Não, como é óbvio, não foi a maioria absoluta a nível nacional do PS que travou a entrada de Marine Le Pen no Parlamento francês: foi o facto de, na circunscrição de Hénin-Beaumont, ter tido cerca de menos 200 votos que o candidato do PS Philippe Kermel que com ela disputava a 2ª volta, depois da desistência a favor dele de Jean-Luc Melenchon do Front de Gauche. Coisa que poderia ter perfeitamente acontecido mesmo que o PS não tivesse obtido a maioria absoluta. Desculpem lá, estimados chefes do Público, mas levar a título de cinco colunas a explicação de um facto local por um balanço nacional é coisa que não lembraria ao diabo.
... e o DN sobre o Bloco
e Louçã sobre o KKE
(em parte, via Bruno de Carvalho aqui)
Francisco Louçã em entrevista
na última página do DN
Repare-se pois na extrema arrogância com que Louçã se refere ao resultado do KKE sobre o qual diz que «praticamente desaparece». Francisco Louçã apenas se esqueceu de uma coisinha de nada: é que o KKE teve 8,48% em Maio e 4,51% ontem, o que significa uma perda de 3,97 pontos percentuais. Já o partido de Louçã teve 9,81% em 2009 e 5,17% em 2011, o que representa uma perda de 4,64 pontos percentuais. Resumindo, pelos critérios de Louçã, o Bloco de Esquerda está praticamente desaparecido, coisa que eu nunca tive a insensatez de dizer ou escrever.