09 junho 2012

Democratas de boa cepa, olha, olha

Aplicando o critério ao país,
aí teríamos a tal suspensão da democracia


(no DN online)

Eu já nem pergunto, Deus me livre, por cianeto, mas será que no Porto já não se vende chá de tília ou então fita adesiva ?

Sem problemas

Citando Pacheco Pereira




Por desfastio e enjoo, não abordei aqui as declarações de Passos Coelho de elogio à «paciência» dos portugueses nem a monumental ripada que D. Januário dos Reis Torgal a esse respeito lhe deu. 

Mas não tenho nenhum problema em colmatar essa lacuna, citando parte do que hoje Pacheco Pereira escreve no Público. Com efeito, ele arranca assim (sublinhado meu): « Eu já vejo com muitas reservas esta obsessão dos dias de hoje de atribuir estados de alma a toda a gente para explicar tudo e mais alguma coisa, e por isso sou avesso, por maioria de razão, a embarcar na mesma ideia de que isso se possa fazer ao povos. Isso a propósito da paciência do povo português celebrada pelo primeiro-ministro como virtude ímpar numa Europa turbulenta.Claro que se podem dizer muitas coisas sobre «o povo português»: que está "zangado" com a crise, que está "furioso" com os políticos, que está "deprimido" com o empobrecimento forçado, que está "prostrado" pela inação, que tem uma infinita "paciência". Há, no entanto, várias coisas que ninguém tem a coragem de dizer e o problema dos excessos de psicologia começam aqui. Ninguém tem a coragem de dizer que que o povo português está "contente" com o ajustamento, que fica "feliz" porque passou a ter, como lhe dizem os governantes, que viver com os seus parcos recursos, e não pode viver mais do crédito (um parêntesis para dizer que um dos absurdos da actual situação que parece escapar a muitos é que todo este "ajustamento" se está a fazer "para o país voltar aos mercados", ou seja, para pedir mais dinheiro emprestado...), que está "consciente" de que o futuro do seu país é risonho após o termo desta revolução dos costumes", que "compreende" que tem que sofrer para depois renascer como a Fénix (...)».

Claro que, da minha lavra, eu diria  outras mais coisas. Mas, em voz alheia e politicamente de mim distanciada, estas já chegam.

Porque hoje é sábado (276 )

Spain
A sugestão musical de hoje traz 
a «o tempo das cerejas»
a banda Spain de que é figura principal
  Josh Haden.












Um livro estrangeiro por semana ( )


Culturas del exilio español

 entre las alambradas

Literatura y memoria de los campos de
concentración en Francia (1939-1945
)





de Francie Cate-Arries, 463 págs, 

editorial Anthropos, 24,50 E.

Nota do editor: «Este libro ofrece un detallado análisis de la producción cultural realizada dentro de los campos de concentración en Francia para refugiados españoles a raíz de la guerra civil española. Recupera la compleja memoria cultural de una población de refugiados de guerra cuyas historias como internos en campos franceses no han sido tan ampliamente difundidas ni han recibido la atención detenida de la crítica y tiene como centro de su investigación la función discursiva de los campos en el terreno simbólico del imaginario nacional del exilio, lo cual, por un lado, produce un lugar conmemorativo dentro de la memoria colectiva y, por otro, expresa la legitimidad y la autoridad moral de una comunidad política desarraigada.»
PVP (s/iva) 23,56 € | PVP (c/iva) 24,50 €

08 junho 2012

Crédito à habitação

Hoje, na AR, debate sobre
um gravíssimo problema




Desculpem mas enganei-me na foto, a que eu queria mesmo pôr era esta tirada numa agência da CGD.




Extracto da intervenção
de Bernardino Soares:
«(...) Entendemos que é preciso, perante a diversidade de situações contratuais e concretas, prever soluções diversificadas que conduzam a este resultado.

- A solicitação da apresentação pela instituição bancária, no prazo de um mês, de um plano de reestruturação de créditos que introduza condições mais vantajosas para o mutuário;

- A possibilidade de aceder a um período de carência até um máximo de 4 anos, que pode ser total durante dois anos;

- A redução dos juros remuneratórios para uma taxa de Euribor mais 0,25% pelo período máximo de 48 meses;

- A possibilidade de perdão parcial da dívida, nos casos em que o empréstimo esteja na sua fase final e em que portanto a remuneração do banco foi já significativa, permitindo a opção por uma de três modalidades;

- A proibição de penhoras, seja por falta de pagamento do IMI, cujos valores estão a ser fortemente aumentados, seja por incumprimento de ouros créditos de valor claramente inferior e que não devem pôr em causa a casa de habitação. (...)»

