09 setembro 2020

Uma confissão importante

Como se apanha um cínico

Os leitores que me desculpem mas entro ao pontapé: há uns totós que escrevem nos jornais e que, na sua infinita soberba, julgam que somos todos parvos ou distraidos. É o caso de João Miguel Tavares que ontem escreveu no «Público» uma crónica a decretar urbi et orbe o «fracasso» do PCP com a Festa do Avante!. De todo o seu arrazoado, mais do que a sua magnifica conclusão de que o PCP estaria sempre feito ao bife e seria preso por ter cão e por não ter, foi esta glamorosa confissão: com efeito, escreveu o sujeito que «O ponto central do Avante! nunca foi se a festa se podia realizar ou não, ou se iria ou não sair dali um surto, mas se era politicamente razoável avançar no actual contexto.» 
Sim,reparem bem os leitores que andámos todos a supor  que o que moveu dezenas e dezenas de artigos contra a Festa do Avante! tinha sido a preocupação de natureza sanitária, isto é o risco de contágios ou surtos , e afinal, diz-nos agora J.M. Tavares, esse nunca foi o «ponto central».
Ou seja, tinhamos carradas de razão todos os que achámos que uma coisa era a preocupação  compreensivel  das pessoas comuns e outra muito diferente era a campanha movida nos media por legiões de opinadores e comentadores.

2 comentários:

  1. A preocupação do cidadão comum (legítima) foi amplificada por opiniões como a de JMT e aí é que está o cerne da questão. A opinião pública não existe... apenas a opinião publicada que, invariavelmente, vai no mesmo sentido. Contudo, pela forma como a Festa correu, tenho a sensação que a percepção (pegando nas palavras do PR) da população mudou.

    Diga-se de passagem que me senti bem mais seguro na Festa do que nos transportes que apanho para ir trabalhar. Não sei se JMT e todos os outros opinadores utilizam os transportes públicos, mas um banho de imersão nesta realidade diária talvez lhes fizesse bem quando acusam o PCP de estar desfasado da realidade...

    Bem sei que os DDT's desta vida e os seus esbirros, como JMT, acham que nós apenas servimos para trabalhar. Todavia, como diria o outro, há mais vida para além do trabalho, e já agora, do vírus.

    Hélder

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  2. João Miguel Tavares esteve na origem dos primeiros ataques à realização da Festa do Avante, com provocações do género: «O 1º de Maio deu cabo da Festa do “Avante!” ou «Festa do “Avante!” é uma prenda do PCP para o Chega».
    Conhecemos também a mesma figura ou boneco na tal intervenção pronunciada no 10 de Junho de 2019, com as tais frases tiradas da cartola do pai do «menino» ou de alguém da família do boneco:
    «Eu vivi e cresci a 100 metros do local onde me encontro, ali mesmo, no cimo da Avenida Frei Amador Arrais» e «Tenho a honra de ser o primeiro filho da democracia a presidir às comemorações do 10 de Junho.»
    O constante ódio do «menino» calvo (de barba e bigode) contra o PCP não é novo. Talvez, até fosse com alguma excitação que o «menino» (que aparece sempre nas suas peças sorridente) visse no «Covid-19» a solução final para a tal «Festa» que irrita tanto as pessoas da família do «menino anjo da direita», como também para os patrões que lhe pagam os artigos.
    É possível que o «menino» tenha guardado ainda um retrato ou boneco de outro ilustre anti-comunista, de seu nome Nuno Kruz Abecassis (ou ABEC) que esteve na origem do cancelamento da Festa do Avante, em 1987.
    É igualmente provável que entre tanto desespero, o «menino» ou «anjinho» João Miguel Tavares, algumas vezes, retire do bolso um pequeno crucifixo e reze a todos os santos ou em memória do famoso ABEC para que a Festa do Avante não se cumpra. De antemão, sabemos que nesta tentativa o «menino» perdeu a sua grande oportunidade de ser o último a rir, com aqueles dentes de sacristão, contra os «comunas» e os «vermelhos» de Portugal. Nos sonhos do «menino anjo» há sombras e nuvens negras no cimo da Avenida Frei Amador Arrais.

    Jorge

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