Que os novembristas vão pregar para outra freguesia !
A data que celebramos com toda a força da nossa alma
Lamentamos muito mas não há nenhuma fotografia ou imagem que exprima com verdade a inesquecível e tocante manifestação popular na Av. da Liberdade em 25 de Abril deste ano.
Pode dizer-se que, nos 47 anos que já passaram, muito raramente Melo Antunes foi devidamente citado e que sistemáticamente a sua referência ao «socialismo» foi convertida numa referência à «democracia».
Eu até posso ter alguma compreensão por comentadores e historiadores temerem que nos dias de hoje a citação exacta poder ser algo estranha. Mas com esta transformação (se Melo Antunes tivesse falado em «democracia» também estaria bem) alguma coisa de muito importante se perde: a saber, a verdade histórica de que, em 25 de Novembro de 1975, os moderados vencedores também ainda falavam de «socialismo», o que ilustra que naquela época a semântica mais generalizada ainda estava muito à esquerda
e já agora uma voz insupeita
Uma questão de datas muito esclarecedora
(...)E a resistência começava no combate ao Governo. Todas as forças que o viam como um braço armado do PCP acabariam por se encostar ao Grupo dos Nove e ao seu “documento”, que apareceu como uma bomba numa edição especial do Jornal Novo em 7 de Agosto de 1975. O movimento era transversal e tinha uma estratégia. Logo em Agosto, começa a desenhar um plano operacional para responder a um eventual golpe militar. Seria aplicado no 25 de Novembro. (...) O seu maior problema era saber quem liderava. Se o Grupo Militar dos moderados tinha há semanas um plano operacional e uma estrutura de comando, na esquerda reinava a indefinição (...) Entre comunistas e extrema-esquerda, não havia conciliação possível. A esquerda moderada e toda a direita ficaram a assim de mãos livres para passar de uma situação defensiva para o ataque deliberado.(...). (Manuel Carvalho no «Público» de 24.11.2024)
Notícia no «Público» de 25/11:
«Para Pezarat Correia, "a democracia conseguiu-se não por causa do 25 de Novembro, mas apesar do 25 Novembro". "Logo a seguir, em Abril de 1976, aprovou-se a Constituição revolucionária e as conquistas estavam lá, embora depois disso ela tenha sido adulterada e abandonada por força do processo que se foi seguindo", afirmou, acrescentando que a Constituição também "foi aprovada não por causa do 25 de Novembro, mas apesar do 25 de Novembro".
P.S.: Quem tenha ouvido ontem num debate na CNN Miguel Macedo (PSD) a evocar o para mim mal chamado «cerco à Constituinte» pode encontrar aquiuma outra versão dos acontecimentos.
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