12 março 2020

Notícias da 1ª potência mundial

Viagem à América
 menos falada

Mais de 3000 dólares por um teste
«O plano de combate ao novo coronavírus - a doença chama-se covid-19 - nos Estados Unidos baseia-se na identificação de casos, tratamento dos infectados e em estratégias para minimizar a sua propagação, incluindo encorajar pessoas afectadas a ficar em casa. Mas será especialmente difícil de aplicar num país onde muitos não têm seguros de saúde ou têm apenas seguros desadequados, onde uma grande parte dos trabalhadores não têm baixas pagas caso adoeçam, e onde uma parte da força de trabalho é assegurada por pessoas em situação irregular ou mesmo ilegal.
Mais de 33 milhões de trabalhadores norte-americanos (num total de cerca de 157 milhões) não têm baixas pagas. E muitos deles (86% da força de trabalho norte-americana) estão precisamente em empregos em restaurantes, limpezas domésticas, transportes, em caixas registadoras ou noutras funções em lojas – ou seja, empregos com contacto com o público. “Muitas pessoas simplesmente não podem não ir trabalhar”, disse ao Wall Street Journal o professor de políticas públicas e economia da Universidade da Virgínia, Christopher Ruhm.

A Administração Trump está a considerar usar verbas de um programa nacional para desastres para pagar a hospitais e médicos os cuidados de saúde de quem não tem seguro de saúde – mais de 27 milhões de pessoas (10% da população). O problema com os seguros não é só a grande fatia de população sem seguro, mas também aquela que tem seguros com coberturas mínimas (45% da população, segundo a CNN).

Algumas das pessoas com factores de risco ou idosas que ficam doentes precisam de cuidados intensivos. O Wall Street Journal lembra que de acordo com um estudo de 2005, o custo de apenas um dia numa unidade de cuidados intensivos com ventilador custa mais de 11 mil dólares (cerca de 9700 euros).

O diário Miami Herald conta a história de Osmel Martinez Azcue, que no mês passado voltou da China com sintomas de gripe. Seguindo o aconselhamento, foi a um hospital, onde o puseram numa sala, o fumigaram com desinfectante, e disseram que precisariam de confirmar se se tratava do novo coronavírus com uma TAC (Tomografia Axial Computorizada). Imaginando o custo da TAC, Azcue pediu para ser testado primeiro ao vírus da gripe, e se se confirmasse, poderia ter alta. Foi o que aconteceu. Duas semanas depois, Azcue recebeu a conta da seguradora: 3270 dólares (cerca de 2900 euros).» (no «Público» de hoje)

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