ao Professor (com P grande)
De acordo com a sua entrevista ao Jornal de Negócios, o Prof. e contitucionalista Vieira de Andrade, que elaborou um estudo a pedido do Governo, argumentou em defesa sua dama que está na imagem acima que «Aquilo que a pessoa desconta ao longo da vida é
uma percentagem mínima do que recebe em termos de pensão. Se pensar que a
contribuição foi de 11% e fizer as contas em termos actuais, não há
aqui um contrato, nem direito de propriedade”.
Ora o senhor Prof. ou anda distraído de informações elementares ou está a precisar de uma qualquer reciclagem. Na verdade, para efeitos de cálculo de reforma, há que contar não apenas com a contribuição de 11% dos trabalhadores mas também dos 27% das entidades patronais (que estão naturalmente integraos nos custos de trabalho). E como hoje em dia ninguém obtém uma reforma equivalente ao seu último salário, devia meter-se pelos olhos a dentro que 38% de descontos ao longo de uma carreira contributiva de 40 anos não devem andar muito longe dos valores auferidos ao longo de 20 anos de vida depois da reforma (e aqui convinha não esquecer que a esperança de vida não é igual para todas as classes ou camadas sociais, pois estudos do INSEE francês mostraram que, em regra, os operários viviam menos 5 anos que os quadros).
Portanto, passe bem, senhor Professor.