticas que, nesta recta final, atiraram o desemprego para cima do milhão.


Por fim, só dizer que é mesmo o cúmulo do cinismo ver o primeiro-ministro que,mais do que outro qualquer,mais fala da Constituição como um tropeço e do TC como um empecilho vir agora querer convencer os portugueses da alegada inutilidade da Constituição precisamente no momento em  que, por justa força e valor dela, acaba de sofrer uma importante derrota.

2 comentários:

  1. Se a Constituição sempre se cumprisse mesmo depois de eliminação de muitos dos seus importantes princípios e ,se os governos que temos tido cumprissem o que juraram, vivíamos num Portugal bem melhor.

    Um beijo.

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