A panaceia das «primárias»

Vejam lá se se decidem

Segundo o DN, em carta dirigida a António José Seguro a propor um novo Congresso do PS, o militante Eurico Figueiredo anota (sublinhado meu): "O que proponho, através da democracia participativa, é que os potenciais votantes e simpatizantes do PS (e dos outros partidos se assim o quiserem) possam participar em escolhas importantes (deputados, presidentes das câmaras) e tenham a oportunidade de, através de movimentos cívicos e dos referendos, intervirem na vida política nacional".

Desde logo, a minha alma fica parva quendo leio que Eurico de Figueiredo vem reclamar que os militantes do PS tenham «oportunidade de, através de movimentos cívicos e dos referendos, intervirem na vida política nacional", coisa que eu julgava absolutamente adquirida.

Depois, não sei como é no PS mas no partido que melhor conheço, os militantes e as estruturas locais tem naturalmente a possibilidade de serem concultados e darem opinião sobre candidatos a deputados e eleitos autárquicos, acontecendo porém que, como me parece legítimo e avisado, essas escolhas sejam feitas em diálogo com a direcção nacional ou ou seus órgãos executivos a quem deve caber a decisão final (designadamente nas situações mais importantes) já  que até - ponto muito esquecido - são os únicos que detêm o exclusivo da representação partidária junto dos tribunais onde são entregues as candidaturas.

Mas não deve ser disso que fala Eurico de Figueiredo, presumindo eu que deve estar a fazer a defesa de «primárias» locais ou distritais dentro dos partidos para os diversos tipos de candidatura.

A quem quiser ir por aí, desejo muita sorte e felizes desenlaces. O que é preciso acabar de vez é com a conversa de políticos, de jornalistas e politólogos que tão depressa defendem as «primárias» nos partidos como, na curva anterior ou seguinte, se escandalizaram ou vão escandalizar com os feudos locais e com o desproporcionado poder e impunidade partidária ganhos pelos isaltinos  morais, fátimas felgueiras e valentins loureiros e seus futuros herdeiros e continuadores.

Por fim, só quero lembrar que candidatos, filiados ou independentes, vão e vêm e que, coisa importante do ponto de vista da responsabilização democrática, os partidos é que podem ser encontrados e pagarem o que tiverem a pagar perante os eleitores.

Não quero Romney na Casa Branca mas...

... não posso calar isto !



a ler aqui


07 junho 2012

E hoje a cantora checa

Marta Topferova




Diz-me como te portas, dir-te-ei o que és

Um nazi grego muito
"civilizado", pois então



Copo de água na cara da candidata da Syrisa e soco na candidata do Partido Comunista Grego. Aqui.

Domingo, 1ª volta das legislativas em França

As últimas sondagens



LO: Lutte Ouvrière, NPA: Nouveau Parti Anticapitaliste, PS: Parti Socialiste, PRG: Parti Radical de Gauche, EELV: Europe Ecologie / Les Verts, AEI: Alliance Ecologiste Indépendante, PR: Parti Radical, NC: Nouveau Centre, UMP: Union pour un Mouvement Populaire.


Como me parecem menos fiáveis as sondagens que em França já prognosticam o número de deputados final de cada força após uma segunda volta que ainda não se realizou, aqui ficam as últimas sobre a 1ª volta. Sobre elas, só quero lembrar que um sistema de círculos uninonimais a duas voltas, além das conhecidas distorsões finais, também provoca um efeito de «voto útil» logo na 1ª volta. E reparar que, segundo elas, o Front de Gauche (PCF+PG, etc.) registaria uma subida assinalável por comparação com os resultados do PCF na 1ª volta das legislativas de 2007 (4,29%), um grande resultado da Frente Nacional (4,29% em 2007 mas 11,34% em 2002), uma compreensível subida do PS e aliados, o quase desaparecimento da extrema-esquerda (3,41% em 2007) e uma perda de cerca de 10 pontos da UMP e aliados.